Globo, há 50 anos, o futuro é todo dia.

Televisão


Neste mês, em 26 de abril, a maior rede de televisão brasileira e segunda maior emissora comercial do mundo está completando cinquenta anos de história que, como o seu maior produto semanal, possui uma série de altos e baixos e uma intensa relação com o dia-a-dia de cada um dos brasileiros – daria uma verdadeira novela. Amada e odiada, para alguns virou até mesmo uma questão ideológica assistir ou não à TV Globo (para alguns fanáticos por televisão e alguns sites do gênero que pregam a igualdade na televisão e bla bla bla).

O fato é que é impossível pensar na TV Brasileira como a conhecemos sem pensar na estrutura e forma adotadas pela Rede Globo ao longo do tempo, e que sofrem mudanças à medida que ele passa, haja vista as novas concepções, usos e costumes que surgem e se modificam em nossa sociedade.

[Campanha 50 anos da TV Globo. Imagem: Reprodução]


O slogan ‘Globo, há 50 anos, o futuro é todo dia’ remete à famosa canção de final de ano veiculada nos intervalos comerciais da emissora. Nos últimos anos, a sensação de movimento e dinamismo, além de campanhas que trazem a proximidade do público como foco principal, estão bastante presentes. A tecnologia fez mudar a forma de assistir à TV, com o surgimento e consolidação do formato digital 16:9 para as transmissões. Imagens mais bonitas e em alta definição, em conjunto com as mais recentes tendências em design, com aberturas e chamadas em flat design, destacam um alinhamento com o que de mais moderno há no segmento.

No Jornalismo, a emissora possui jornais de alto padrão nos mais diversos horários, além de ter uma grade que vêm permitindo cada vez mais aberturas para coberturas especiais, devido ao aumento da programação ao vivo. O destaque é para o novo telejornal, o Hora Um da Notícia, que estreou uma nova faixa de jornalismo num horário antes ocupado pelo Telecurso que, apesar de educativo, estava bastante repetido e até mesmo desatualizado em algumas temáticas.

Entretanto, algumas posições políticas da empresa em tempos passados foram em desacordo com a sua atual postura. O apoio à ditadura militar, nos últimos anos, foi classificado como um erro e explicitado durante o seu principal telejornal, o Jornal Nacional. Esta atitude é símbolo de uma nova postura adotada dentro de todos os telejornais, onde os jornalistas passaram a expor opiniões e críticas, porém de forma sucinta, pois exageros, caras e bocas não agregam nada ao telespectador. Muito menos enrolação.

A fama de manipuladora e muitas outras coisas (comicamente abordada por Marcelo Adnet em seu programa Tá no Ar) perdeu o sentido a partir do momento em que a televisão passou, além de dividir seu espaço como fonte de conhecimento com jornais e revistas, a estar lado a lado com sites e blogs da Internet. A tevê e qualquer outro meio de comunicação tem o grande poder de mostrar a notícia, e o telespectador e/ou leitor, de buscar conhecimento nas mais diferentes fontes e aí sim formar a sua opinião.

No entretenimento é que a Rede Globo tem a sua maior audiência, na produção de novelas, séries e minisséries, que já contemplaram adaptações de grandes sucessos da literatura nacional e uma infinidade de produções próprias, que marcam não só uma geração, mas várias, como O Rei do Gado, atualmente sendo exibida na faixa de reprises Vale a pena ver de novo, e que vem registrando excelente audiência.

Nos últimos anos, algumas das novelas exibidas no horário das nove (antiga faixa das oito) atingiram grande sucesso e repercussão, como Avenida Brasil (não só no Brasil como em vários países), Amor à vida e a segunda metade de Império. As novelas agradam ao público brasileiro por serem histórias que acompanham o dia-a-dia do telespectador, que torce e se envolve, como se fizessem parte da sua própria vida. E, no dia seguinte, viram assunto nas rodinhas de amigos ou um assunto diferente de como está o tempo para poder engatar uma conversa.

A forma com que elas vêm se desenrolando é que precisou mudar. O público exige cada vez mais dinamismo e novidades a cada capítulo, de forma que o escritor precisa trazer uma história bem construída e trazer elementos novos ao longo da história para conseguir fazer a história ser interessante e fazer o telespectador querer acompanhar diariamente. Ao contrário de um livro em que pode se tornar mais interessante do meio para o fim, e que o fim pode não agradar ao leitor, mas ele não irá deixar de ler por conta disso, os autores de novelas globais precisarão ter muito mais cuidado na forma em que abordam determinados assuntos e nos desfechos que dão para o fim de suas criações.

Em Império, por exemplo, foi dado um fim épico a um dos personagens mais queridos da história da TV, porém, por mais bonito que possa parecer ele ter sido eternizado pela importância que teve na vida dos demais, e por ter perdoado seu filho, a morte do Comendador José Alfredo, o público considera a morte como um fim de história digno apenas a quem foi o ‘vilão’, como um castigo. Não se vê a morte nas novelas da mesma forma que na Literatura e na História, onde a morte eterniza o herói.

Na sequência, Babilônia buscou trazer vilãs mais definidas, não focando especificamente em uma só personagem, como na trama anterior. Porém, se por um lado temas já tratados em outros folhetins, como a homossexualidade, foram novamente abordados e levados para discussão pela sociedade, por outro, a forma que foram expostos não agradou a uma fatia do público. Segundo especialistas em televisão, a tevê precisa ser feita para que a dona-de-casa possa assistir e ficar satisfeita, sem que ache o conteúdo ofensivo. Em outra novela recente, Amor à vida, houve também um beijo gay, porém o traço cômico e a leveza na abordagem não fizeram o público se sentir assustado.

No Esporte, há um grande espaço para a modalidade preferida do Brasileiro, que é o Futebol. As transmissões esportivas ganharam ainda mais interatividade ao longo dos últimos anos, com transmissões ao vivo inclusive via Internet, perguntas aos comentaristas pelo site globoesporte.com e também através de um aplicativo para tablets e celulares. É curioso saber que justamente a maior cobertura esportiva da emissora foi feita justamente aqui no Brasil, na última Copa do Mundo de Futebol, dada a extensão de nosso país e todos os deslocamentos necessários para cobrir as diferentes etapas da competição.

50 anos de história contemplam muitas conquistas e muita história, o fazer parte da história do povo Brasileiro é uma marca fundamental da Rede Globo. E como audiência é algo que se conquista e se mantém, na medida do possível, nunca deixará de ser válido afirmar que o futuro é todo dia. Para fechar, nada melhor para ilustrar o que foi dito aqui do que os versos da canção comemorativa aos 40 anos da emissora: “Todo dia há de ser diferente / Um pouco melhor a cada acordar / Porque o tempo é de olhar para a frente / Em todos os cantos, em todo lugar / A vontade nos torna gigantes / Pra dar mais um passo adiante

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