Ao longo dos anos nota-se a diminuição do
preconceito racial, mas esta não é uma realidade absoluta: a população negra
ainda está marcada pelos resquícios da escravidão. Na sociedade brasileira do
século XIX, havia um ambiente favorável ao racismo, dificultando a integração
do negro. No Brasil republicano predominava o ideal de uma sociedade civilizada
como a europeia, onde não havia a participação senão de caucasianos. Este ideal
contribuía para a existência de um sentimento contrário aos negros, pardos,
mestiços ou crioulos, sentimento este que se manifestava de várias formas: pela
repressão às suas atividades culturais, restrição de acesso a certas profissões
- as "profissões de branco" (profissionais liberais, por exemplo) -
bem como ao acesso a logradouros públicos, à moradia em áreas de brancos, à
participação política, e muitas outras formas de rejeição.
O problema chamado Racismo permanece
apesar da convivência aparentemente amistosa entre os diferentes grupos
étnicos. A Constituição Brasileira proíbe a discriminação e, dessa
forma, pode-se formar um retrato enganoso da realidade de fato. Os negros ainda
recebem salários inferiores aos brancos em cargos iguais.
Conforme descrito pela PNAD realizada no
ano de 2000, o rendimento médio dos homens negros e pardos corresponde,
respectivamente, a sessenta e três per cento (63 %) e sessenta e oito per cento
(68%) do rendimento dos homens brancos, proporção que se mantém em relação às
respectivas mulheres. Esta pesquisa também nos diz que negros e pardos têm
escolaridade inferior ao nível branco, o que explicaria este desnível de renda.
Os negros enfrentam maiores dificuldades para permanecer na escola apresentando
indicadores educacionais fracos e entravam em uma universidade com dificuldade
maior ainda. Antes da implantação de cotas raciais, a probabilidade de um negro
entrar no ensino superior era de dezoito per cento (18 %), enquanto a de um
branco era de quarenta e três per cento (43 %). As cotas raciais geram
polêmicas, pois apesar de serem criadas para diminuir os desníveis sociais
entre brancos e negros, gera uma sensação de injustiça entre os não-negros que
argumentam que as cotas passam por cima do item competência e criam um novo
abismo étnico.
Muitas destas pesquisas como a PNAD ou o
Censo demonstravam que nem todo o povo negro declarava a sua etnia nas
entrevistas, fato que vêm mudando paulatinamente, segundo pesquisa DATAFOLHA.
Segundo o instituto, diminuiu a população que se declarava branca e aumentou a
que se declarava de outras etnias, como o negro e amarelo, por exemplo.
Entretanto, aumentou a quantidade de negros que declaram já ter sofrido
discriminação no trabalho: de quarenta e cinco per cento (45 %) no ano de 1995
para cinquenta e cinco per cento (55 %) em 2010.
A luta dos afrodescendentes brasileiros
existe possibilitando vários avanços, com as seguintes leis vigentes no Brasil:
-
Lei nº 7 716, de 05 de janeiro de 1989 – determina punições as mais
diversas formas de racismo;
-
Lei nº 10 639, de 09 de janeiro de 2003 – Inclui História e cultura
afro-brasileira no currículo escolar;
-
Decreto nº 4 228, de 13 de maio de 2002 – Cotas reservadas a negros nas
empresas, entre outras determinações.
E ainda assim há casos recentes de
discriminação explícita em que cartazes oferendo vagas põem como requisito
básico não ser negro, por exemplo.
Este problema sério que é a discriminação
racial contra o afrodescendente pode ser amenizado, mas não extinguido num
espaço curto de tempo porque infelizmente ocorre uma manutenção de geração para
geração da ideologia de inferioridade e demais atributos ligados injustamente
aos negros. Brancos, negros, pardos, ... são iguais em qualidades e defeitos e
isso que devemos ter em mente.
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