Microplásticos e nanoplásticos nos seres vivos - uma consequência dos nossos hábitos

 Ciência & Saúde

 

Todo consumo possui uma consequência: se um produto é muito prático e pouco utilizado, facilmente descartável e sem potencial de reciclagem, nem sempre seu caminho vai ser o mais adequado, podendo parar... até dentro de nós! Vamos saber mais?

 


Olhe só quantos descartáveis acumulados na orla!
[Poluição que vai parar até dentro da gente. Imagem: sergeitomakov / Pixabay]


 

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MICROPLÁSTICOS E NANOPLÁSTICOS: O QUE SÃO E COMO SE FORMAM?

 

Nada que existe na Terra é colocado "fora", apenas muda de lugar. Os plásticos descartados, principalmente em corpos d'água ou galerias pluviais, ou degradados por aí, viram partículas de menor diâmetro, que pode ser da ordem de micrômetros (os microplásticos) ou até de nanômetros (os nanoplásticos). Uma partícula desse tamanho pode facilmente ser deslocada de um lugar a outro, ou ser confundida com outros pós.

 

COMO VÃO PARAR NOS SERES HUMANOS?

 

Esse tamanho é um grande problema. Como há animais que consomem essas partículas, pensando ser alimento, acabamos ingerindo também pela cadeia alimentar. Mesmo peixes pescados em "alto-mar" podem ter esses microplásticos. A respiração também pode fazer com que os seres humanos inalem os microplásticos.

 

A produção de plásticos cresceu muito nas últimas décadas, e até então não se sabia que eles poderiam parar até dentro de nós. Em 2020, a revista Galileu noticiou uma pesquisa que conseguiu identificar esses plásticos em nosso corpo, o que é alarmante, ainda mais por não serem biodegradáveis, possibilitando alguma forma de acumulação no corpo. Outras pesquisas já permitiram saber que há microplásticos até nos polos, e que eles circulam pelos oceanos.

 

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?

 

Não apenas saber que os microplásticos se acumulam no corpo é um desafio, mas o que acontece se eles se acumulam em nós, o que motiva outras pesquisas. Caixeta, Silva Júnior e Caixeta (2019) citam, com base em levantamento bibliográfico, algumas possíveis consequências, como implicações no intestino e outros órgãos; efeitos tóxicos, devido à indução de bloqueio intestinal e/ou tecidual, além de fibroses, congestão e inflamações. Outros efeitos precisarão ser avaliados futuramente, e não será difícil de achar pessoas com resíduos de plástico para desenvolver os estudos, infelizmente.

 

PENSANDO DE FORMA CÍCLICA

 

Mudanças de hábitos podem evitar o aumento da concentração de plásticos depositados em corpos d'água e a formação dos microplásticos. Ao priorizar alguns produtos mais duráveis e evitar outros, você direciona o mercado. Outro fator pode estar nos seus utensílios domésticos, onde, sempre que possível, é melhor evitar plásticos.

 

Outras mudanças são mais profundas, vindo de regulação governamental e adaptação de mercado. A criação de cadeias de economia circular, evitando depositar resíduos, mas fazê-los girar a economia, é um grande passo para evitar o aumento do problema.

 

AS SACOLAS RETORNÁVEIS

 

Usar produtos retornáveis, como sacolas, é uma transformação de hábitos que causa um impacto grande, inclusive para reduzir a disseminação de microplásticos. No post abaixo, saiba um pouco mais sobre esse tema:

 

 

 

E AINDA MAIS PARA VOCÊ:

👉 As sacolas retornáveis e as mudanças que elas trazem (I)

 

 

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Frederico César Caixeta; Udenilson Nunes da Silva Junior; Danila Soares Caixeta. Nanoplásticos e microplásticos: um complexo problema de saúde pública. In: ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE, 2019, Cuiabá. Anais eletrônicos... Campinas, Galoá, 2019. Disponível em: <https://proceedings.science/cbmfc-2019/papers/nanoplasticos-e-microplasticos--um-complexo-problema-de-saude-publica-2?lang=pt-br>

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