O que um choque elétrico pode provocar?

Ciência & Saúde


O choque elétrico é a manifestação da passagem de corrente elétrica por um corpo, seja ele de uma pessoa ou dos demais animais da natureza. Nosso corpo também possui manifestações elétricas, pois esta é uma característica da matéria. Porém, quando ocorre choque, é extrapolado o limite que o corpo suportaria sem danos.

Os efeitos de um choque variam de acordo com alguns fatores como a região do corpo atingida, sendo menos agressivo ao passar pela mão e mais sério ao atingir o coração. Em ambos os casos, os efeitos são sentidos: no caso da mão, ocorrem queimaduras locais, mas no coração os efeitos são mais graves.


Entretanto, a intensidade de corrente é o fator mais importante: Segundo estudos sobre o assunto, chegou-se às seguintes conclusões:

- Correntes de 1mA a 10mA provoca apenas uma sensação de formigamento;
- Correntes entre 10 e 20mA já causam sensações dolorosas;
- Correntes entre 20 e 100mA causam, em geral, dificuldades respiratórias;
- Intensidades de corrente superiores a 100mA são perigosíssimas, podendo causar fibrilação cardíaca (contrações rápidas e descompassadas do coração) e levar à morte;

A tensão elétrica ou voltagem não é fator determinante em um choque quando há pequena corrente elétrica, com poucas cargas envolvidas. Em um pente eletrizado por atrito (na famosa experiência de grudar pedacinhos de papel), ou em um gerador de Van de Graaf, as tensões são elevadas mas, as cargas elétricas envolvidas muito pequenas. Um gerador de Van de Graaf causa apenas um leve ‘subir de cabelos’.

Todavia, voltagens relativamente pequenas podem causar danos grandiosos, conforme a resistência do corpo humano. O valor desta resistência varia entre 100kΩ para a pele seca e cerca de 1kΩ para a pele molhada, ou seja, molhar o corpo faz com que ele perca cem vezes sua resistência elétrica, devido à alta condutividade da água. Se uma pessoa, por exemplo, tocar os dois polos de uma tomada de 110V, seu corpo será atravessado por uma corrente de i = U/R = 110 V / 100 000Ω = 1,1mA o que, segundo os valores acima apresentados, indica apenas um leve formigamento. Já quando esta pessoa está molhada, tem-se que i = U/R = 110 V / 1000Ω = 110mA, o que levaria à fibrilação cardíaca e, poderia ser levada à morte, por conseguinte. Estes valores refletem a importância de não manusear equipamentos elétricos com o corpo molhado.


[Imagem: Equipe de Obra]

E, quando as tensões elétricas são elevadas, no caso de fios de eletricidade de redes de transmissão, tem-se 13,6 kV, o que é muito alto, podem ocorrer choques sérios por haver grande quantidade de cargas elétricas envolvidas. A tensão elétrica ou diferença de potencial é entre os fios da rede de transmissão. Assim, se um pássaro tocar apenas um fio elétrico, não sentirá os efeitos. Mas, se tocar dois, será submetido à tensão de 13600 V e morrerá instantaneamente. Serve de alerta para nós, humanos, não nos aproximarmos de fios soltos na rua, para não ter o mesmo fim.

Em caso de choque, se deve buscar, se possível, a interrupção imediata do contato da pessoa com a fonte elétrica. Em uma residência, é possível cortar a corrente por meio do desligamento da chave geral (disjuntor). Se não for possível cortar a corrente, é necessário afastar a pessoa da fonte com algum material não condutor como madeira, borracha ou pano seco. Como um choque pode causar dificuldades respiratórias, como vimos acima, é importante conferir se a pessoa continua respirando ou se emite algum sinal de vida como um som. De qualquer forma, é importante pedir socorro com urgência, ligando para o 192.

 Se a pessoa não estiver respirando, ajuda fazer respiração boca-a-boca. Para isso, após retirada do contato com a fonte de corrente, deve-se deitar a pessoa de barriga para cima em uma superfície firme. O nariz do indivíduo deve ser tampado e o ar deve ser soprado pela boca duas vezes. Deve-se atentar se o tórax se movimentou, indicando inspiração.

O próximo passo é a reanimação cardíaca. Quem está tentando a reanimação deve se ajoelhar ao lado da pessoa, à altura dos ombros e, com os braços esticados, apoiar uma mão sobre a outra na linha que une os mamilos, sobre o tórax, e pressionar usando o peso do próprio corpo em trinta repetições. Até o socorro chegar, deve-se repetir a sequência entre respiração e reanimação. As instruções de primeiros socorros para choques são do Doutor Drauzio Varella.



  


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