Cultura & Comportamento
O hábito alimentar de comer cachorro, pelos
chineses, já ocorreu em outras partes do mundo, como por alguns povos indígenas
do interior do continente americano. Só na cidade chinesa de Yulin, província
de Guangxi, ocorre uma espécie de festival onde se chega a fazer churrasco de
dez mil cachorros.
O tema é controverso, mas é importante
pensá-lo sob todos os pontos que o norteiam para poder ser justo na crítica ou
no apoio. Vamos ver mais a respeito?
[Imagem: AFP/BBC Brasil] |
Segundo informações da BBC Brasil, desde os
anos 1990 se faz esse festival no dia do solstício de verão no hemisfério
Norte. Chineses comem a carne de cachorro e, com a ascensão econômica, ficaram
ainda mais interessados em consumi-la.
A notícia do festival gera diferentes
reações, desde hashtags e petições virtuais até pessoas que acabam comprando os
cachorros do festival para soltar. Há ainda quem afirme que a carne não seria
boa por ser advinda, por vezes, do roubo de animais domésticos de outros
locais.
O CONSUMO DE CARNE ANIMAL
Segundo apontam os estudos sobre a
pré-história e civilizações primitivas, o homem teria hábitos nômades, tendo se
fixado em locais específicos com a prática de agricultura. O consumo de carne
ocorreria pela caça e, mais tarde, pelos animais que se conseguiu cercar e
dominar.
Assim, o consumo da carne animal seria algo
primitivo e que veio conosco por muitos anos.
Segundo apontam pesquisas científicas recentemente divulgadas e
apresentadas em revistas de variedades, parte da evolução do ser humano passou
por consumir carne, incluindo nesse pacote a estrutura dentária.
Vários seriam os animais consumidos pelos
seres humanos. Mesmo com a pecuária, sempre houve hábitos alimentares que
envolvessem espécies não convencionais ou mesmo a caça por arma de fogo, levando
ao consumo de capivaras, tatus, pombas, javalis, lebres e muitos outros tipos
de animais.
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM ESCALA INDUSTRIAL
Quem é amante de bons churrascos costuma
afirmar que aquilo que o animal comeu influencia no sabor da carne. Falar em
sabor é subjetivo, todavia o fato é que os seres humanos refletem seus hábitos
alimentares, sendo uma grande prova disso falar em dietas com nutrientes
variados e de boa procedência, alimentos mais simples...
Animais que serão utilizados no consumo humano
são tratados com dietas controladas. Aqueles que são onívoros, como as
galinhas, não comem quaisquer insetos que encontrem...
Falando em insetos, eles são tendência em
alimentação e já estão presentes em alguns alimentos industriais ou na produção
de rações animais. Futuramente, devem aumentar sua participação por possuir
alto teor proteico, maior até do que das carnes convencionais. Entretanto,
precisam ser criados de forma controlada também, pois a barata a ser fornecida
como alimento humano não pode ser aquela que circula pelos esgotos.
Quem acompanha um quadro de pratos exóticos
no programa Eliana, percebe que animais diversos ou mesmo insetos quaisquer
podem entrar na alimentação humana. A questão está em ser adepto ao consumo,
sentindo-se confortável, e no manejo controlado do futuro alimento em sua
criação. Assim, seria válida a ideia de
não consumir aqueles cachorros chineses por conta da saúde, mas é complicado
falar quando o assunto é apenas consumo cultural da carne.
CATIVAR ANIMAIS OU MATÁ-LOS?
O consumo de carne é algo que, em nossos
dias, é bastante cultural. Consome-se mais do que o necessário e se pressiona o
meio ambiente (a nossa casa) para dar conta de tal demanda.
Por mais estranho que possa parecer matar e
comer outro animal qualquer, isso ocorre todos os dias - é corriqueiro. Até
mesmo diversas correntes religiosas justificam o consumo de carne animal como sendo
algo que o humano pode fazer sem um pingo de culpa.
Mas o fato é que a realidade é mais forte do
que a frase dos livros infantis que afirma que um animal "nos dá
carne". Nada é dado. Por questões culturais, escolhemos alguns animais e
sacrificamos em prol de nossa alimentação. Diante disso: (a) há quem coma
qualquer animal, (b) há quem não coma nenhum animal ao fazer suas refeições e
(c) há quem coma carne e justifique que alguns animais são domésticos e outros
não, podendo ser carneados.
Dos três grupos, talvez a pior corrente seja
a (c). Uma vaca pode ser dócil e atender aos seus chamados, receber comida na
boca e carinhos na cabeça. Um coelho pode ser tão dócil a ponto de ficar parado
e receber afagos na cabeça também. Não são só cachorros e gatos que podem ser
amigos de humanos, mas diferentes tipos de animais.
O segredo aqui está, além da cultura, em
cativar algum animal. Se você passar a cultivar carinho por qualquer ser, você
não o mata.
Os chineses veem os cachorros da mesma forma
que alguns criadores de gado, ou seja, sem cativar os animais. Se duvidar, você
ouve expressões falando de carne como se fosse um ser ("a carne veio do
pasto", por exemplo, mesmo que carne não paste, mas um boi ou uma vaca).
Como falou-se ao longo desse texto, a questão
vai muito além do festival de cachorros. Seja a sua escolha consumir ou não
carne, é preciso ter a ciência de como funciona a produção ou consumo de carne
e os porquês de cada opção. Apenas é inadequado querer elencar algumas espécies
como servíveis e outras como seres amigos.
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