Cultura
Nesse último ano, diferentes questões
entraram em pauta de discussões acaloradas. Estamos em um momento onde a
economia precisa progredir e um desejo de mudança ecoou no Brasil. Mas, além
desse desejo, estamos precisando ver questões importantes de maneira menos
apaixonada e mais realista. O que existe não é perfeito, mas nem tudo o que
existe é ruim e precisa acabar (segundo os mais radicais), como é o caso das
universidades federais.
[Imagem: athree21/Pixabay] |
Dizer que são locais perdidos, onde todos
são "comunistas" e "maconheiros" e andam
"pelados" é uma simplificação absurda da realidade. O nível de
exigência para aprovação nessas universidades é bem maior, a começar pelo
ingresso via concurso vestibular.
É justamente o capital humano que é o maior
bem das universidades. Como elas selecionam alunos melhores, quem desejar
entrar ou se manter deverá se esforçar bastante.
Pensando em termos de formação prévia, as
universidades acabam sendo mais difíceis para alunos advindos de escola
pública, mas não impossíveis. Existem cotas de entrada, cursinhos gratuitos de
pré-vestibular e reforço escolar após a entrada em disciplinas.
E o profissional lá formado terá condições
de brigar por boas vagas de emprego por ser capacitado. Aquela exceção que vier
a cair nas drogas, infelizmente, não terá condições de seguir em seu curso,
pois sofrerá com reprovações diante da pressão por desempenho.
Em relação a recursos, uma universidade
custa muito mais do que uma escola de ensino básico. Isso deve pela exigência
de equipamentos caros, materiais e outros itens mínimos que servem tanto à
pesquisa como às aulas de formação dos profissionais.
As escolas públicas de ensino básico
precisam melhorar. Isso é fato. Muitos alunos aprendem momentaneamente o que
são ensinados, mas não carregam as lições mais tarde. Em parte, uma melhor
educação básica dependeria de recursos, para remunerar professores e oferecer
melhor infraestrutura. Esses professores também devem ter auxílio para expandir
sua formação universitária.
O restante está em um item importante,
chamado cobrança. Os alunos precisam ser cobrados a saber e aplicar o que
conheceram, afinal seus professores os ensinaram. Em casa, os pais devem
estimular seus filhos a saber e que isso é bom, sem o discurso de "não-usar-isso-para-a-vida".
Mesmo porque nas universidades eles serão cobrados, principalmente se públicas,
onde não há o compromisso de aprovação implícito. E esse fator é importante
para a garantia da qualidade, devendo ser espelhado no ensino básico.
Conforme mencionado, universidades custam
caro. Não vale comparar custos com universidades particulares pequenas, mas com
alguns casos de boas universidades particulares, como PUC, por exemplo. Para
fazer pesquisa, é necessário tempo, esforço, dedicação integral, equipamentos e
materiais ... e na pós-graduação, ainda há as bolsas, que ajudam os pós-graduandos
a se manter no período da pesquisa, mas não são fortunas e, em caso de
desistência ou desempenho insuficiente, devem ser devolvidas. O financiamento
disso tudo é uma questão-chave.
Cobrar mensalidades pela formação em
graduação talvez não seja um bom caminho. Bacharéis podem demorar muito a ter
retorno dos valores que investiram ao ir para o mercado e começar em suas
profissões. Há um ganho social grande em haver profissionais mais capacitados
no mercado, e isso justifica o custo, além de vários serviços prestados à
comunidade.
Para evitar que alguns itens das
universidades federais sigam passando por sucateamento, e conseguir manter a
infraestrutura, um bom caminho pode ser afinar propostas de financiamento
privado em pesquisas, como propôs o ministro Marcos Pontes. Ainda ocorrem projetos com financiamento
privado de pesquisa em universidades públicas, mas eles são difíceis de aprovar
(burocráticos) e acontecem pouco.
Outro caminho estaria em oferecer os cursos
acadêmicos de graduação, mestrado e doutorado ainda gratuitos, e
especializações e cursos livres pagos, pois eles têm foco em mercado e são bem
procurados, pelo upgrade
profissional. Algumas experiências ocorrem com cursos extracurriculares de
línguas, onde são oferecidos a valores menores do que escolas de idiomas e as
aulas são dadas por estudantes de línguas em mestrado e doutorado, que ganham
experiência de aula.
Para esse financiamento misto ocorrer, seria
necessário melhorar aspectos legais e oferecer maior facilidade para
financiamento. Assim, com o ensino superior fortalecido e economicamente
viável, junto com a melhoria do ensino básico (sem o detrimento de um em função
do outro) é que teremos a virada da educação.
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👉 E ainda mais
para você: Como
funcionam os programas de mestrado e doutorado nas universidades públicas
brasileiras?
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