Restrições Alimentares por opção são uma boa escolha?

Ciência & Saúde

A resposta mais correta para esta questão é um grande e vistoso 'depende'... de questões biológicas, éticas, culturais, e dos meios e processos usados na produção da comida, de sua origem até a mesa. Há diferentes grupos alimentares para tamanha variedade: 'normais' (os que comem de tudo? - onívoros); vegetarianos (não consomem carnes ou, às vezes, alguns outros produtos); veganos (não consomem nada que seja de origem animal); carnívoros (não que comem só carne, mas comem muita carne); e alternativos (indígenas e outros povos), que comem insetos e outros alimentos incomuns..

[A alimentação não depende apenas de fatores biológicos. Imagem: EsporteX]


Os vegetarianos e veganos possuem em maior ou menor grau o desejo de evitar sofrimento desnecessário para os animais, sendo que é possível ter uma dieta contendo todos os aminoácidos essenciais com combinações simples entre cereais e leguminosas, ou dietas com quinoa e soja, por exemplo. Um dos prós de uma dieta com muitos vegetais é a alta concentração de fibras, que aumentam o volume e melhoram a consistência das fezes. Vitaminas, minerais, carboidratos de boa qualidade são sempre presentes em vegetais. Em contraponto, temos as altas cargas de defensivos agrícolas aplicados em quase todos os cultivos comerciais, chegando a índices assustadores.
Já os carnívoros têm a seu favor a evolução da indústria, com técnicas mais avançadas de cuidado e de abate dos animais fornecidos por granjas e fazendas. Isso fez com que diminuísse a culpa na hora de comer o churrasco. Não só ele, mas os derivados da carne animal, que possuem proteínas completas e em boa quantidade. A consistência e o sabor fazem com que sejam presentes na maioria das refeições quentes e em lanches, e esta presença se tornou cada vez maior na mesa do brasileiro, como sinal visível do crescimento do poder aquisitivo, conforme ocorreu em outros países. Porém, este espaço demasiado grande para o consumo de carne também representa aumento de doenças pelo consumo de gordura, dietas desequilibradas com falta de nutrientes e baseadas em muita proteína (usadas na síntese celular, mas não na obtenção de energia pelo organismo, preferencialmente), além da grande contribuição para o agravamento do Efeito Estufa (a criação comercial de animais, cada vez maior, gera muito dióxido de carbono).
Os impactos ambientais geraram uma espécie de meio-termo entre onívoro e vegetariano, com a seguinte proposta: já que a produção de carne gera tantos impactos, por que não alternar o consumo de carnes dia sim, dia não, por exemplo? Isso faz com que ocorra o equilíbrio da balança entre satisfação pessoal e interesse coletivo.
Os insetos e animais incomuns na culinária tradicional aparecem como alternativa às carnes tradicionais, sendo uma fonte grandiosa de proteínas. O sabor e a consistência são fortes oponentes ao crescimento destes alimentos, além de, trivialmente, do fator cultural. Para um indígena, é algo bastante normal ingerir larvas de insetos de dentro de algum tronco de árvore, até mesmo vivas, estando longe da aldeia. E mesmo nós, nos alimentos cotidianos, podemos usar insetos sem saber, como no caso do corante carmim. Os insetos são apontados pelos estudiosos como uma solução rápida para casos de fome, pela facilidade de criação e desenvolvimento rápido.
Contudo, mesmo com tantos prós e contras para cada tipo de alimento, médicos e nutricionistas afirmam que a melhor opção ainda é uma dieta variada, com todos os tipos de alimentos, em proporção adequada. E por que não até mesmo insetos? Uma dieta variada e equilibrada fornece, sem maiores sacrifícios, todos os nutrientes necessários ao ser humano, com um pouco dos muitos benefícios de cada tipo de alimento.


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