Praticando etiqueta à mesa

 Cultura e Comportamento

 

Etiqueta à mesa, isto é, manter um bom comportamento nas refeições, nem sempre é algo simples. Apesar disso, não é impossível seguir essa etiqueta, pensando nas regras e passando profissionalismo, respeito e segurança.

 

Mesmo nas refeições em família, a falta de etiqueta prejudica o ambiente. Claro que todos os pratos, talheres e copos podem não estar por lá, mas a postura segue sendo necessária.

 

Ao longo deste post, vamos conferir regras de etiqueta à mesa. Veremos também que há regras específicas em alguns países, sendo legal aprender antes de fazer uma visitinha.

 

Veja a mesa posta e pense: como devo me portar aqui?

[Mesa posta, hora de praticar a etiqueta. Imagem: Fabrice Büsching / Pexels | Reprodução]


 

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A EVOLUÇÃO DA ETIQUETA À MESA

 

Estamos falando de algo que evoluiu ao longo dos anos, começando pelo Egito Antigo até o século XIX. De certa forma, as regras de etiqueta se tornaram regras de diferenciação de classe social, diferenciando pessoas ricas de pobres e escravos.

 

O conceito de etiqueta teria ganhado força na França, no reinado de Luís XIV. "Etiqueta" viria de etiquetar, ou identificar, conforme o título de nobreza. Outra vertente diz que etiqueta deriva de "ethos" (ética, em grego), pois etiqueta seria respeito e consideração em atos cotidianos. Na Renascença (séc. XV), conceitos de etiqueta dividiriam os nobres "de raiz" dos burgueses ascendendo.

 

Na história da etiqueta à mesa, alguns marcos seriam:

 

× Criação do guardanapo para não sujar os trajes por Leonardo da Vinci, século XV.

× Catarina de Médici teria introduzido as colheres na França, em 1540. Seria uma diferenciação de quem comia com a mão.

× Posição dos talheres com garfo na mão esquerda e faca na direita seria um "esforço" para que todos fossem destros, no século XIX.

× Em 1810, um príncipe russo propôs à corte francesa que se servisse um prato por vez. O cozinheiro Carême, bem famoso, aceitou a ideia, desfazendo a concepção antiga de que servir tudo ao mesmo tempo seria fartura. 

× Riedel teria criado a ideia de enfileirar os copos e suas funções. Taças menores iriam manter temperatura em líquidos frios e copos de fundo curvo apresentam melhor os aromas, ao cair da bebida com leveza.

 

ESTILO À AMERICANA OU A EUROPEIA

 

A forma de se portar à mesa varia conforme duas correntes. Uma delas é a americana e a outra a europeia, onde a americana seria a mais moderna e difundida.

 

Americana: o garfo fica na mão direita, com a faca descansando na parte superior do prato (não pendurada numa borda, totalmente apoiada e com a serra voltada para dentro). Troca-se de mão para usar a faca, usando a faca com a mão direita e garfo com a esquerda. Feito o corte, reverte-se a posição dos talheres.

Dentro desse estilo, a faca não é usada para empurrar comida no garfo, o que dificultaria a retirada de comidas mais espalhadas. Ao terminar a refeição, garfo e faca ficam na parte superior do prato, paralelos, com garfo com dentes voltados para cima.

Francesa: o garfo e a faca ficam na mão esquerda e direita, respectivamente, sem mudanças, com o garfo sempre que possível com os dentes para baixo. A faca até pode empurrar comida ao garfo, mas sempre na parte traseira.

 

ORGANIZANDO JANTARES

 

Organizar jantares é uma forma de confraternizar, ou ainda de agradar/homenagear alguém. Existem alguns aspectos que são da boa etiqueta nessa tarefa, como saber dos hábitos e costumes da visita.

 

Existem, ainda, algumas providências formais, como:

 

× Ter uma lista de convidados, para saber quanto e que comidas providenciar.

× Escolher o cardápio.

× Convidar todos por mensagem, falando pessoalmente ou por ligação.

× Fazer cartões dizendo o lugar de cada pessoa à mesa, ou entregue em mão. Junto com isso, faz-se um croqui com essas posições.

 

Além disso, é importante pensar na decoração da mesa. Ela deve combinar com a situação.

 

Outro aspecto que muda nos jantares é o tipo de serviço utilizado para servir. Pode-se ir desde os mais formais, com garçons, até aqueles onde as próprias pessoas irão se servir:

 

× À Francesa: o garçom apresenta o prato pela esquerda do convidado, com talheres cujos cabos estão voltados a ele, e esse convidado se serve. Estima-se um garçom a cada seis a oito pessoas.

× À Inglesa: alimentos servidos individualmente nos pratos. Somente o prato principal é passado entre convidados.

× À Inglesa Direto: o garçom serve diretamente o convidado, em travessas pelo lado esquerdo. Senhoras são servidas primeiro.

× À Inglesa Indireto: o prato principal fica numa mesa auxiliar, onde é preparado. Na mesa, apenas talheres, copos, guardanapos e sousplats. Esse serviço exige dois garçons para a tarefa que seria de um, colocando o prato pela direita do convidado.

