Por que ainda temos tantas pessoas sem conta em banco no Brasil?

Variedades


As pessoas sem conta em banco, ou desbancarizadas, ainda representam uma expressiva fatia da população brasileira. Segundo pesquisa do instituto Locomotiva, feita em 2019, cerca de 30 % dos brasileiros acima dos dezesseis anos, ou quarenta e cinco milhões de pessoas, não possuem conta em banco. Esse número é preocupante porque, apesar de que os desbancarizados não considerem, estão perdendo uma série de oportunidades de crescimento pessoal e financeiro com essa opção.

https://www.oblogdomestre.com.br/2020/07/DesbancarizadosBrasil.Variedades.Dinheiro.html
[Há quem ainda prefira andar com dinheiro na mão. Imagem: Capri23auto/Pixabay]



POR QUE NÃO TER A CONTA EM BANCO?


Vários desbancarizados responderam a essa pergunta ao instituto Locomotiva e apontaram que ou não preferem possuir, ou tiveram experiências ruins no passado com contas bancárias. Dentre essas experiências, pode-se imaginar o confisco das contas-poupança, que foi um triste marco na economia do país (em 1990), e outros motivos conhecidos como as tarifas mensais de manutenção de contas, taxação de transferências eletrônicas (inclusive as inefetivas), contas sem quaisquer rendimentos ou que exigem datas de movimentação, dentre outros abacaxis do mundo financeiro.

Também há casos que levam à repulsa das contas bancárias pelas restrições de crédito pós-inadimplência, descontos automáticos em situações de dívidas ou aspectos fiscais (pagamento de impostos). Além disso, há quem prefira negociar em dinheiro vivo e considere que seja mais fácil ganhar descontos e controlar seu dinheiro estando em posse de notas e moedas.

SAINDO DA DESBANCARIZAÇÃO E ENCONTRANDO OPORTUNIDADES


Apesar de que possa parecer interessante andar com dinheiro por aí, existem riscos de roubo tanto da pessoa que porta dinheiro vivo como de dinheiro guardado em casa (o popular dinheiro-embaixo-do-colchão). Além disso, todo dinheiro na mão não possui qualquer tipo de rendimento, perdendo seu poder de compra com o passar do tempo.

Pessoas desbancarizadas estão perdendo a oportunidade de investimento e geração de riqueza, melhor controle de suas finanças e oportunidades no comércio digital, ainda mais relevante nesse momento de pandemia. Mesmo em compras presenciais, a praticidade e rapidez de pagamento, às vezes até sem contato com máquinas ou mãos de outras pessoas, são enormes benefícios.

Pode ser que uma pessoa desbancarizada não ocupe a função de comerciante em meio digital, mas há vários negócios cujas transações são digitais, e que hoje geram riquezas e que não se assentam em dinheiro físico, por mais que permitam essa opção. Até para dividir uma conta com amigos, cuja transferência pode ser exata no valor dividido, pode ser maior se você só trabalha com dinheiro vivo e, se a outra pessoa já usa meios digitais, esse dinheiro dá mais trabalho a ela.

Se uma pessoa teve uma experiência ruim em outros momentos, pode recorrer a opções como contas digitais de fintechs. Essas contas apresentam rendimento diário, transferências ilimitadas e gratuitas, cartões de crédito e débito, dentre outras funções que facilitam o cotidiano e permitem melhor controle financeiro. Em caso de perda ou roubo, ou mercadorias e compras indevidas, é possível o bloqueio de compras ou reemissão de cartões, o que dá segurança.

Outro atrativo é a ausência de mensalidades e a possibilidade de aplicações em corretoras de valores. Mesmo investimentos simples, como Tesouro Selic, não podem ser acessados sem conhecimentos em contas digitais e transferências gratuitas.

TODO O DINHEIRO NO BANCO?


Infelizmente, tecnologia falha e nem todos os lugares possuem bom sinal de internet para resolver. Para melhorar rendimentos e proteger a reserva de emergência, não é produtivo pagar tudo na base do dinheiro vivo, mas uma pequena quantia deve ser mantida à mão para pequenas emergências como pagar algum lanche, passagem de ônibus ou coisas que não se resolvem de um dia para outro. Também há poucos estabelecimentos que ainda insistem em só receber em dinheiro vivo.
Ao definir que quantia deixar em mãos, lembre-se: não vai haver rendimento algum. Veja o que sua experiência indicar como sendo um bom valor.



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