Ciência & Saúde
Com o segundo episódio de vazamento de
barragem de rejeitos em menos de três anos, as atenções voltam-se novamente
para o setor de mineração. Apesar de gerar emprego e riquezas, vem deixando de
lado um aspecto muito importante, que é o da segurança.
[Local arrasado pela tragédia. Imagem: Revista Veja] |
Rejeito, em geral, é todo aquele material
advindo de atividades humanas para o qual não existe (ou ainda não foi
viabilizada economicamente) possibilidade de utilização na cadeia produtiva,
necessitando apenas o descarte e disposição final em um local adequado, que
evite contaminações. Nos aterros sanitários, deseja-se evitar que o chorume
atinja o lençol freático, e nessas barragens, que metais pesados diversos
contaminem água e solo, após a separação da fração comercialmente útil dos
minérios.
Nas barragens de rejeitos, há água, sílica
(cor amarelada, de areia), rejeito de minério de ferro (marrom-avermelhado) e
matacões rochosos para um "isolamento" de material. Segundo o portal
UOL, nessas barragens há as seguintes partes:
- FUNDAÇÃO: suporta a força peso do material
contido, transferindo essa carga para o solo imediatamente inferior na forma de
bulbos de tensões.
- ATERRO OU MACIÇO: o restante da estrutura
de suporte da barragem.
- OMBREIRAS: partes laterais superiores da
barragem, que precisam suportar os empuxos produzidos pelo rejeito.
- RESERVATÓRIO: o volume de rejeito em si.
- CRISTA: parte superior, devendo formar um
plano horizontal.
A empresa Vale, proprietária da barragem em
Brumadinho-MG, anunciou a desativação de todas as similares em outras unidades.
Note-se que, tamanha a responsabilidade na manutenção de um sistema desses, há
diversos procedimentos de licenciamento iniciais e periódicos, laudos de
Engenharia, dentre outros, que falharam. O endurecimento das regras, após o
episódio de Mariana-MG, não se concretizou.
Outro fato a se destacar é que, se a Vale
vai abandonar as barragens de rejeitos, não significa o fim da mineração, mas
que há alternativa viável para tanto. O
rejeito passa por outra forma de disposição nas unidades que não serão
desativadas.
Estendendo o raciocínio dessas barragens,
você já pensou na forma com que tratamos todo e qualquer tipo de resíduo? O
aterro sanitário não desloca grandes massas e provoca desastres como em Mariana
e Brumadinho, mas é um local onde se impossibilita uso futuro pela variedade de
componentes em degradação misturados àquele solo. Na medida do possível,
somente o que for rejeito até o momento é que deve ir para um aterro.
E na barragem de mineração, o rejeito
precisa ser tratado com tanta responsabilidade quanto o minério de ferro
extraído. Ambos definem vidas e impactam a todos.
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baixo, todos os santos ajudam"
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