Literatura
Uma escola literária, ou movimento literário, representa uma divisão na história da Literatura. Dentro dessa divisão, existem algumas características em termos de forma, conteúdo e temas escritos que são comuns a cada período a que representa uma escola literária.
Pensando no Brasil, as escolas literárias seguem, inicialmente, nossas origens coloniais portuguesas, começando pela Era Colonial (de 1500 até 1822) e depois a Era Nacional (1822 até hoje). Vamos conhecer todas as escolas literárias que compõem a Literatura do Brasil?
[Apreciando a Literatura com o passar do tempo. Imagem: Georgi Dyulgerov / Pixabay] |
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QUINHENTISMO (1500 – 1601)
A Literatura do Quinhentismo parece até mesmo ir a favor da ideia de que qualquer texto seja Literatura, pois possui foco informativo e narrativo. A partir dela podemos, hoje, conhecer os primeiros momentos do Brasil sendo descoberto pelos Portugueses. Como exemplos, temos a “Carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei Dom Manuel”, escrita por Pero Vaz de Caminha; o “Tratado da Terra do Brasil”, de Pero de Magalhães Gândavo e “Poema à Virgem” do Padre José de Anchieta.
BARROCO (1602 – 1768)
Chegando à escola literária barroca, vê-se muitos detalhes, exagero, forte rebuscamento. Destaca-se o cultismo (preciosismo quanto à norma culta) e o conceptismo (trabalha bastante o jogo-de-palavras, com foco em conteúdo). É uma Literatura teocêntrica, com foco no sagrado.
Nessa escola literária, Gregório de Matos ou boca-do-inferno escreveu “Triste Bahia”. Outros exemplos são a obra de Bento Teixeira, “Prosopopeia”; de Manuel Botelho de Oliveira, “Música do Parnaso”; e do Padre Antônio Vieira, “O Sermão do Bom Ladrão”.
ARCADISMO (1768 – 1808)
O Arcadismo é um dos símbolos da mudança de escola literária: sempre que ela acontece, há uma ruptura com os padrões até então existentes. Diferentemente do Barroco, o Arcadismo busca a linguagem simples, voltada ao humano e à natureza. Algumas obras do período do Arcadismo são: “Obras poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa; “Caramuru”, de Frei José de Santa Rita Durão; “O Uraguai”, de Basílio da Gama e “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga.
ROMANTISMO (1836 – 1881) (PRIMEIRA ESCOLA DO PERÍODO NACIONAL)
Note que o Romantismo não começa bem com o fim do Arcadismo, mas há uma pequena transição entre elas. O Romantismo é, também, a primeira escola literária nacional.
Costuma-se subdividir, dada a evolução que foi acontecendo durante o período do Romantismo, em três fases:
FASE 1: Nacionalismo e indianismo. Houve uma exaltação ao que fosse nacional, acompanhando a construção da nova nação, uma nova identidade, que não era a portuguesa. Dentro dessa identidade, surge o novo herói nacional, o índio, incutindo-lhe até mesmo valores que não são os seus. Nessa primeira fase, foram publicados “Canção do Exílio” e “Juca Pirama” de Gonçalves Dias.
FASE 2: Egocentrismo e pessimismo. Como marco dessa segunda fase, pode-se citar as obras “Lira dos Vinte Anos” e “Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo.
FASE 3: Liberdade. Um exemplo é “Navio Negreiro”, de Antônio Frederico de Castro Alves. Também se pode citar “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães, e “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida.
REALISMO, NATURALISMO E PARNASIANISMO (1881 – 1893)
Esse foi um período com as três escolas literárias ocorrendo em paralelo, cada uma com suas particularidades. O Realismo se destaca pela objetividade, temática social e linguagem objetiva. Um de seus exemplos é “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, onde Joaquim Maria Machado de Assis fez uma obra escrita pelo protagonista já fora do corpo e com dedicatória aos vermes que consumiram suas carnes. Outras obras-primas de Machado de Assis também são dessa época: “Quincas Borba” e “Dom Casmurro”.
O Naturalismo, por sua vez, possui linguagem mais próxima da coloquial e envolve temáticas polêmicas. Um exemplo é “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo. Outro exemplo é “O Cortiço”, onde a saga de João Romão e Bertoleza demonstra alguns aspectos bem animalescos da vida...
Por fim, o Parnasianismo destaca a arte pela arte, o culto à forma (rima, métrica, etc.). Nessa escola literária, como exemplos, temos o “Tratado de versificação” e “Profissão de Fé”, de Olavo Bilac, e “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira.
SIMBOLISMO (1893 – 1910)
Apresentando, novamente, aquela ideia de quebra em relação aos padrões anteriores, do foco no ser humano e seus defeitos, volta-se, novamente, ao sagrado e ao místico, além do ser humano. Subjetivismo, espiritualidade e misticismo resumem essa escola literária.
Como exemplos, tem-se “Tropos e Fantasias” e “Missal e Broquéis”, do escritor catarinense Cruz e Sousa. Grande expoente do Simbolismo, há referências ao autor, inclusive em murais, no centro da capital de Santa Catarina, Florianópolis, onde ele nasceu. Pode-se citar, também “Kyriale”, de Alphonsus de Guimarães e “Eu”, de Augusto dos Anjos.
PRÉ-MODERNISMO (1910 – 1922)
Antes mesmo do Modernismo, já se propunha a quebra do academicismo, isto é, não serem seguidas mais regras formais propostas por academias de arte, que traziam qual a forma dominante na escola literária. Destaca-se, também, a marginalidade das personagens, ou seja, de retratar pessoas que não eram comuns ao foco literário, situações de pobreza ou comunidades carentes, dentre outras. Alguns exemplos dessa escola literária: “Os sertões” de Euclides da Cunha; “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto; “Canaã”, de Graça Aranha e “Urupês, de Monteiro Lobato.
MODERNISMO (1922 - 1950)
Subdivide-se, dada a evolução que foi acontecendo durante o período do Modernismo, em três fases:
FASE 1: Caracterizada pelo radicalismo e renovação estética. Nessa primeira fase, por exemplo, foi publicado o livro “Libertinagem’ de Manuel Bandeira.
FASE 2: Marcada por temáticas nacionalistas. Como marco dessa segunda fase, pode-se citar a obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos.
FASE 3: Vêm ainda mais inovações linguísticas e experimentações artísticas. Um exemplo é “A Legião Estrangeira”, de Clarice Lispector.
PÓS-MODERNISMO (1950 – ATUAL)
O Pós-Modernismo reforçou ainda mais a tendência de multiplicidade de estilos e formas de construir um texto. A regra passou a quase não existir uma regra...
Um exemplo pós-modernista é o “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. Esse clássico pós-modernista já virou filme, e “só sei que foi assim”. Millôr Fernandes escreveu “Millôr Definitivo: A Bíblia do Caos” e Paulo Leminski criou, nessa escola literária, “Agora é que são Elas”.
O MARCO DE CRIAÇÃO DO MODERNISMO
O Modernismo chegou e ficou no Brasil após um grande acontecimento no mundo das artes. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você entende melhor como foi e o que significou a Semana de Arte Moderna de 1922:
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E AINDA MAIS PARA VOCÊ:
👉 A Semana de Arte Moderna de 1922
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