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O que acontece se ligar um eletrodoméstico na tensão errada (110 ou 220 V)?

 Física

 

No Brasil, temos dois padrões de tensão elétrica, 110 e 220 V. A tensão elétrica é a diferença de potencial que impulsiona a corrente elétrica num circuito. Enquanto uma tensão menor, como a de 110 V permite choques menos intensos, instalações a 220 V são mais econômicas na construção, exigindo cabos menores. Ambas são, no fim, usadas em todo o mundo e fornecem a mesma potência elétrica.

 

Mas quando você liga um equipamento feito para uma tensão elétrica em outra, sem ser bivolt ou com transformador, o que acontece?

 

Usando um eletrodoméstico em 110 ou 220 V.

[Equipamento elétrico ligado na tensão certa. Imagem: Chait Goli / Pexels | Reprodução]


 

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FÓRMULAS DA FÍSICA SOBRE POTÊNCIA ELÉTRICA

 

O cálculo da potência elétrica é feito pela fórmula:

 

P = U • i

 

Sendo:

 

P: potência [W]

i: corrente elétrica [A]

U: tensão ou diferença de potencial [V]

 

Nos casos em que ocorre o Efeito Joule, ou seja, quando os resistores são percorridos por uma corrente e transformam energia elétrica em energia térmica, diz-se que o resistor dissipa energia elétrica. Alguns exemplos de dispositivos com resistores são aquecedores, chuveiros elétricos, secadores de cabelo, torneiras elétricas e ferros de passar roupa.

 

Nesse caso, a potência elétrica em um resistor é calculada pela seguinte expressão:

 

P = R • i²

 

Sendo,

 

P: potência [W]

R: resistência [Ω]

i: corrente [A]

 

Pela Lei de Ohm (U = R • i), pode-se substituir a corrente na expressão anterior e encontrar a potência em função da tensão e da resistência. Nesse caso, teremos P = U²/R

 

Sendo,

 

P: potência [W]

U: tensão [V]

R: resistência [Ω]

 

A partir dessas equações, vemos que potência, tensão e corrente assumem relações. Isso se torna mais perigoso quando os equipamentos são portáteis, ou uma família se muda para outra cidade.

 

TENSÕES DIFERENTES NO BRASIL

 

Diferentemente de outros países, não há padronização na tensão elétrica fornecida no Brasil, que varia de 127 V (o famoso 110 V) ou 220 V. Isso exige que o consumidor compre seus eletrodomésticos e eletrônicos com atenção.

 

A explicação sobre essa diferença remonta ao início da eletrificação no país, no final do séc. XIX e início do séc. XX. As primeiras companhias de energia elétrica que se instalaram no Brasil eram de origem estrangeira, trazendo consigo diferentes padrões de tensão elétrica:

 

 • São Paulo Tramway, Light and Power Company e a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited – do mesmo grupo, eram de origem canadense – e implementaram nas duas maiores cidades do Brasil o padrão utilizado no Canadá e nos Estados Unidos da América, de 110 V.

• Manáos Tramways & Light Company Limited, no Amazonas, South Brazilian Railways Company, no Paraná, e The Pernambuco Tramways & Power Company Limited, no Nordeste – de origem inglesa – implementaram o padrão europeu, de 220 V.

 

O QUE MUDA DE 110 (127 V) OU 220 V?

 

Já citamos a diferença de intensidade dos choques, ou ainda de corrente e bitola de cabos. A potência, em [W], será a mesma, mas as perdas pelo efeito Joule podem ser menores em 220 V, apesar de que isso não justificasse trocar todas as instalações da residência.

 

Usando um aparelho de 110 V numa tomada 220 V, a tensão é o dobro da projetada, o que leva a uma sobrecorrente. Há superaquecimento e danos a componentes elétricos de motores, resistores e capacitores, podendo ser irreversíveis. 

 

Só não há quaisquer danos no uso de transformadores. Também não surgem problemas se forem equipamentos bivolt e for ajustada a tensão adequada num seletor (botão) antes do uso.

 

Mas em outros casos, surgem problemas. Ligando um aparelho de 220 V em tensão 110 V, como uma máquina de lavar, geladeira ou air fryer, eles funcionarão inicialmente a uma potência mais baixa, perdendo desempenho. No caso da air fryer, não chegaria à temperatura desejada. Após um momento inicial de aviso, a operação em tensão menor pode levar ao superaquecimento dos componentes internos, causando falhas em circuitos e queima de componentes.

 

Uma pequena variação de tensão costuma ser suportada pelos equipamentos, isso sem necessitarem transformadores ou estabilizadores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece que em situações normais as concessionárias devem fornecer energia elétrica em 127 V ou 220 V com uma variação máxima de ± 3 %. Na ocorrência de descumprimento, a distribuidora pode ser multada e o consumidor pode solicitar reparos ou indenização em caso de algum eletrodoméstico danificado por conta da oscilação de tensão.

 

Falamos da situação de um aparelho para 220 V ser ligado em 110 V. Agora quando acontece o contrário? Não será apenas não funcionar bem e depois queimar: o dano é maior.

 

Se na verdade são 127 V, o aparelho acaba exposto a uma corrente elétrica de quase o dobro do que foi projetado. Ele vai aquecer muito e, com isso, peças podem queimar, como motores, resistores ou capacitores.

 

A extensão dos prejuízos vai depender também do tempo em que o aparelho ficou ligado em 220 V sendo para 127 V. Com pouco tempo, fusíveis e peças simples são afetados, o que pode ser viável de consertar.  Por outro lado, placas-mãe, motores, capacitores e outros componentes podem ser de conserto mais caro. É preciso cotar com uma assistência técnica especializada para conferir se há viabilidade econômica nesse conserto, caso contrário destinar os aparelhos em pontos de coleta para reciclagem em sua cidade.

 

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