Situações curiosas: falando de sustentabilidade versus contágio pelo coronavírus.

Ciência & Saúde  


Em tempos de crise, pandemias ou outras situações atípicas, parece que todas as realidades e referências de comportamentos importantes são reviradas. Isso também vale quando falamos de sustentabilidade, onde aparecem aspectos negativos e positivos em meio às quarentenas que aconteceram e acontecem pelo mundo.

 
https://www.oblogdomestre.com.br/2020/05/Sustentabilidade.Coronavirus.Impactos.CienciaESaude.html
[Padrões de mundo alterados pelo COVID-19. Imagem: Miroslava Chrienova/Pixabay]



CÉU MAIS LIMPO


A redução de atividades humanas levou a uma diminuição do consumo de combustíveis fósseis, pois muitas pessoas passaram a ficar em casa. Deslocamentos foram reduzidos a atividades envolvendo saúde e alimentação.

Imagens de satélite sofreram alterações, percebidas após um ciclo da resolução temporal de captura. Mesmo em locais onde há metrópoles e megalópoles, o efeito foi sentido. Com os pés na terra, equipes de televisão também registraram o fato, com destaque para a capital paulista aqui no Brasil.

Experimentamos um ar mais limpo, o que seria muito bom para atividades ao ar livre. Por outro lado, não seria possível fazer essas atividades sem um grande risco de contágio.

USE SEU CARRO


Em épocas típicas, defende-se enormemente o transporte público, pois é algo insustentável que cada um queira andar com um carro, pelo consumo de combustíveis fósseis, engarrafamentos, desperdício de tempo e queda da qualidade de vida. Essa lógica se reverteu completamente: como o que se quer evitar é o contato com pessoas, e todos sabem que transporte público e lotação são sinônimos em nosso país, o jeito foi colocar cada um no seu carro.

Nessa condição, quem optou por não ter carro em outro momento saiu prejudicado, quando isso foi necessário. Por mais que o recomendável fosse não sair, trazer compras de supermercado, quando volumosas ou mais pesadas, é tarefa ingrata para uma pessoa ir à pé. Nesse aspecto, portanto, o sustentável caiu de lado temporariamente.

ENSACAR BEM PARA DESCARTAR / EXCESSO DE DELIVERY


O uso de plástico para itens de descarte rápido gerou e ainda gera muito lixo, sendo que parte dele acaba nos oceanos, virando comida de animais ou sendo depositado. A destinação correta do lixo é um passo importante, e outro é evitar que o lixo seja gerado.

Durante a pandemia de coronavírus, acelerou-se a tendência ao delivery, que precisa ser bem embalado para não chegar frio ou deformar no caminho... Embalagem de comida é algo sujo e, quase sempre irá parar suja mesmo na lixeira.

Também foi recomendado que se isolasse "bem" o lixo. Em período comum, não se recomenda nem pegar sacola plástica, o que dirá ficar "reforçando" algo com plástico. Para reduzir a possibilidade de contaminação de quem faz a seleção dos resíduos, houve uma prefeitura brasileira que distribuiu sacos vermelhos para o descarte das máscaras.

DESCARTE DE BENS E MERCADORIAS


Desperdício e descarte de comidas e outros bens próprios para uso ou consumo são uma lógica ruim que se confirmou com a parada. As atividades econômicas capitalistas se baseiam na geração de excedentes à subsistência e a venda desse excedente para garantir o sustento familiar e investimentos.

Quando a atividade econômica se reduz, o excedente que existia deixou de fazer sentido.   Como o isolamento era importante, no caso da comida, doações seriam algo complicado... e em casos como de flores para arranjos, como ilustrou o programa Globo Rural, eram itens não essenciais que foram descartados por passar do ponto.

Além do descarte dos produtos, ao falar em sustentabilidade, é preciso pensar na cadeia produtiva. Foram consumidos água e outros recursos naturais e não se gerou riqueza e trabalho.

A GERAÇÃO DE RENDA


Sob a esfera social da sustentabilidade, vimos camadas mais vulneráveis da sociedade sem ter condições de cuidar da saúde, por falta de itens básicos. Por outro lado, reforçou-se a ideia do comércio local, menos impactante no meio e maior gerador de empregos.

Pensando também na esfera social, ficou evidente a fraqueza das pessoas em administrar suas finanças. Excluindo aquelas pessoas que ganham pouco, as pessoas com empregos formais não possuíam reservas de emergência, importantes para esses momentos, pois emprego depende de economia andando.

POR FIM,


Falar em períodos atípicos, como esse de pandemia, torna complicado pensar em práticas mais sustentáveis, dados alguns aspectos ambientais, sociais e econômicos. A lógica de vários comportamentos se reverte pela excepcionalidade. Se um céu mais limpo pareceu interessante, outros itens apontam que o momento não é nada sustentável, mas necessário para manter a saúde.


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