História
Uma crise econômica não é
exclusividade de um único país, ainda mais pensando no conceito de economia
globalizada. A relação entre as economias de diferentes países existe há muitos
anos, sendo um clássico exemplo a crise de 1929. Por meio deste artigo, você vai
saber um pouco mais desse episódio histórico que teve origem na Primeira Grande
Guerra e na economia dos Estados Unidos da América, que já eram a maior
economia do planeta.
![]() |
[Bandeira estadunidense. Imagem: Free-Photos/Pixabay] |
O PERÍODO PÓS-GUERRA
Os Estados Unidos viveram os
anos 1920, até o começo da crise em 1929, em uma realidade político-econômica
que parecia ser extremamente próspera. A produção industrial e o comércio
cresceram de forma vertiginosa por conta das vendas efetuadas à Europa em
reconstrução, bem como pela manutenção de um estilo de vida fortemente
consumista (o American way of life).
Para se ter uma ideia,
segundo dados apresentados pelo Historiador Daniel Neves, no portal Brasil
Escola, no período de 1923 a 1929, a
taxa de desemprego era de 4 %, o comércio aumentou cinco vezes o faturamento, a
indústria automobilística aumentou a produção em 33 % e o dado mais imponente:
42 % de todas as mercadorias produzidas no mundo eram de produção
estadunidense. Nem toda a matéria-prima necessária para toda essa produção era
nacional, havendo importações.
O QUE LEVOU À CRISE?
Três fatores são apontados como
causas para a crise de 1929:
- Política de extremo
liberalismo econômico.
- Recuperação econômica
europeia.
- Especulação financeira e
a quebra da bolsa de valores.
A política econômica dos
governos estadunidenses era de liberalismo econômico. É interessante, para a
economia de um país, que não haja excesso de intervenção do governo na
economia, mas a falta de regulação também possui efeitos prejudiciais, como a
crise de 1929 pôde demonstrar. Havia um grande mercado descontrolado, capital
liberado e poucas regras.
Os Estados Unidos tiveram
um ganho de demanda forte na recuperação da Europa arrasada pela Primeira
Grande Guerra, mas essa produção de bens diversos passou a ficar encalhada com
a recuperação europeia. A indústria precisa de sincronia entre consumo e
demanda, pois estoques são acúmulo de espaço e capital – necessários, mas no
mínimo possível – e começaram a crescer.
Não só as mercadorias
estadunidenses começaram a se acumular, mas o mercado financeiro também sofreu
um grande baque. Nas bolsas de valores, as próprias frações de empresas (chamadas
de ações) sofreram valorização que não condizia com o crescimento econômico.
Houve especulação financeira (o que denomina práticas que envolvem compra e
venda de ações com valorização rápida) e posterior queda dos preços das ações
por conta do efeito manada de venda com a crise (com destaque para 24 de
outubro de 1929 - a quinta-feira-negra). Muitos investidores tiveram prejuízos
e alguns chegaram a sacrificar a própria vida. Um ano após, a bolsa de valores
se reergueu, e muitas outras pessoas já sentiam efeitos como falência e
desemprego.
DEPOIS, O QUE ACONTECEU?
O então presidente Herbert
Hoover não tomou quaisquer medidas econômicas que visassem reverter os graves
efeitos da crise econômica. Tal postura fez com que se adiasse a retomada do crescimento
econômico considerando, obviamente, condições mais realistas. Outro efeito foram
as crises econômicas que ocorreram em países europeus e latino-americanos,
incluindo o Brasil.
Naquela época, já era
necessária a intervenção estatal, que é indesejável em momentos de economia próspera,
mas fundamental para a saída de crises. Lições daquela época justificam os
movimentos para estímulo à economia com transferência de renda que ocorrem
atualmente nos Estados Unidos, Brasil e outros países em função da pandemia de
coronavírus.
REFLEXOS NO BRASIL
O Brasil possuía uma
economia baseada na produção agrícola, com destaque para a produção de café. Os
EUA compravam a maior parte da produção brasileira de café, cenário que se
reverteu com a grande depressão.
No Brasil, Getúlio Vargas
despontou no cenário político e teve de tomar medidas de cunho econômico para
reverter o cenário de crise. A cafeicultura envolvia muitos produtores e
empregos. Durante um prazo de três anos, foram proibidas novas plantações.
Parece difícil falar em
destruição de alimentos, mas isso acabou ocorrendo. Com a superprodução de
café, o governo comprou oitenta milhões de sacas de 60 kg para queimar e assim
forçar uma subida de preços.
A volta à normalidade nos
preços do café só viria a ocorrer no final da década de 1930. Durante esse
tempo, os cafeicultores decidiram mudar seus investimentos e passaram a investir
em novas indústrias nacionais, alavancando o setor no Brasil.
COMO OS EUA SE RECUPERARAM?
Com o fim do governo de Hoover,
Franklin Delano Roosevelt assumiu a presidência dos Estados Unidos da América,
com uma proposta extremamente oposta à do antecessor, fruto do momento que o
país enfrentava. Surgiu o New Deal, que era um conjunto de políticas
intervencionistas para reverter os efeitos da grande depressão.
O setor de construção civil
envolve uma grande quantidade de mão de obra por ser extremamente artesanal, principalmente
nas economias menos desenvolvidas. A industrialização da construção é tendência
para o futuro, mas em um cenário há quase cem anos, era diferente, mesmo nos
EUA. Roosevelt, dessa forma, promoveu grandes obras públicas estatais, o que
aumentou a demanda por mão de obra, gerando empregos e estimulando a economia
por meio da construção civil pesada.
Além das obras, o governo
também começou a controlar os preços de produtos no mercado, a fim de controlar
a perda desenfreada do poder de compra, isto é, a inflação. Fazendeiros
estadunidenses puderam participar de um programa de empréstimos para que
pudessem ser pagas as dívidas e retomados o crédito e a produção.
Ao final dos anos 1930,
houve um novo impulso à indústria estadunidense. O processo de desenvolvimento
armamentista da Segunda Guerra Mundial gerou um crescimento muito rápido, e os
EUA permaneceram como a maior economia mundial. Não houve batalhas em solo
americano, diferentemente da Europa, novamente arrasada por uma guerra.
□
GOSTOU DESTA POSTAGEM ☺? USANDO A BARRA DE BOTÕES, COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS 😉!
0 Comentários
Seu comentário será publicado em breve e sua dúvida ou sugestão vista pelo Mestre Blogueiro. Caso queira comentar usando o Facebook, basta usar a caixa logo abaixo desta. Não aceitamos comentários com links. Muito obrigado!
NÃO ESQUEÇA DE SEGUIR O BLOG DO MESTRE NAS REDES SOCIAIS (PELO MENU ≡ OU PELA BARRA LATERAL - OU INFERIOR NO MOBILE) E ACOMPANHE AS NOVIDADES!