TV local é possível?

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Em todo o país, o que mais se fala é do futuro da TV passar pela regionalização mais forte dos conteúdos nos programas jornalísticos. Será que isso é realmente possível?

[Imagem: JosepMonter/Pixabay]

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Nas afiliadas da TV Globo, as posturas são diferenciadas. Em São Paulo, as afiliadas do interior apresentam blocos ou mesmo todos os jornais noturnos sozinhas, das cidades-sede. No Paraná, mesmo sendo uma única empresa proprietária das afiliadas, há jornais totalmente apresentados da emissora regional no horário noturno. Já no Rio Grande do Sul, postura que se reverteu há pouco tempo, com reformulações, havia dois blocos regionais em um único dos três telejornais estaduais. Estes blocos tiveram seu tempo ampliado.

Até mesmo a abertura do Praça TV, adotada pela quase totalidade das afiliadas, é com imagens da cidade-sede da emissora regional. Isso pode parecer simbólico na ideia de se ter proximidade com o telespectador, mas a ideia possui alguns equívocos.

Muitos falam em TV local ao invés de regional.  Esta é uma grande confusão, pois a TV não consegue ser local. Local é a rádio, que está em cada município e acompanha coisas locais. As TV's, tanto afiliadas da TV Globo como das demais emissoras do Brasil, estão em algumas cidades ou só nas capitais. Assim, cada emissora pode corresponder a dezenas, ou mesmo a centenas de municípios, e falar que o jornal é do local onde a emissora está é um erro.

Esse erro ocorre ao ignorar o aspecto regional. O telespectador fora da cidade onde está sediada a emissora pode não estar interessado em saber se há um valo aberto na pracinha da cidade-sede, ou se a rua X na outra cidade está cheia de buracos. Por isso, seria preciso dosar as notícias para abranger os municípios daquela região. Se o jornal for estadual, para falar de todo o estado.

A TV não é local e nem precisa ser. Basta ter as notícias locais em blocos regionais ou estaduais, desde que adequadamente dosadas.

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