Quem inventou o relógio? E as formas de dividir o tempo?

 Curiosidades

 

O relógio é um acessório bem comum em nossos dias. Mesmo para quem não use como um objeto físico, está onipresente em computadores e celulares. No mundo moderno, esse relógio até voltou ao pulso, na forma dos smartwatches.

 

Vamos ver como os relógios foram inventados? Também falaremos sobre o surgimento das ideias de divisão do tempo.

 

Relógios históricos, como a ampulheta.

[Alguns tipos de relógios. Imagem: Jordan Benton / Pexels | Reprodução]


 

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POR QUE MEDIR O TEMPO?

 

O homem sedentário, a partir da prática da agricultura, precisou entender o tempo para programar seus plantios e colheitas. Distinguir estações do ano era conhecimento básico.

 

Florescer de plantas, períodos de inundações, migração de aves: tudo seria cíclico. Para perceber que os astros também seguem regras, não foi longe. Os primeiros registros das fases da Lua têm trinta mil anos.

 

Anos, meses e dias podem ser medidas muito longas para a vida das pessoas. As necessidades de controle se tornaram maiores, o que fez com que as unidades menores de tempo e sua medição fossem necessárias. Nisso surgiram os diferentes tipos de relógios.

 

Relógio vem do latim horologium e do grego horologion. A palavra hora, por sua vez, existe desde muito tempo, mas sem o significado preciso de uma unidade de medida. Ao longo dos anos, essa ideia se modificou, junto com a criação dos instrumentos de medição de tempo.

 

O PRIMEIRO RELÓGIO DE TODOS

 

Esse primeiro relógio surgiu na Pré-História, onde o ser humano ainda não tinha desenvolvido a escrita e leitura. Estima-se que de lá para cá são cinco mil anos passados.

 

Havia uma consciência de dia e noite e não muito mais do que isso. Em algumas pessoas, porém, o movimento do Sol, Lua e marés chamou a atenção e elas passaram a observar mais detalhadamente.

 

A partir dessa observação e mais detalhes, surgiu o primeiro relógio, o gnômon. Ele consistia num obelisco iluminado pelo Sol ou pela Lua, indicando o horário pela sombra. Havia algumas frações entre o ponto inicial e final.

 

Essas frações foram variando com o tempo. Babilônios e chineses teriam adotado, inicialmente, divisões de duas em duas horas, com doze delas em um dia. Egípcios e alguns povos da Ásia Ocidental, por sua vez, consideravam vinte e quatro horas.

 

O RELÓGIO DE SOL

 

Esse modelo de relógio foi o primeiro a marcar 24 h, criado pelos babilônios. Uma haste fixa sobre um plano circular inclinado, ao ser iluminada pelo Sol, indica o horário.

 

Outras vertentes atribuem a criação aos egípcios. Alguns achados arqueológicos datam de 1.500 a.C. Esse modelo de relógio de Sol, em formato de T, contava doze horas ao longo do dia, e ao escurecer, eles se orientavam por doze estrelas no céu.

 

Há limitações evidentes nessa ideia de relógio. Dias nublados ou chuvosos acabam com a medição de tempo.

 

CLEPSIDRAS E AMPULHETAS

 

Outra ideia de medir o tempo foi considerar o movimento de massas e o quanto isso demora para ocorrer. Na clepsidra, dois recipientes em níveis diferentes são dispostos e a água vai do nível superior ao inferior (vazio). A passagem entre os níveis é uma medida de tempo.

 

A clepsidra ou relógio de água também é uma invenção antiga. A mais antiga delas data de 1.400 a.C., exposta no Museu Egípcio do Cairo.

 

Na ampulheta, em contraponto, são dois recipientes cônicos ou cilíndricos (as âmbulas), transparentes e conectados por um pequeno orifício. Nela, um pó se desloca entre as âmbulas e o ciclo de passagem é uma medida de tempo.

Historicamente, há registros de ampulhetas na Judeia, em 600 a.C. Elas já existiam no Egito e na Babilônia por volta de XVI a.C.

 

RELÓGIO DE BOLSO

 

Esse relógio é algo mais próximo dos relógios pessoais ou que vemos na parede, usando ponteiro, por exemplo. O relojoeiro Peter Henlein o criou em 1.500 d.C., época das grandes navegações, em Nuremberg, Alemanha. Dele, a atual indústria relojoeira se desenvolveu a passos largos.

 

Pelo formato oval, ficou conhecido como Ovo de Nuremberg. A grande contribuição desse relógio foi popularizar a leitura das horas usando os ponteiros. "Popularizar", talvez não seja o melhor termo, mas começar a difundir, visto que eram joias e representavam objetos de status.

 

Ele era feito em ferro, tanto externamente, quanto internamente, exceto a corda. Essa corda era feita de pelo de porco e durava quarenta horas seguidas, até virem as molas espirais.

 

A versão parte digital, parte analógica do relógio de bolso viria mais tarde, em 1883. Ela é criação do engenheiro austríaco Josef Pallweber.

