A História da Fotografia

 História

 

A primeira fotografia data do ano de 1826, porém a história dessa técnica de registro de imagens é anterior a isso. O que hoje pode parecer até banal, dada a facilidade de se ter fotografias por meio de um celular, levou anos para chegar nesse estágio.

 

Fotos são arte. Fotos nos eternizam e guardam para sempre os nossos melhores momentos.

 

Vamos descobrir como foi essa história? Confira tudo a seguir.

 

Fotografando a beleza do momento

[Fotografia, na sua forma mais moderna. Imagem: Saeid Anvar / Pexels | Reprodução]


 

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SIGNIFICADO DO NOME FOTOGRAFIA

 

O nome fotografia é a união do prefixo "foto", que significa luz, e de "grafia", que seria escrita ou registro. Literalmente, seria a "escrita com a luz".

 

O SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA FOTOGRAFIA NO MUNDO

 

O que abriu espaço para surgirem as fotografias foram os estudos em câmaras escuras de orifício. Nelas, quando a luz passa pelo orifício, é projetada a imagem externa na parede interna oposta ao orifício, de ponta-cabeça.

 

O fenômeno ocorre em cavernas e foi estudado na antiguidade por gregos e chineses, pelos árabes na idade média e no renascimento, por estudiosos como Leonardo da Vinci. Esse último fez mais de duzentos experimentos e foi o primeiro a explicar como o olho funciona, com base nesse mesmo princípio.

 

Apesar de ser estudado há tempo, nem sempre houve registro. Data de 15 de janeiro de 1544, na observação do eclipse solar, o registro mais antigo de funcionamento da câmara escura, feito por Gemma Frisius.

 

No período renascentista, adicionou-se lentes de vidro, o que melhorava a resolução das imagens projetadas. A ideia dessas câmaras poderia ser como apoio à produção de obras de arte, como feito pelo pintor Joannes Vermeer, conforme relatam especialistas em arte do século XVII.

 

Para chegar da câmara escura à fotografia, passos adicionais foram dados. O francês Joseph Nicéphore Niépce fez esse avanço e conseguiu registrar o que era projetado na câmara escura.

 

Niépce nasceu em 1765 e foi fotógrafo, inventor e cientista. Em 1807, junto com seu irmão Claude, inventou o primeiro motor de combustão interna, mas suas experiências fotográficas é que lhe deram notoriedade.

 

Ele criou uma placa retangular de estanho, coberta por uma camada de betume-da-Judeia. Ela ficou fixada ao fundo da câmara escura.A luz solar entrava e queimava esse betume, criando a fotografia.

 

Joseph deixou a câmara exposta por oito horas. Com esse experimento bem-sucedido, ele fotografou o telhado das casas vizinhas à sua, em 1826. 

 

O nome dado à fotografia tirada foi de "Vista da Janela em Le Gras". Hoje, ela é mantida na coleção Gernsheim na Universidade do Texas, EUA.

 

A primeira fotografia no mundo

[Vista da Janela em Le Gras. Imagem: Wikipedia | Reprodução]


 

Havia um tratamento adicional para tornar a imagem permanente. Isso ocorria depois de uma lavagem com óleo de lavanda e terebintina (diluente).

 

Pense só: oito horas são muito tempo. Para paisagens ou elementos que mudam pouco, tudo bem, mas fotos de pessoas, por exemplo, seriam inviáveis assim. Tornar as fotos mais rápidas era outro desafio.

 

Foi aí que a invenção foi melhorada por Louis Jacques Mandé Daguerre, em 1839, pela criação do daguerreótipo, que fez o tempo cair de 8 h para 30 s e permitiu ajustes de foco nas imagens. Isso permitiu fazer a fotografia se tornar algo em larga escala.

 

Quando essa melhoria se concretizou, Niépce já não atuava mais, por conta de seu falecimento em 1833. Antes disso, ele e Daguerre pensaram juntos nas melhorias.

 

Uma placa de prata, coberta por uma película fina de iodeto de prata seria exposta à luz. A revelação, com isso, era feita em vapores de mercúrio.

 

O estado francês comprou os direitos sobre a invenção do daguerreótipo, colocando em domínio público. Desde então, ainda mais avanços ocorreram.

 

Passando ao ano de 1851, Frederick Scott Archer desenvolveu o processo de colódio úmido. Isso permitiu que se registrasse muitas fotos de uma vez, pelo uso do negativo (se você tem trinta anos de idade ou mais, sabe do que estou falando).

 

A partir disso, fotos de famosos, lugares e guerras passaram a ser vendidas em grande quantidade. Claro que o número de fotos tiradas pode ser maior, mas como era mais limitado, era preciso contar quantas fotos ainda havia e manejar corretamente o negativo fotográfico.

 

As máquinas e negativos foram sendo aprimorados, sendo muito disso associado, ao longo do final do século XIX e no século XX, à Kodak, empresa de George Eastman. Em 1889, essa empresa criou o primeiro rolo de filme, mudando a forma de revelação, que exigia que a placa que captou a imagem passasse por várias etapas com produtos químicos diversos.

