Cultura
& Comportamento
A busca por uma sociedade
que integre em todas as suas funções as pessoas de diferentes cores de pele e
etnias é um esforço de anos, levado por muitas gerações. Já tivemos avanços,
mas é preciso mexer em mais coisas que parecem realidades inofensivas e até
mesmo parecem serem progressos em um primeiro momento, como reflorestamentos-de-uma-espécie-só.
Vamos entender um pouco
mais sobre a síndrome do negro único, como ela ocorre e o que precisará acontecer
para que tenhamos um futuro diferente. Leia mais nos parágrafos a seguir.
[Desafio agora é sair da síndrome do negro único. Imagem: Pexels/Pixabay] |
COMEÇANDO A INTEGRAÇÃO SOCIAL E ACEITAÇÃO
Nosso país, assim como
vários outros ao redor do mundo, foi construído com base escravocrata, com
predominância da mão de obra negra. A escravidão chegou ao fim, mas os
indivíduos que receberam a liberdade não tiveram, paralelamente ao ganho desse
direito, condições de assumir mais funções na sociedade e ganhar destaque.
Essa realidade teve mudanças
com o passar do tempo e surgiu o entendimento de que pessoas negras são seres
humanos, com qualidades, defeitos e muita capacidade intelectual, descendentes
de pessoas que perderam a liberdade e foram obrigadas a trabalhar em condições
degradantes. Atualmente, é comum que notemos a falta de pessoas negras em diferentes
funções, assumindo o espaço que lhes cabe em todas as funções políticas e
econômicas.
Mas, como mencionado, houve
mudanças. De nenhuma pessoa nessas funções, por vezes, encontramos um representante
negro em meio aos demais. Esse representante seria um símbolo aos demais, sendo
fixada nele toda a ideia a respeito das pessoas com sua cor de pele, bem como
um instrumento de busca da integração social, como se fosse uma “cota” por ele ocupada.
A presença desse elemento
único é conhecida como a ‘síndrome do negro único’. Ela é um passo na integração
social, mas não pode parar nessa etapa. Não podemos ter apenas um em uma
sociedade de um país com maioria negra. A distribuição de pessoas com diferentes
cores de pele nas mais diferentes funções deve ser, naturalmente, a mesma que
vemos na população em geral.
O PRÓXIMO PASSO
Já há algumas práticas
interessantes que podem fazer com que deixemos a síndrome do negro único e
passemos a ter mais pessoas em todas as funções da sociedade. Uma delas é a mudança
dos sistemas de seleção de candidatos a vagas de emprego em empresas.
Como competência deve ser o
principal critério, podem ser adotados métodos que envolvam provas escritas e
entrega de currículos sem nome e foto, pois evitariam preconceitos dos
recrutadores pelas impressões causadas por uma foto. Também podem ser feitas
bancas de entrevistas, com pessoas diferentes fazendo a seleção e chegando a um
critério de consenso para a seleção.
Outro passo é melhorar a
presença de pessoas negras em graus acadêmicos e técnicos mais elevados,
tornando-as mais competitivas para lutar por essas vagas. A princípio, as cotas
raciais permitem esse acesso, mas é preciso ter cuidado: antes disso, é preciso
realizar políticas sociais que permitam às pessoas negras terem condições de
chegar lá na faculdade e se manter.
Só que nada disso vai valer
se não for quebrada a ideia de que pessoas negras seriam “inferiores,
preguiçosas, marginais, vitimistas...” e todos aqueles adjetivos
depreciativos que tentam justificar a manutenção de uma realidade que não faz
sentido. Campanhas educativas e a abordagem de combate ao racismo nas escolas básicas
são muito importantes, para quebrar ideias que impedem pessoas negras de receberem
as merecidas oportunidades.
Já tivemos escravidão porque
algumas pessoas se consideraram superiores às outras (isso falando de escravos
negros ou de outras etnias) e acreditavam fielmente nisso. O racismo se mantém,
dentre outros motivos, porque ainda há pessoas que creem nessas divisões e as
perpetuam. Esse ciclo precisa se romper, e os movimentos atuais como #BlackLivesMatter
ou #VidasNegrasImportam demonstram essa necessidade.
E DE QUANDO VÊM ESSA LUTA?
A luta pelo fim da desigualdade
entre negros e as demais etnias no Brasil é paralela à escravidão. Se hoje
ainda conseguimos ter a realidade da síndrome do negro único, foi depois de
muitos movimentos contrários ao racismo.
É possível visualizar essa
realidade quando observamos alguns dados estatísticos no Brasil e as Leis que
foram criadas com o intuito de combater o racismo. Na sugestão de postagem que
você encontra logo abaixo, o Blog do Mestre apresenta um pouco mais sobre esse
assunto, incluindo alguns desses dados.
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