Biografias
Ailton Krenak foi o primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Ele é o sétimo ocupante da cadeira de número 5, que foi de Rachel de Queiróz.
Krenak é ativista do movimento socioambiental e da defesa dos direitos indígenas. Também obteve os títulos de comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República, doutor honoris causa pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UnB (Universidade de Brasília) e pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Vamos ver ainda mais sobre a vida e obra dele?! Siga e confira.
[Ailton Krenak, atual membro da Academia Brasileira de Letras. Imagem: Universidade Federal de Minas Gerais | Reprodução] |
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INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu no território do povo Krenak, em Itabirinha, Minas Gerais, no ano de 1953. Esse território fica no vale do Rio Doce, bastante afetado pela extração de minérios.
Ainda adolescente, saiu da aldeia e passou a morar no Paraná. Por lá, tornou-se produtor gráfico e jornalista.
Já na juventude passou a atuar na militância. Nos anos 1970, ajudou a criar a União das Nações Indígenas. Foi o primeiro movimento indígena de expressão nacional, sofrendo repressão durante a Ditadura Militar.
OUTRAS INSTITUIÇÕES CRIADAS
Ailton criou um centro de estudos indígenas e é frequentemente convidado para dar palestras dentro e fora do Brasil.
Krenak organizou também a Aliança dos Povos da Floresta, envolvendo comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia e contribuiu para a criação da União das Nações Indígenas (UNI). Ailton foi coautor da proposta da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que criou a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, em 2005, e é membro de seu comitê gestor.
A PARTICIPAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO
Ailton Krenak contribuiu em nossa última assembleia constituinte. Ele subiu à tribuna para defender o direito à terra e o respeito às populações indígenas, num momento que misturou a busca do direito e a emoção.
CULTURA BRASILEIRA FORA DO BRASIL
Há algum tempo, após uma polêmica, fósseis brasileiros foram repatriados de um museu europeu. Situação semelhante aconteceu com outros itens de cultura brasileira, que ao invés de estarem no Brasil, ficaram em outros países
Ailton Krenak esteve na Rússia e encontrou objetos do povo Krenak. Esses objetos foram levados numa expedição em 2012.
O documentário Ailton Krenak e o Sonho da Pedra conta mais detalhes sobre os objetos. Havia anotações de um viajante sobre a língua krenak, úteis ainda para quem trabalhe com o povo da aldeia.
O RETORNO À ALDEIA
Nos últimos anos, Ailton Krenak fez o caminho inverso e voltou para a Aldeia Krenak. Depois de 2015, o Rio Doce estava poluído pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco. Nessa época, gravou uma entrevista ao Programa Conversa Com Bial, onde ressaltou o valor da água como bem precioso.
QUESTÕES AMBIENTAIS, INDÍGENAS E LIVROS
Ailton defende as questões ambientais e critica a sociedade de consumo. Costuma lotar auditórios e feiras ao lançar seus livros como "O amanhã não está à venda" e "Ideias para adiar o fim do mundo" (2019).
No ano de 2020. Ailton conquistou o prêmio Juca Pato de Intelectual do ano. Esse prêmio é concedido pela União Brasileira dos Escritores.
Nesse mesmo ano, também lançou "A vida não é útil". Aborda-se o contexto da pandemia, as fragilidades do ser humano e uma tentativa de vender o amanhã sem saber se ele existe.
Em 2021, lançou "Lugares de Origem", parceria com Yussef Campos. No ano seguinte, "Futuro Ancestral".
Já em 2023, lançou "Um rio um pássaro", que narra sua jornada por terras indígenas nas décadas de 1980 e 1990. Em junho desse mesmo ano, numa feira de livros em Santa Catarina, o atualmente imortal da ABL ressalta a importância do pensamento plural. Dentro dele, viria também o pensamento indígena.
As obras de Ailton foram traduzidas para outras línguas. Elas podem ser encontradas em outros treze países.
Ele também está presente na internet. Ailton Krenak faz entrevistas com pensadores deitado numa rede.
A ENTRADA NA ABL
A cadeira número 5 ficou vacante após o falecimento de José Murilo de Carvalho em agosto de 2023. Após, lançadas as candidaturas e feita a votação, foram vinte e três votos que elegeram Krenak em outubro de 2023.
Mary del Priore, historiadora, obteve doze votos. Daniel Munduruku, também figura marcante no cenário indígena - o Jurecê de Terra e Paixão - foi candidato e obteve quatro votos.
O atual presidente da ABL, Merval Pereira, e a acadêmica Rosiska Darcy destacaram a entrada de Krenak como histórica. A ABL sempre trouxe elementos de vanguarda, a começar por seu primeiro presidente, Machado de Assis, e hoje pela presença de um indígena.
Novos povos são trazidos, novos pedaços da nossa cultura. Por mais que Ailton Krenak não escreva os livros, mas sejam transcritos seus pensamentos e falas, a ABL viu contribuições valiosas nos livros que surgiram.
MAIS UM MEMBRO ILUSTRE DA ABL
O patrono do Senado também foi membro da ABL. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, confira mais essa biografia:
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