Ciência
& Saúde
Em tempos de crise,
pandemias ou outras situações atípicas, parece que todas as realidades e
referências de comportamentos importantes são reviradas. Isso também vale
quando falamos de sustentabilidade, onde aparecem aspectos negativos e
positivos em meio às quarentenas que aconteceram e acontecem pelo mundo.
CÉU MAIS LIMPO
A redução de atividades
humanas levou a uma diminuição do consumo de combustíveis fósseis, pois muitas
pessoas passaram a ficar em casa. Deslocamentos foram reduzidos a atividades
envolvendo saúde e alimentação.
Imagens de satélite
sofreram alterações, percebidas após um ciclo da resolução temporal de captura.
Mesmo em locais onde há metrópoles e megalópoles, o efeito foi sentido. Com os
pés na terra, equipes de televisão também registraram o fato, com destaque para
a capital paulista aqui no Brasil.
Experimentamos um ar mais
limpo, o que seria muito bom para atividades ao ar livre. Por outro lado, não
seria possível fazer essas atividades sem um grande risco de contágio.
USE SEU CARRO
Em épocas típicas,
defende-se enormemente o transporte público, pois é algo insustentável que cada
um queira andar com um carro, pelo consumo de combustíveis fósseis,
engarrafamentos, desperdício de tempo e queda da qualidade de vida. Essa lógica
se reverteu completamente: como o que se quer evitar é o contato com pessoas, e
todos sabem que transporte público e lotação são sinônimos em nosso país, o
jeito foi colocar cada um no seu carro.
Nessa condição, quem optou
por não ter carro em outro momento saiu prejudicado, quando isso foi
necessário. Por mais que o recomendável fosse não sair, trazer compras de
supermercado, quando volumosas ou mais pesadas, é tarefa ingrata para uma
pessoa ir à pé. Nesse aspecto, portanto, o sustentável caiu de lado
temporariamente.
ENSACAR BEM PARA DESCARTAR / EXCESSO DE DELIVERY
O uso de plástico para
itens de descarte rápido gerou e ainda gera muito lixo, sendo que parte dele
acaba nos oceanos, virando comida de animais ou sendo depositado. A destinação
correta do lixo é um passo importante, e outro é evitar que o lixo seja gerado.
Durante a pandemia de
coronavírus, acelerou-se a tendência ao delivery, que precisa ser bem embalado
para não chegar frio ou deformar no caminho... Embalagem de comida é algo sujo
e, quase sempre irá parar suja mesmo na lixeira.
Também foi recomendado que
se isolasse "bem" o lixo. Em período comum, não se recomenda nem
pegar sacola plástica, o que dirá ficar "reforçando" algo com
plástico. Para reduzir a possibilidade de contaminação de quem faz a seleção
dos resíduos, houve uma prefeitura brasileira que distribuiu sacos vermelhos
para o descarte das máscaras.
DESCARTE DE BENS E MERCADORIAS
Desperdício e descarte de
comidas e outros bens próprios para uso ou consumo são uma lógica ruim que se
confirmou com a parada. As atividades econômicas capitalistas se baseiam na
geração de excedentes à subsistência e a venda desse excedente para garantir o
sustento familiar e investimentos.
Quando a atividade
econômica se reduz, o excedente que existia deixou de fazer sentido. Como o isolamento era importante, no caso da
comida, doações seriam algo complicado... e em casos como de flores para
arranjos, como ilustrou o programa Globo Rural, eram itens não essenciais que
foram descartados por passar do ponto.
Além do descarte dos
produtos, ao falar em sustentabilidade, é preciso pensar na cadeia produtiva.
Foram consumidos água e outros recursos naturais e não se gerou riqueza e
trabalho.
A GERAÇÃO DE RENDA
Sob a esfera social da
sustentabilidade, vimos camadas mais vulneráveis da sociedade sem ter condições
de cuidar da saúde, por falta de itens básicos. Por outro lado, reforçou-se a
ideia do comércio local, menos impactante no meio e maior gerador de empregos.
Pensando também na esfera
social, ficou evidente a fraqueza das pessoas em administrar suas finanças.
Excluindo aquelas pessoas que ganham pouco, as pessoas com empregos formais não
possuíam reservas de emergência, importantes para esses momentos, pois emprego
depende de economia andando.
POR FIM,
Falar em períodos atípicos,
como esse de pandemia, torna complicado pensar em práticas mais sustentáveis,
dados alguns aspectos ambientais, sociais e econômicos. A lógica de vários
comportamentos se reverte pela excepcionalidade. Se um céu mais limpo pareceu
interessante, outros itens apontam que o momento não é nada sustentável, mas
necessário para manter a saúde.
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