Tecnologia
Muito antes de estarmos usando um WhatsApp ou um Telegram para mandarmos mensagens instantâneas, vários outros mecanismos de comunicação existiram. Alguns deles, como o código Morse, já não são mais rotineiros, mas ainda podem ser vistos e até traduzidos por recursos da web. Vamos descobrir o que são os telégrafos e o código Morse?
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[Modelo de telégrafo. Imagem: Kaspersky | Reprodução] |
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O CÓDIGO MORSE
O Código Morse recebe esse nome por conta de seu criador, o estadunidense Samuel Morse, parceiro de Alfred Vail. Em 1839 ele concluiria a elaboração do código. Jornalismo, comércio e até namoros foram influenciados pelo código Morse.
Esse sistema usa pontos, traços e pausas para transmitir informações por impulsos telegráficos ou visuais. Existem correspondências para letras e números sendo, portanto, um código alfanumérico.
No código Morse atribui-se a cada letra e número uma sequência única de pontos (curtos) e traços (largos). Por exemplo, a letra A é representada como “.-“ (ponto-traço) e a letra B como “-...” (traço-ponto-ponto-ponto).
Essa representação está relacionada ao tempo de transmissão dos sinais. A duração do ponto é o mais curta possível. O traço corresponde a uma duração aproximadamente três vezes superior ao do ponto. Entre dois símbolos da mesma letra, há uma pausa com uma duração semelhante à de um ponto. Entre as letras de uma palavra, a pausa é de cerca do tempo de três pontos. Para separar palavras numa transmissão, o intervalo gira em torno de três vezes superior à duração de um traço.
O TELÉGRAFO
Assim como o código Morse, Samuel também criou o telégrafo nos anos 1830. Um foi desenvolvido para o outro. Numa ponta, o dispositivo transmissor converte a mensagem a um impulso elétrico, transmitido por cabos e convertido novamente pelo receptor em mensagens legíveis.
A primeira mensagem com um equipamento desse foi enviada em 24 de maio de 1844, pelo próprio Morse, que escreveu “o que Deus criou” ou “What hath God wrought” - uma passagem bíblica, em Números 23:23. O envio foi a partir do Supremo Tribunal estadunidense, em Washington, D.C., para Alfred Vail, em Baltimore, no estado de Maryland.
Chega a ser curioso pensar que foi a primeira vez em que alguém recebeu uma mensagem instantânea - ou quase isso - à velocidade da luz. Foi algo tão transformador quanto viria a ser a internet depois, por permitir coisas antes não vistas, como transações financeiras e negócios mais rápidos, inclusive internacionais; o surgimento de agências de notícias em diversos países; novos termos e costumes.
No Brasil, algumas fontes indicam que a inauguração do telégrafo aconteceria em 1857, com a primeira linha telegráfica entre Petrópolis e Rio de Janeiro, com 50 km de extensão, sendo 15 km em cabo submarino, na Baía de Guanabara. Os Correios, por sua vez, mencionam o ano de 1852 como sendo o da primeira transmissão telegráfica oficial do país.
TELÉGRAFOS EM MOMENTOS DE CONFLITOS
Quando falamos de conflitos políticos, revoltas e momentos históricos, como no final do Brasil Império e começo do Brasil República, havia três elementos que eram imediatamente tomados por revoltosos: jornais, telégrafos e vias de comunicação por corpos d'água.
Ao apossar-se do telégrafo, o governo provisório bloqueava alguns tipos de comunicações. Também usava o telégrafo para disparar ordens e comandos.
NO BRASIL, OS CORREIOS
No começo, os Correios foram uma concessão estatal e depois viraram uma empresa estatal. Em 1931, a Repartição-Geral dos Telégrafos fundiu-se à Diretoria-Geral dos Correios, o que originou o Departamento dos Correios e Telégrafos (DCT). Note que, a partir daí, as histórias de correios e telégrafos se fundem no Brasil
Mais tarde, em 1969, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) foi criada, substituindo o DCT. Dentro da mudança, novos serviços postais foram surgindo.
APRIMORAMENTOS FEITOS NO TELÉGRAFO E NO CÓDIGO MORSE
Samuel Morse e seu colega Vail perceberam que poderiam melhorar o invento. O código Morse era mais lento do que a fala e isso incomodava os usuários. Eles estudaram o código e viram que poderiam poupar sequências de pontos e traços nas letras mais comuns. Havia um conhecimento limitado das estatísticas do alfabeto, então Alfred Vail teve uma ótima ideia.
Ele foi a um jornal local de Morristown, New Jersey, e viu a quantidade de caixas tipográficas. Havia um sortido de doze mil "E", nove mil "T" e apenas duzentos "Z".
Sabendo disso, Vail e Morse mudaram o T de traço-traço-ponto para traço, por exemplo. Isso poupou milhões de pulsações de teclado. Teóricos da informação calcularam esse impacto: redução de 15 % na transmissão de um texto telegráfico em inglês.
CURIOSIDADE: QUAL A RELAÇÃO ENTRE CÓDIGO MORSE E O TITANIC?
Já existia o Código Morse quando foi criado o Titanic. Há uma versão internacional, chamada de Código Morse Internacional, que foi adotada em comunicações marítimas e aéreas, não por linhas telegráficas, mas por ondas de rádio.
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[Código Morse Internacional. Imagem: Superinteressante | Reprodução] |
O Titanic, cujo acidente com o iceberg ocorreu em 1912, tinha um sistema de telegrafia Marconi que usava Código Morse. Os operadores a bordo, Jack Phillips e Harold Bride enviaram sinais de socorro aos barcos próximos.
Foram enviadas as mensagens “CQD” (chamada geral, perigo”) e “SOS” (que se transformou no sinal internacional de socorro mais conhecido). Vários barcos responderam aos pedidos de socorro, e o Carpathia foi aquele que resgatou os sobreviventes do Titanic.
FALANDO MAIS DO HISTÓRICO DOS CORREIOS
Ao falar de telégrafos, demos uma pitada sobre a história dos Correios. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você vai descobri-la de maneira mais completa:
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