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Quais são os exames de triagem neonatal que existem?

 Ciência & Saúde

 

A preciosidade de ver uma vida nova nascer cativa muitos corações. E depois que essa vidinha surge, cuidado com sua limpeza, conforto e alimentação são fundamentais para crescer com saúde. Um dos pontos principais está nos exames de triagem neonatal. Vamos saber mais sobre eles?

 

Testes muito importantes como o teste do pezinho

[Teste do pezinho, um dos tipos de exames de triagem neonatal. Imagem: Secretaria de Saúde de Niterói | Reprodução]


 

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ELES VÃO ALÉM DO TESTE DO PEZINHO

 

Os testes de triagem neonatal são feitos logo após ou pouco tempo depois do nascimento. O mais tradicional é o teste do pezinho, sendo mais citado nas páginas do Ministério da Saúde. Além dele, dentro dos exames de triagem neonatal e os chamados cuidados neonatais, existem também os testes da orelhinha, do olhinho e do coraçãozinho.

 

TESTE DO PEZINHO

 

A equipe de enfermagem vai realizar a desinfecção do pé do bebê com álcool etílico 70 %. O uso de álcool iodado ou versões com cores e odores diversos afeta o exame, por isso há todo um cuidado no material usado. A precisão laboratorial depende de seguir corretamente todos os cuidados.

 

Utiliza-se gaze ou algodão embebido. O pezinho é massageado para ativar a circulação. O calcanhar deve estar avermelhado e o álcool ter evaporado para a etapa seguinte.

 

O teste do pezinho é realizado pela punção do calcanhar do bebê, em regiões específicas nas laterais. De uma delas, são coletadas algumas gotas de sangue, que serão absorvidas por um papel-filtro, com as devidas marcações de onde gotejar o sangue. Papel amassado, material coagulado ou amostra de sangue hemolisado são problemas que comprometem o exame.

 

Esse papel é levado para laboratórios e a partir da análise desse material é possível apontar a presença de algumas doenças e buscar rapidamente o tratamento. Os laboratórios de análise são especializados e compõem os chamados Serviços de Referência em Triagem Neonatal (SRTN). 

 

Por mais que não seja um teste indolor, ele é necessário. Os pais não devem deixar de levarem seus filhos porque o pequeno momento de dor pode se refletir num futuro melhor.

 

O mais comum é que as unidades básicas de saúde (UBS), também chamadas de postos de saúde, sejam o local onde ocorre a coleta. Em alguns locais, porém, vai acontecer em maternidades, casas de parto, comunidades indígenas e quilombolas.

 

A data ideal para a coleta de sangue pode variar de acordo com a maior sensibilidade das tecnologias diagnósticas e necessidades inerentes às doenças. As recomendações do Ministério da Saúde estão do terceiro ao quinto dia após o nascimento, sendo altamente recomendável não passar o prazo.

 

Caso isso aconteça, ainda assim deve ser buscado o atendimento da rede pública de saúde. Será considerado diagnóstico tardio, mas haverá, ainda assim, o tratamento possível.

 

O teste do pezinho ajuda a diagnosticar:

 

• Fenilcetonúria.

• Hipotireoidismo Congênito. 

• Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias. 

• Fibrose Cística.

• Hiperplasia Adrenal Congênita. 

• Deficiência de Biotinidase.

• Toxoplasmose Congênita.

 

A fenilcetonúria (PKU), por exemplo, consiste na incapacidade do organismo de converter um aminoácido essencial, a fenilalanina, em outro aminoácido não essencial, a tirosina, aumentando demasiadamente sua concentração no sangue e podendo afetar o cérebro. Isso pode causar danos à saúde. Para controle dessa condição, a pessoa precisa ter cuidado na alimentação, informação sobre alimentos com esse aminoácido e fazer uso de remédios.

 

Descobrir cedo essa condição ajuda os pais a saberem melhor o que fazerem com os filhos. Esses cuidados exigem mais deles e precisam ser ensinados à criança.

 

Esse é apenas um exemplo das várias doenças importantes envolvidas. A listagem de doenças identificadas varia conforme o local em que for feito o teste. Nos estados que oferecem triagem ampliada, até mais de cinquenta doenças são contempladas. Nacionalmente, a Lei nº 14.154/2021 prevê a ampliação escalonada do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), aumentando o número de doenças mínimas a contemplar.

