Curiosidades
Mesmo em um mundo onde cada vez mais aderimos a documentos e formatos digitais, ainda assim é preciso assinar alguns documentos, fazer anotações e tudo o mais usando tintas e canetas. Se usar uma caneta é, hoje, algo prático, nem sempre foi.
A invenção da caneta esferográfica mudou tudo. Vamos descobrir como ela foi inventada?
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[Quando o vídeo viralizou. Imagem: Cup of Couple / Pexels | Reprodução] |
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O INVENTOR LÁSZLÓ BIRÓ
Em 1937, o revisor tipográfico László Biró foi na oficina do jornal em que trabalhava, em Budapeste, para corrigir provas de página. Em meio ao trabalho, ficou observando como o cilindro da rotativa se empapava de tinta e imprimia o texto gravado sobre o papel.
Isso reacendeu uma ideia antiga: de criar uma caneta que não borrasse e que a tinta não secasse no depósito. László pensou que poderia criar uma caneta seguindo o mesmo processo da rotativa, usando um cilindro de tinta.
Não seria sua primeira invenção. Ele já havia pensado num formato de transmissão automática para carros e, aos dezessete anos, um tipo de máquina de lavar.
COMEÇANDO O INVENTO
O irmão de László era Georg, um químico. Com sua ajuda, László conseguiu uma tinta adequada. Foi preciso recorrer também a Imre Géllert, técnico industrial.
Os três pensaram juntos durante meses e chegaram ao protótipo. A tinta molhava uma bolinha de aço pela pressão de um pistão de rosca sobre o reservatório de tinta.
O problema, naquele momento, é que quando a pressão era demasiada, a tinta e a esfera saltavam longe. Isso seria consertado mais para frente, e a patente já teria sido registrada em 1938.
A HORA DE VENDER
Quem cria algo quer ver aquilo disseminado pelo mundo. Depois de criada a caneta esferográfica, Biró tratou de vendê-la por aí.
Num balneário iugoslavo, ele escrevia um telegrama na portaria do hotel onde estava hospedado. Enquanto isso, um senhor o observou, pois o objeto chamara a atenção dele. Disse que era engenheiro argentino. Ao conversarem, sugeriu que ele se mudasse para Buenos Aires para aperfeiçoar seu invento. Tratava-se, na verdade, do general ex-presidente argentino, Agustín Justo (1876 - 1943), de quem ele manteria guardado um cartão.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Biró saiu da Hungria e foi para a França, desembarcando no primeiro dia de 1939. Lá tentou vender as canetas, mas o sucesso não veio.
Em setembro de 1939, László ficaria em situação mais complicada. O refugiado húngaro tentaria então uma nova mudança.
A passagem foi enviada por um amigo, Luis Lang, e o cartão recebido de Agustín Justo o ajudaria a ter um visto. Foi assim que ele chegou na Argentina em agosto de 1940, em Buenos Aires.
Numa garagem, Biró e Lang montaram uma pequena fábrica de canetas. Nesse período, ele descobriu que a pressão para a tinta molhar o cilindro não era necessária, podendo simplificar a caneta.
Três anos após a vinda para a Argentina, as canetas foram para as lojas e se popularizaram. O nome da caneta esferográfica por lá foi de birome. Em 1944, uma reportagem da revista Time ressaltava que as biromes eram as únicas que permitiam escrever até mesmo dentro de um avião: a tinta não vazava.
O SUCESSO
Na mesma reportagem, falava-se da intenção de compra de vinte mil unidades pelas Forças Armadas Estadunidenses. Pouco depois disso, a empresa Eversharp fez uma proposta de compra de direitos da invenção em território estadunidense, por dois milhões de dólares.
Passada a Segunda Guerra Mundial, já havia canetas esferográficas nas lojas de New York. Demonstradores escreviam em tanques de água para mostrar como a caneta era boa.
Na década de 1950, Marcel Bich, barão e dono de uma fábrica de canetas-tinteiro na França (a Bic), também se impressionou com as esferográficas. Ele também licenciou direitos e começou a fabricá-las, trazendo, inclusive, para o Brasil, no ano de 1956.
Por aqui, começou a produção efetivamente em 1961. Bancos desconfiaram que pudessem permitir falsificações e, no começo, proibiram o uso em cheques. Nas escolas, acreditou-se ser prejudicial o uso. Com o tempo, os bancos liberaram. Nas escolas, nos primeiros anos, as escolas recomendam o lápis, por ser mais fácil de corrigir, e do sexto ao nono ano do fundamental em diante, os alunos costumam ser liberados para uso da caneta. No ensino universitário, a caneta foi mais comum, mas hoje perde para modelos de "caneta" para anotar sobre tablets, marcando sobre pdfs de aulas dos professores.
Biró seguiu na Argentina e se naturalizou. Ficou até a morte, em 1985, com 84 anos de idade. Nesse dia, as papelarias fizeram gestos de homenagem a ele.
COMO FUNCIONAM AS CANETAS ESFEROGRÁFICAS?
Na ponta, há uma pequena esfera de aço ou tungstênio. A ponta metálica que prende essa esfera é de latão, sendo essa fixação com precisão de milésimos de milímetros.
A viscosidade da tinta, um dos problemas iniciais de Biró, vem ou de tinta base óleo, sendo que esse óleo é absorvido pelo papel, ou base álcool, sendo volátil ao ar livre.
As canetas têm 0,5 a 1,5 mL de tinta. Nas de 1,5 mL, existe uma fração de um líquido mais viscoso e um furinho para evitar que, por causa da pressão, a tinta não flua.
As canetas de escrita grossa ou fina podem ser esferográficas. A diferença vai estar no diâmetro da esfera.
OUTRA INVENÇÃO EUROPEIA
A caneta serve para o dia-a-dia e para funções artísticas. Outra invenção bem extensa é a fotografia. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você pode descobrir como chegamos às fotografias atuais:
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