Biografias
Considerado um dos patronos da educação
brasileira, Paulo Freire começou seus primeiros anos de escola com risco de não
seguir estudando.
[Imagem: Revista Veja] |
Paulo nasceu em Recife, Pernambuco, em 19 de
setembro de 1921. Ele veio em uma família com pai policial militar e mãe do
lar. Aos dez anos, a família se mudou para Jaboatão dos Guararapes.
Três anos após, a vida teve nova
reviravolta. O pai de Paulo, o Sr. Joaquim, faleceu, e sua mãe, a D.
Edeltrudes, teria dificuldades de manter o filho na escola, com mais três
irmãos.
Foi então que a mãe, desejando que o filho
pudesse seguir estudando, pediu ajuda ao diretor do Colégio Oswaldo Cruz. Ela
conseguiu que seu filho se tornasse bolsista, sendo que o mesmo virou monitor
de classe e depois professor de Língua Portuguesa.
Paulo Freire ingressou na Faculdade de
Direito de Recife em 1943. No ano seguinte, casou-se com Elza de Oliveira, com
quem formou família com cinco filhos.
Estando formado em Direito, acumulou as
funções de Professor na escola Oswaldo Cruz com a aula de Filosofia da Educação
na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
No ano de 1947, Freire foi nomeado diretor
do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria, o SESI. Passados
oito anos, fundou o Instituto Capibaribe, uma parceria com outros educadores,
na cidade de Recife. Esse instituto configurou-se como uma escola inovadora que
conseguiu atrair muitos intelectuais da época, permanecendo até hoje em
atividade.
O cunho social do trabalho de Paulo foi além
das lições no Colégio, na Universidade ou mesmo na criação do Instituto. Freire
percebeu que a realidade social era de muitos analfabetos no interior do estado,
principalmente na zona rural. Como analfabetos, eles se tornavam um grupo de
excluídos.
Paulo desenvolveu um método para alfabetizar
esses alunos. A base foi com palavras de seus cotidianos como terra, enxada,
colheita, fogo e outras. Partindo disso, os alunos tinham de pensar em questões
sociais relativas aos seus trabalhos.
Esse método foi aplicado pela primeira vez
em 1962, na cidade de Angicos - RN, com trezentos trabalhadores rurais que
foram alfabetizados em quarenta e cinco dias. Mais tarde, em 1964, o cunho
progressista e libertador que tem a educação foi visto de outra forma. Os
fazendeiros locais chamaram o processo de "praga comunista".
Freire foi preso por setenta dias pela
ditadura militar e depois exilado no Chile. Por lá, passou cinco anos
desenvolvendo um projeto de educação de adultos no Instituto Chileno para a
Reforma Agrária e escreveu o livro "Pedagogia do Oprimido", sua obra
mais famosa.
Já em 1969, Harvard recebeu Freire como
professor. Em Genebra (Suíça), foi consultor especial do Departamento de
Educação do Conselho Municipal das Igrejas pelo período de dez anos. Outras
atividades de consultoria foram prestadas em países pobres ou emergentes,
principalmente africanos e em processo de independência.
Na década de 1980, chegou ao fim a Ditadura
e Paulo retornou ao Brasil. Estabelecido em São Paulo, lecionou na PUC e na
Unicamp. Na gestão municipal de Luísa Erundina, assumiu o cargo de secretário
de Educação.
Freire casou-se novamente, após ficar viúvo
da primeira esposa. Ana Maria Araújo Freire era ex-aluna do colégio onde ele
lecionara por primeiro. Em 02 de maio de 1997, Paulo deixou a todos nessa vida,
vítima de infarto, e Ana Maria continua dando prosseguimento a sua obra,
inclusive com novas edições de seus livros.
Harvard, Cambridge, Oxford e outras trinta e
oito universidades espalhadas ao redor do mundo reconheceram o trabalho de
Paulo Freire com títulos de Doutor Honoris Causa (veja nas sugestões de posts o
que isso significa). Isso dá um pouco de noção da dimensão da carreira desse
educador, que trazia uma síntese das principais correntes filosóficas que
despontaram em sua época e muito talento para a escrita.
Em 2018, ao longo das eleições
presidenciais, o então candidato Jair Messias Bolsonaro, dentre uma série de
afirmações e posturas polêmicas, pôs-se a questionar a presença de conceitos
educacionais advindos da obra de Freire. É de se reconhecer que educação sempre
precisa ser revista e evoluir com o passar do tempo, mas considerar que um
gigante como Freire merece ser "expurgado" de nosso contexto
educacional é um equívoco grandioso. A educação do país precisa criar um misto
entre o tradicional, onde o aluno obtém conceitos pela explicação do professor,
e a construção e consolidação pela atividade crítica e criativa, como Paulo
defendera.
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