 

O RELÓGIO DE PÊNDULO

 

Essa invenção veio depois do relógio de bolso. Em 1595, Galileu Galilei descobriu o isocronismo, isto é, o movimento regular de um pêndulo, conhecimento usado por Christiaan Huygens na elaboração desse relógio.

 

A invenção data de 1956, tendo ocorrido em Haia, Reino dos Países Baixos. Nos anos seguintes, vários artesãos passaram a criar relógios com diferentes estilos, de altíssimo valor.

 

E O RELÓGIO DE QUARTZO?

 

Esse é um relógio mais avançado, de maior precisão. Passou a ser usado no final do século XX, sendo também uma opção muito mais acessível de relógio mecânico em termos de custo.

 

Isso se deve à descoberta do efeito piezoelétrico em cristais como o quartzo, no final do século XIX. Pierre e Jaques Curie descobriram que nesse efeito havia a conversão de energia mecânica em elétrica e vice-versa. Esse conhecimento foi útil mais tarde, em 1927.

 

Nesse ano, o canadense Warren Marrison usou minúsculos pedaços de cristais de quartzo num relógio. Ao receberem a corrente elétrica de uma pilha, vibraram exatamente trinta e duas mil, setecentas e sessenta e oito vezes por segundo. Por meio de um microprocessador, é possível registrar a passagem de cada segundo e, ligando-se a ponteiros ou a um display digital, mostrar as horas, minutos e segundos.

 

VOLTANDO NO TEMPO, O RELÓGIO MECÂNICO

 

Relógios mecânicos funcionam sem pilhas ou baterias, mas por sistemas mecânicos oscilantes. É preciso "dar corda" para eles começarem a funcionar.

 

Um modelo de relógio mecânico foi criado pelo monge budista Yi Xing em 725 d.C. Tratava-se de uma roda d'água que dava uma volta completa em 24 h. Esse relógio girava com um sistema de rodas de ferro e bronze, engrenagens e um sistema com sessenta baldes de água, correspondentes aos 60 s/min.

 

Já em 800 d.C. o califa Harune Arraxide deu a Carlos Magno um relógio mecânico de onde saía um cavaleiro que dizia as horas. Esse califa era de Bagdá, o que leva a crer que se trata de uma invenção asiática.

 

Apesar de existirem essas invenções, o mérito pela invenção do relógio mecânico é atribuído ao papa Silvestre II. Ainda mais tarde, outros inventores foram melhorando os relógios, como Ricardo de Walinfard, Santigo de Dondis e seu filho - conhecido como “Horologius” - e Henrique de Vick, todos do século XIV.

 

E O RELÓGIO DE PULSO? É VERDADE QUE SANTOS DUMONT O INVENTOU?

 

Versões não comprovadas atribuem a invenção do relógio de Pulso a Abraham Louis Berguet, em 1814, vinda de uma encomenda de Carolina Murat, princesa de Nápoles e irmã de Napoleão Bonaparte. Outra versão atribui a invenção a Santos Dumont. O pai-da-aviação não é pai-do-relógio-de-pulso. 

 

Ele queria controlar suas horas de voo e pediu um relógio assim ao relojoeiro Louis Cartier, em 1904. O resultado recebeu o nome de Relógio Santos, e ficou famoso por causa do aviador, o que gerou a confusão.

 

Antes ainda, em 1868, Jean Adrien Philippe e Antoni Patek, da relojoaria que levava seus sobrenomes, fizeram o primeiro relógio de pulso. A versão popularizada, porém, foi a de Cartier, comercializada a partir de 1911, sucesso entre soldados na Primeira Grande Guerra. Ela tinha o mesmo tipo de parafuso e a pulseira de couro.

 

MAIS SOBRE A DIVISÃO DO TEMPO

 

A divisão no dia em 24 h possui resquícios na civilização egípcia. A padronização somente ocorreria no século II a.C. já a divisão das horas em 60 min e 3.600 s também teria ocorrido na mesma época, apesar de haver resquícios da prática entre os babilônios, muito antes, em 2.000 a.C. Essa prática babilônica ocorreu em paralelo com a criação de um sistema hexadecimal para cálculo astronômico.

 

O grande responsável pela padronização foi o astrônomo grego Eratóstenes, mas seu uso é mais recente. Antes do fim do século XVI, a ideia predominante era de dividir horas em metades e quartos.

 

A divisão de minutos passou a ser mais utilizada a partir de 1967. Nesse ano estabeleceu-se que 1 s é o tempo correspondente a 9.192.631.770 períodos da radiação do átomo de Césio. O “relógio atômico” passou a ser o padrão mundial para estabelecer as horas, minutos e segundos. Essa padronização é chamada de UTC (Tempo Universal Coordenado).

 

A REAL INVENÇÃO DE SANTOS DUMONT

 

Apesar de também colocada em controvérsia, a real invenção de Santos Dumont mora na aviação. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você descobre mais sobre esse grande inventor brasileiro:

 

E AINDA MAIS PARA VOCÊ:

👉 O sesquicentenário de Santos Dumont

 

 

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