As sacolas retornáveis e as mudanças que elas trazem (I).


Em busca de novos hábitos que sejam mais sustentáveis e permitam com que não percamos o conforto, mas promovamos menos impactos ambientais, o uso de sacolas retornáveis foi incluído no rol destes novos costumes. Como toda mudança, há opiniões favoráveis e contrárias a ela, incluindo indivíduos totalmente céticos em relação aos efeitos favoráveis da migração.
Todos os anos, os supermercados brasileiros distribuem cerca de 12 bilhões de sacolas, segundo a Associação Brasileira de Supermercados. Em grande escala, elas custariam cerca de R$ 0,04 a 0,20 por unidade. Alguns opositores da transição apontam que os supermercados estariam apoiando as Leis de proibição da distribuição da sacola plástica comum por que desejam faturar muito com os consumidores desavisados que ainda forem ao supermercado sem suas sacolas e, por esquecer-se de levá-las, teriam de adquirir sacolas por um preço mais caro, muito maior que os vinte centavos.
Neste momento aparece uma das características na criação deste novo hábito: alguém teria que começar. Muitas pessoas não iriam adotar a sacola retornável se possuírem sacolas gratuitas à vontade para carregarem as suas compras. Em São Paulo, após polêmica nas Leis de Restrição, retornou a distribuição e, segundo consumidor entrevistado por repórter da TV Globo, “já que estão entregando, decidi aproveitar”. Este ‘aproveitar’ mostra que a população acredita que a sacola plástica é um prêmio pela compra, e não um custo latente. O uso destas sacolas para a destinação final do lixo também contribui muito para esta visão.
Algumas capitais do país implementaram a distribuição de sacolas oxi-biodegradáveis. Entretanto, estas sacolas continuam sendo distribuídas indiscriminadamente. Este tipo de sacola é útil, mas só há benefício à natureza se houver usina de compostagem no local de destino do lixo orgânico. Neste caso, não estamos considerando as diversas ocorrências de destinação incorreta de sacolas plásticas, que geram poluição em matas, campos e regiões hidrográficas; às vezes servindo de alimento para animais, tanto aquáticos, como as tartarugas quanto terrestres, como as vacas, levando-os a óbito.
Algumas iniciativas interessantes promovidas em diversos municípios brasileiros merecem destaque e poderiam ser repetidas em outros locais de nosso país. No município gaúcho de Vacaria, foram realizadas campanhas de distribuição de sacolas gratuitas ao público, tanto nos supermercados quanto na feira livre.  
No caso da feira, após um determinado valor gasto em uma banca, o consumidor recebeu um cupom valendo determinada pontuação. Após número X de pontos, o indivíduo poderia trocar seus cupons por uma sacola retornável distribuída pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Foi estabelecido um período longo para que a população pudesse juntar cupons de acordo com suas possibilidades de compra nas bancas.
Já nos supermercados, cada estabelecimento fabricou e distribuiu sacolas retornáveis com o seu logotipo e o de anunciantes, viabilizando a distribuição. Claro que não se pode deixar de perceber que esta iniciativa mostra uma forma de espalhar propagandas quase gratuitas por aí, entretanto o consumidor, por receber gratuitamente as sacolas retornáveis também se sentiu beneficiado e passou a adotá-las em suas compras. Uma rede de supermercados presente na cidade estimulou ainda mais o uso das sacolas que distribuiu, com uma promoção em que a cada compra com o uso apenas da sacola retornável, o consumidor recebeu um cupom para concorrer a uma moto.
Grandes redes de supermercados e farmácias oferecem descontos ou pontos em programas de fidelidade para quem deixar de usar as sacolinhas. Institutos que promovem iniciativas de preservação ambiental, como o Akatu, promovem concursos culturais visando premiar boas ideias para divulgar este tema e fortalecer esta campanha.
Em breve, publicaremos mais posts sobre o assunto, em que colocaremos dicas de uso consciente e racional de sacos plásticos, nas mais diversas situações. Aguarde. □ 

Veja também: (Literatura) O que se diz

 

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