 

Já em 1912, a Kodak passou a vender as câmeras de bolso ou Vest Pockets. Foram milhares de unidades vendidas, sendo muito populares entre os soldados da Primeira Grande Guerra.

 

Nessa época, a foto ainda saía em escala de cinza. Foi somente em 1936 que a Kodak lançaria a Kodachrome, máquina fotográfica com filme colorido.

 

Já em 1972, começaram a surgir as primeiras câmeras fotográficas digitais. Em 1975, a Kodak lançou a Cromenco Cyclops, que foi a primeira câmera digital comercializada em larga escala.

 

Isso revolucionou o mercado, pois os filmes fotográficos, apesar de permitirem mais fotos e certa autonomia, poderiam dar defeito e "queimarem", com perda das fotos. Você sabe que a foto desejada, se acontecer naquele momento, nem sempre poderá ser repetida. 

 

Uma nova revolução ocorreria em 1999, com o lançamento no Japão do celular Kyocera VP-210. Ele foi o primeiro celular com câmera, com resolução de 0,1 MP e capacidade para vinte fotos.

 

Atualmente, o mercado está dividido entre as fotos corriqueiras, feitas por celular, e as fotos de câmera profissional. Várias fotos, a qualquer momento e em qualidade que serve para ver em computador e nas redes sociais tornaram a câmera doméstica um artigo cada vez mais raro. Para fotos de eventos diversos e usos profissionais, como banners e impressões em grandes formatos, a fotografia com câmera ainda é a solução.

 

De acordo com fotógrafos profissionais, essa divisão ocorre pelas limitações físicas dos celulares. Não é possível ampliar a geometria do conjunto de lentes porque eles são naturalmente esbeltos, logo, a câmera fotográfica segue sendo o recurso profissional de fotografia.

 

E NO BRASIL, COMO TUDO ACONTECEU?

 

Falando em história da fotografia, vamos ver muitos franceses nos capítulos pioneiros. Na mesma época que Niépce e Daguerre faziam experimentos na França, havia um cidadão francês que morava em Campinas (SP). Hercule Florence fez experimentos similares aos conterrâneos, em solo brasileiro.

 

Ele buscava registrar o que se via na câmara escura, usando o termo photographie antes mesmo da popularização na Europa. Morando onde morava, e sem um mundo globalizado e altamente conectado via internet, seus avanços ficaram desconhecidos por muito tempo: reportagens do g1 apontam que só em 1976, o pesquisador Boris Kossoy comprovou o feito de Florence.

 

Agora voltando no tempo, em outro desdobramento da História que ocorreu no Brasil, vamos a mais um francês. O abade Louis Comte veio ao Rio de Janeiro no navio francês L'Oriental-Hydrographe, dispondo de um daguerreótipo. Esse era um navio-escola que fazia uma expedição científica pelo mundo.

 

Esse abade fez, desconsiderando os feitos de Florence, a primeira fotografia do Brasil, em  janeiro de 1840, dentro dessa expedição. A previsão é de que ela durasse dois anos e meio, mas o navio naufragou na costa chilena, cerca de meio ano após ter sido tirada essa primeira foto.

 

A foto não se perdeu, e nenhum dois oitenta tripulantes morreu. Meses antes, no dia após essa primeira foto, o Jornal do Comércio noticiou o feito e ressaltou que a imagem surgiu com apenas nove minutos.

 

Em março de 1840, após ter sido apresentado por Comte a Dom Pedro II, um daguerreótipo foi adquirido pelo segundo, como entusiasta de tecnologias inovadoras, como telégrafo, telefone, lâmpada e outras.

 

De tanto que gostou de fotos, Dom Pedro II tirou muitas e comprou outras, formando um acervo maior do que vinte mil fotografias. A coleção foi doada à Biblioteca Nacional, em testamento, e chamada de Thereza Christina Maria. 

 

Dez anos após à chegada de Comte, na década de 1850, e nos períodos seguintes, fotógrafos foram abrindo estúdios nas capitais brasileiras. Eles vendiam retratos, principalmente. Na década seguinte, os fotógrafos ampliaram seu portfólio e começaram a registrar o cotidiano das ruas e paisagens urbanas. Alguns deles fizeram, inclusive, com patrocínio imperial.

 

Um dos mais populares dessa época foi Marc Ferrez. Depois de 1875, foi em várias expedições científicas em estados como Bahia, Goiás e Mato Grosso. Ele também registrou atividades econômicas brasileiras e obras estatais (como a construção de portos, ferrovias e estradas).

 

No começo do século seguinte (XX) surgiram os fotógrafos lambe-lambe. Eles eram ambulantes e andavam com grandes câmeras e tripés por aí, até a década de 1970. Esse apelido seria pelo costume de lamber a placa de vidro para fotografar, ou por eles lamberem o envelope onde a fotografia era entregue.

 

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Fotografia é arte e história, cheia de técnicas e nuances. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você entende o que significam os conceitos de luz dura e luz suave:

 

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