 

O PNTN foi instituído em 06 de junho de 2001. A partir disso, a data foi decretada como dia nacional do teste do pezinho.

 

TESTE DA ORELHINHA

 

O teste de triagem de acuidade auditiva também é chamado de teste da orelhinha. Desde 2010, é determinado por Lei que nenhuma criança saia da maternidade sem ter feito o teste, que é gratuito. Crianças nascidas fora do ambiente hospitalar (como as nascidas em comunidades afastadas ou por parto em casa) devem fazê-lo antes de completarem os três meses de vida.

 

A vantagem desse teste em relação ao teste do pezinho é de ser indolor, como outros testes que veremos. Ele dura em torno de dez minutos, onde a criança recebe pequenos fones nas orelhas e é conferida a resposta sonora. O objetivo, com o teste, é de detectar precocemente a surdez ou alterações auditivas.

 

TESTE DO OLHINHO

 

O teste do reflexo vermelho nos olhos, ou teste do olhinho, é feito ainda na maternidade ou na primeira semana de vida. O recomendável é que o pediatra faça assim que o bebê nasce, ou na primeira consulta.

 

Um feixe de luz é direcionado aos olhos do bebê, e se verifica aquele fenômeno semelhante ao observado nas fotografias. O Teste do Olhinho pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito, retinoblastoma e outros problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.

 

O retinoblastoma, detectado no teste do olhinho, é um tipo de câncer nos olhos e que precisa ser detectado assim que possível. Como já apresentamos aqui no blog, o casal de jornalistas Daiana Garbin e Tiago Liefert descobriu que sua filhinha tinha essa doença e fazem campanhas para outros pais aprenderem os sinais.

 

É recomendável que o pediatra realize novamente o teste do olhinho nos bebês, nas consultas que fizer na primeira infância. Caso seja detectado algum problema, ele deve sugerir ou mesmo fazer o encaminhamento para o oftalmologista.

 

TESTE DA LINGUINHA

 

O teste de avaliação do frênulo lingual em recém-nascidos, ou teste da linguinha, verifica justamente esse frênulo, que é uma membrana fininha - parece um cordãozinho - que une a língua ao assoalho bucal. Caso seja muito firme, a criança terá anquiloglossia (popularmente conhecida como língua-presa).

 

A anquiloglossia dificulta a amamentação e a fala. Esse teste deve ser feito ainda na maternidade ou nas primeiras consultas pediátricas.

 

TESTE DO CORAÇÃOZINHO

 

O teste do coraçãozinho é o nome popular para o teste de oximetria de pulso em recém-nascidos. Todo bebê tem esse direito ainda na maternidade, sendo feito gratuitamente de 24 a 48 h após o nascimento.

 

Assim como os testes da orelhinha e do olhinho, é indolor, onde se mede a oxigenação do sangue e batimentos cardíacos com um oxímetro em formato de pulseirinha, no pulso da mão direita e no pé do bebê. Com ele, podem ser detectadas cardiopatias congênitas graves, e a qualquer sinal suspeito, o bebê já é encaminhado para fazer um eletrocardiograma e, se alterado, a um centro especializado em cardiopatia, para tratamento.

 

Os problemas no coração são a terceira maior causa de morte em recém-nascidos. É esse risco que justifica que o teste seja feito muito cedo, onde melhores são as chances do tratamento.

 

 MAIS CUIDADOS NEONATAIS

 

Além dos exames de triagem neonatal, o Ministério da Saúde recomenda mais cuidados neonatais às crianças, tais como a realização das primeiras vacinas, algumas já na maternidade. Isso garante evitar várias doenças desde os primeiros dias de vida.

 

CUIDANDO DA SUA ALIMENTAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ

 

Antes de chegar aos testes neonatais, é preciso dar atenção especial à alimentação da mãe e do bebê que está para nascer, prevenindo algumas doenças (que não sejam por outros fatores, como genética) ou tornando a criança mais forte. Confira as dicas de como fazer 👇🏻:

 

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