× À Americana: é um serviço com bufê, onde pratos, copos, talheres, guardanapos e elementos auxiliares ficam na ponta da mesa. O cardápio é ajustado num formato mais prático, com carnes cortadas, frangos desossados e pratos em terrinas sobre réchaud (recipientes cerâmicos sobre uma base inox de aquecimento, como em restaurantes mesmo).

 

REFEIÇÕES PELO MUNDO

 

Se você é quem irá viajar e se servir num dado local, deve atentar que as regras de etiqueta podem ser mais específicas. A marca de talheres britânica Langfords lançou uma lista com as ideias de etiqueta ao redor do mundo:

 

× Tailândia: na hora de comer, apenas a pessoa mais rica paga o jantar, considerado um evento social.

 

× México: recomenda-se chegar 30 min depois da hora marcada. Além disso, se comer depois do anfitrião e dizer "Bueno provecho", melhor ainda.

 

× Países britânicos: o garfo deve ser pego na mão esquerda e a faca na direita. Nada de falar de boca cheia!

 

× Oriente Médio: coma em silêncio e não passe comida com a mão esquerda.

 

× Dinamarca: os talheres devem ficar sobre o prato se quiser repetir. Nunca deixe comida sobrando, exceto pequenas migalhas.

 

× Alemanha: sempre que puder, corte com o garfo cada alimento, pois além de ser bem visto, é um sinal elogioso ao cozinheiro ou cozinheira. Não corte a alface, espete com o garfo.

 

× Japão: acredite, lá é correto comer macarrão e sopas fazendo barulho. Por outro lado, uma pessoa nunca serve seu próprio copo com drinques.

 

× Chile: as mulheres se sentam antes. Elas e os homens não podem falar com talheres nas mãos.

 

× Egito: despeje o chá até que transborde um pouco no pires, e nunca olhe a comida do outro.

 

× Mongólia: segure os copos com a palma da mão, e nunca derrame ao tomar ou encher: é sinal de mau augúrio.

 

× Estados Unidos: não sente antes do anfitrião. Também não sopre a comida.

 

× Espanha: use talheres sempre, mesmo com lanches. Se não é comum usar as mãos direto na comida, imagine molhar pão em sopas! É visto como algo rude.

 

× França: se a Espanha preza o talher, a França nem sempre. O pão deve ser rasgado em pedaços com as mãos, e não mordido. Queijo não deve ser posto na fatia do pão.

 

× Rússia: flores que enfeitam a mesa de jantar nunca devem estar em número par. Também não se mistura vodka a outras bebidas.

 

× África do Sul: leve um presente ao anfitrião, entregando em mãos. Comer estando com sapatos e olhando os outros são práticas não recomendadas.

 

× Afeganistão: se o pão cai no chão, erga-o e beije. Ao sentar, os convidados devem ficar o mais longe possível da porta.

 

× Coreia do Sul: mantenha um ambiente pacífico à mesa, comendo nem rápido ou muito devagar. Ao pensar nesse tempo pacífico de comer, não combina bater colher ou hashis contra a vasilha.

 

Veja que até a forma da casa precisa mudar para seguir a etiqueta de cada país.

 

REGRAS VÁLIDAS NO BRASIL - ETIQUETA À MESA

 

Agora falando de Brasil, além dos modos comuns de etiqueta à americana ou à francesa, temos mais regrinhas próprias. A mais clássica é de não colocar cotovelos à mesa: eles pegam farelos, puxam a toalha, fazem a pessoa sentar numa grande largura de mesa e deixam má postura se apoiam. A pessoa que senta ao lado pode levar batidas, ou servirem menos pessoas numa mesma mesa. A quem senta na ponta, uns escondem os demais.

 

Uma dica para não apoiar os cotovelos é não sentar tão perto da mesa. Isso permite esticar os braços sem se sentir desconfortável.

 

O guardanapo vai ao colo, sendo usado para limpar a boca a partir dali. Facas e garfos não devem ser apoiados na mesa ou voltarem para ela depois de usados. A posição é sobre a borda superior do prato.

 

Ideias básicas de não se apressar a comer, não se servir sozinho (ver quantidade de comida e pessoas a se servirem), cuidar ao falar e lavar as mãos sempre valem. As garfadas devem ser pequenas e cortado apenas o alimento a comer na mesma hora.

 

Não vá reger orquestra: talher não é para gesticular. O alimento é que vai à boca, sem se dobrar - ao se deslocar em sentido à comida, você se abaixa, abre os braços e fica em má postura. Não faça gestos bruscos.

 

Ossos e caroços são um pequeno dilema. O ideal é não pegar ossos com a mão e raspar delicadamente. Caroço deve ser retirado tampando com as mãos e o colocando no cantinho do prato.

 

Uma dica difícil, certo modo, é com a massa. Espaguete e talharim devem ser enrolados com o garfo, sem cortar. Problema disso é que, sendo comida com molho, pode sujar. Deve haver o cuidado de colocar pouca massa, e ir treinando.

 

Alface também não é cortada. Nesse caso, deve-se fazer uma trouxinha antes de levar à boca.

 

AINDA FALANDO DE CONFRATERNIZAÇÃO

 

A hora de comer e se se portar vai refletir o grau de civilidade e cordialidade das pessoas, mas não é a única forma, pensando em confraternizar ou mesmo na vivência em sociedade. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, vamos falar também quando se trata de sons, músicas diversas:

 

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