O que fez Rui Barbosa?

Biografias

 

Rui Barbosa de Oliveira foi um dos grandes expoentes do Brasil, sendo que em 2023 ocorreu o centenário de seu falecimento. O que será que ele fez ao longo da vida? Vamos descobrir ao longo desta postagem o que fez o Patrono do Senado!

 


Algumas citações de Rui Barbosa
[Máximas de Rui Barbosa. Imagem: Agência Senado | Reprodução]


 

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ONDE TUDO COMEÇOU

 

Rui Barbosa nasceu em Salvador, na Bahia, em 5 de novembro de 1849. O Pai de Rui Barbosa, que é João Barbosa de Oliveira, dedicou sua vida à Educação e à Cultura. Por anos, João Barbosa dirigiu a instrução pública em sua província (visto que ainda estávamos no Brasil monarquia) e, dentro de sua linha de gostar de Literatura e de pesquisa, orientou seu filho nesse caminho.

 

A FORMAÇÃO

 

Nos primeiros anos, Rui Barbosa fez seus estudos na Bahia. Após, para a formação superior, mudou-se para Recife, Pernambuco. No ano de 1868, transferiu-se para a Faculdade de Direito de São Paulo.

 

Tornou-se sócio do Ateneu Paulistano. Castro Alves também era sócio e Joaquim Nabuco era presidente da instituição. Por conta de se tornar sócio, foi possível ver Rui Barbosa recitar poemas em algumas sessões cívicas.

 

Antes do fim do curso de Direito, já era jornalista conhecido (note-se que, diferentemente dos dias atuais, a formação de jornalismo não era exigida para exercício da profissão e, desse modo, a Academia Brasileira de Letras assim se refere a Rui). Em 1870, já formado e no Rio de Janeiro, iniciou a carreira na tribuna e na imprensa.

 

A CARREIRA POLÍTICA

 

No começo de carreira, a abolição da escravatura foi uma pauta forte de Rui Barbosa. Ele também era defensor do sistema federativo.

 

Rui foi deputado provincial. Pouco antes da proclamação da república, recebera um convite para ser ministro do Gabinete Afonso Celso, mas recusou o cargo. Ao ser proclamada a república, foi Ministro da Fazenda do Governo Provisório e, por algum tempo, Ministro da Justiça.

 

Após, foi eleito Senador pela Bahia. Ele foi recordista de mandatos, assim como José Sarney, com cinco ao todo. Um dos seus primeiros trabalhos, no primeiro mandato, foi a Assembleia Constituinte, tendo modelado as linhas da Carta Magna de 24 de fevereiro de 1891.

 

Rui Barbosa discordou do golpe que levou Floriano Peixoto ao poder e requereu habeas-corpus aos cidadãos presos nessa época. Era redator do Jornal do Brasil, abrindo campanha contra Floriano.

 

A forte atuação política de Rui Barbosa acabou dificultando sua situação no Brasil. Com isso, em 1893, acabou precisando se exilar, passando por Buenos Aires, Lisboa e depois Londres. De lá, escreveu as “Cartas da Inglaterra” para o Jornal do Comércio.

 

O exílio acabou em 1895. A partir do retorno, Rui Barbosa foi sendo sucessivamente reeleito ao Senado, durante toda a vida. O Ministro da Justiça nessa época, Epitácio Pessoa, entregou a tarefa de redigir o Código Civil a um jurista cearense. Rui Barbosa não concordou com a redação e acreditou que o texto foi produzido de forma extremamente rápida, com pouca discussão e elaboração.

 

No ano de 1905, teria ocorrido a primeira proposta de candidatura à presidência da República. Rui decidiu abrir mão em favor de Afonso Pena.

 

A ATUAÇÃO EM HAIA

 

Em 1907, o Czar Russo convocou a segunda Conferência da Paz, em Haia, Países Baixos. Inicialmente, Joaquim Nabuco seria o representante brasileiro, mas, após, foi lançado o nome de Rui Barbosa para representar o Brasil. Ele tinha forte pensamento na área de direitos humanos, equilíbrio de poderes e todos os temas que são atuais, de verdade, até hoje.

 

Em Haia, defendeu o princípio da igualdade jurídica das nações. Foi presidente de honra da primeira comissão, sendo considerado um dos sete-sábios-de-Haia.

 

A PRODUÇÃO LITERÁRIA

 

Rui Barbosa foi um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras. Ele presidiu a entidade entre 1908 e 1919. Apesar de integrar a instituição, sua produção bibliográfica possuía foco forte em civismo, direitos e assuntos da política, tendo feito muito pouco que fosse puramente literário (justamente considerando a Literatura como expressão artística). Existiram alguns discursos e ensaios, como o “discurso de adeus a Machado de Assis”.

 

A CONTINUAÇÃO DA CARREIRA POLÍTICA NO BRASIL

 

Depois de Haia, já no Brasil, foi lançada a candidatura de Rui Barbosa, em oposição ao Marechal Hermes da Fonseca, que se sagrou vencedor do pleito. Já em 1913, fundou o Partido Liberal e foi novamente pré-candidato, e acabou desistindo depois.

 

O jubileu cívico de Rui Barbosa veio em 1918, com comemoração nacional. Após, o presidente Rodrigues Alves o convidou para representar o Brasil na Conferência da Paz de Versalhes, convite esse que não fora aceito por Rui. Em 1919, houve uma nova tentativa de chegar à presidência, cuja vitória foi anulada por intervenção militar.

 

OS ÚLTIMOS DIAS

 

Em 1921, Rui Barbosa teve nova participação mundial. Nesse ano, ele foi eleito juiz da Corte Internacional de Justiça, como o mais votado. No ano seguinte, ele proferiu o último discurso no Senado.

 

Já em 1º de março de 1923, repercutiu o mundo todo a notícia de seu falecimento. O jornal “Times”, de Londres, dedicou um grande espaço a falar de Rui Barbosa, algo que nunca havia acontecido a ninguém. A morte aconteceu na cidade de Petrópolis-RJ, em decorrência de complicações de uma pneumonia.

 

No ano de 1924, o palacete em que vivera no Rio de Janeiro foi comprado pelo governo. Atualmente, lá funciona a Fundação Casa de Rui Barbosa, ligada ao Ministério do Turismo e dedicada à vida e obra desse grande brasileiro.

 

FALANDO DOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA

 

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