Emprego
Diz-se que é importante
viver o presente, e realmente é. Por outro lado, o que se faz hoje leva a consequências
mais tarde. É preciso ter esse olhar que enxergue o hoje e consiga, de forma
tranquila, mas possível, ver um amanhã. É por esse motivo que pais pensam em
seus filhos com uma função na sociedade, trabalhando e crescendo.
A sociedade chegou ao consenso
de que o período como criança não seria o mais adequado para começar, pois
algumas funções exigem porte e capacidade físicas, e o desenvolvimento
intelectual seria prejudicado. Não necessariamente uma criança começar cedo o
trabalho seria garantia de alguém com gosto pelo trabalho, pois essa é característica
individual, e condições degradantes afastam, não motivam. Nessa época da vida, mesmo
sem trabalho remunerado, é preciso inserir pequenas tarefas e responsabilidades.
Já na adolescência, já
temos pessoas que vão começar no trabalho e construir sua carreira, movimento
de construção que perdura como jovens adultos. Os passos tomados nessa época
são bem importantes. Vamos, com esse post, ver alguns deles e saber mais sobre
o começo da carreira.
[Campanha do Programa Aprendiz Legal em
2020. Imagem: Programa Aprendiz Legal/Reprodução]
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ANTECIPANDO ETAPAS
Especialistas em carreira
apontam que pensar no futuro e antecipar algumas coisas seja uma boa estratégia.
Indica-se que, na adolescência, já seja interessante ser aprendiz em alguma
empresa, fazer estágio não-obrigatório na faculdade, começar como trainée em
uma empresa onde se queira seguir carreira antes de terminar a faculdade. Essas
antecipações trariam a esperada e polêmica “experiência” que os empregadores
pedem.
Outro ponto interessante
dessas antecipações é que uma pessoa poderia se direcionar melhor. Uma jovem
pode gostar de ver construções serem erguidas, mas não necessariamente ter
aptidão para projetos de arquitetura e, durante um estágio ou como aprendiz,
descobrir isso. Um jovem pode se considerar durão, mas não possuir aptidão para
assumir serviços em uma delegacia. O mesmo poderia acontecer para exemplos
trocados.
Sob outros aspectos, nem
sempre as experiências são vantajosas como carreira. É preciso considerar que
alguns adolescentes começam a trabalhar para ajudar no sustento de suas casas,
em empregos que não dariam a oportunidade de ter contato com o que desejam
fazer mais para a frente.
São ocupações dignas, mas não
atendem a objetivos progressivos em carreira, quando se considera empregos
futuros. Mesmo assim, são interessantes, pois o jovem pode ter o objetivo de
empreender, e essas profissões criam um conhecimento de negócio do ponto de vista
operacional.
Outro problema está no
tempo ocupado. Se o objetivo do jovem for não só trabalhar na área de saúde,
mas ingressar em universidades disputadas ou no curso de medicina, tempo para
estudar é fundamental, e outra ocupação não cabe, pensando no futuro.
A LEI DA APRENDIZAGEM E O PROGRAMA APRENDIZ LEGAL
A Lei N° 10.097/2000,
chamada de Lei da Aprendizagem, instituiu que empresas de médio e grande porte
contratem jovens aprendizes na faixa etária de quatorze a vinte e quatro anos. Os
contratos teriam duração de dois anos e proporcionariam a primeira experiência
profissional dos jovens.
No contexto dessa Lei, a
Fundação Roberto Marinho, os CIEEs (Centros de Integração Empresa-Escola) e
Gerar são os responsáveis pelo programa Aprendiz Legal. Existem espaços em diferentes
municípios do país onde Gerar ou CIEE atuam e recebem currículos ou fazem
cadastros para jovens aprendizes. Também são feitas ações de treinamento profissional
dos jovens durante sua participação no programa.
No site do Aprendiz Legal é
possível encontrar as instituições de cada estado e contatos. Na TV,
periodicamente ocorre a divulgação do programa em diferentes faixas horárias.
CONHECIMENTOS DO CURSO UNIVERSITÁRIO
Os cursos universitários
fazem parte da formação profissional de muitas pessoas em nosso país, com
crescimento acelerado após as opções EaD e a multiplicação de polos em várias
cidades. Não importando o curso e a instituição, muitas são as críticas quanto
à aplicabilidade do que se aprende nos cursos.
No lado oposto, é preciso
observar alguns aspectos. Como o tempo é limitado e é preciso ensinar a maioria
dos conceitos necessários para uma profissão, a universidade, como os níveis escolares
anteriores, é um protótipo. Em protótipos, simula-se em menor escala o que será
feito no futuro e aprende-se conceitos. Depois, de forma definitiva, os
conceitos se consolidam e ocorrerá a repetitividade.
Uma pessoa só terá aquela
profissão relacionada ao bacharelado ou licenciatura após cumprir seu curso e
adquirir os conhecimentos mínimos necessários. O que fará com eles e o que mais
será necessário aprender, cada um irá definir com o futuro. Na escola básica,
você aprende que o volume de um prisma retangular é dado pela área de base multiplicada
pela altura, mas ninguém irá garantir que você irá comprar peças de madeira
para sua casa no futuro ou concretar uma laje.
TEORIA E PRÁTICA – DE QUE VALEM?
Além das críticas, os
embates de teoria e prática vão continuar existindo e servindo para discussões
que possuem falhas em ambos os lados. Pode haver muitos anos de experiência e
se passar fazendo algo errado por anos, ou se ter formação universitária e não
ter feito o curso direito.
Como o mercado de trabalho
acaba exigindo a experiência profissional como uma forma de diminuir seus
riscos e não deve rever sua posição tão cedo, é correto tentar, como jovem
adulto ou mesmo adolescente, buscar sua primeira inserção no mercado. Dentro ou
fora do programa Aprendiz Legal, deve-se tentar essa oportunidade.
Todavia, é preciso ficar
atento ao maior de todos os detalhes: o que realmente vale mais. Do ponto de
vista comparativo, o consultor Max Gehringer aponta a “teoria” como o salário
que o estagiário tem, e a “prática” algo como o do mecânico ou técnico administrativo.
Você entraria com teoria e se mantém ganhando experiência, mas é preciso entender
que essa experiência está nos ganhos que você proporciona e em que tempo, não
por simplesmente estar ou não naquela empresa e há quantos anos está ali na
mesma função.
Com essa dica, o consultor
dá a chave do que é o emprego. O empregado auxilia o patrão a gerar valor para
a empresa e esse será seu maior diferencial. É esse o aprendizado que o jovem
precisará adquirir.
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