Cultura e Comportamento
A adoção é um ato de amor muito grande. Você
não gera um filho biologicamente, mas se torna pai ou mãe pela vida. Segundo o
consenso popular, ser pai ou mãe seria justamente o título de quem cria uma
pessoa, então a adoção faz pais, mães, filhos e famílias.
Por mais simples que possa parecer, a adoção
é uma realidade difícil. Há muito mais pessoas querendo adotar do que crianças,
mas também existe uma série de conceitos e preconceitos pessoais. Vamos falar
mais disso ilustrando com alguns dados públicos fornecidos em tempo real pelo
CNJ.
[Imagem: geralt/Pixabay] |
No Brasil, temos em torno de 4 a 5 % das
crianças que estão à procura de uma família para cada idade (de um em um ano de
idade), até os doze anos. Após, os percentuais de crianças em abrigos aumentam,
passando à faixa de 6 a 7 % por faixa etária de um ano, até os dezessete anos e
onze meses, o período final da vida infanto-juvenil e começo da vida adulta.
Isso representa entre quinhentas e vinte e cinco a setecentas e trinta crianças
de uma determinada idade.
No total, seriam mais de nove mil e
quinhentas crianças, dentre todas as idades, à espera de um lar. Dessas, mais
da metade possui irmãos e um quarto possui problemas de saúde.
Do outro lado, há mais de quarenta e seis
mil candidatos na fila de espera pela adoção. Pode parecer bem desproporcional
e que há muitos candidatos, mas a forma com a que a adoção ocorre é que a torna
algo difícil.
Parte disso vem da necessidade de dar às
crianças um lar adequado, com pessoas que tenham condições de dar amor, carinho
e um mínimo de estrutura para o novo integrante da família. E a outra parte se
deve às várias exigências que as pessoas criam ao adotar.
Ao ver o quadro de pretendentes, observa-se
aspectos como escolha de sexo, adotar ou não irmãos, cor de pele, idade... Se
mais da metade das crianças que vão para a adoção possui irmãos, mais de
sessenta por cento dos pretendentes não querem adotar duas crianças ou mais. No
quesito idade, mais de oitenta por cento dos pretendentes desejam adotar
crianças de até seis anos de idade, sob o argumento de poder acompanhar o
crescimento.
Todos os argumentos que podem restringir a
escolha de uma ou outra criança podem ser repensados. O aspecto da cor, por
exemplo: por mais que se queira alguém mais parecido, às vezes, até os irmãos
biológicos podem ser diferentes até na cor da pele, com mesmo pai e mesma mãe.
Na questão dos irmãos, o fato de não aceitar
mais de uma criança pode ser um aspecto de responsabilidade, visto que criar
uma criança exige tempo e possui um custo financeiro. Porém é de se imaginar
aqueles casos em que o casal recorre à inseminação artificial: há a
possibilidade e, sendo tamanha a vontade da paternidade/maternidade, o casal
aceita quantos filhos vierem. E ser pai e mãe é estar de peito aberto mesmo!
A idade, que talvez seja um dos mais pesados
pré-requisitos, também possui argumentos opostos. Você pode não acompanhar os
primeiros anos e as primeiras descobertas, mas existe uma vida toda pela
frente. Os jovens estão começando a ir trabalhar para só depois mudarem para
suas casas, ou mesmo avançando nos estudos para só depois formarem suas
próprias famílias. Dessa forma, o acompanhamento dos pais nesse começo de vida
adulta será forte e importantíssimo. E depois, ainda podem vir os netos!
Algumas ações visam chamar a atenção para as
crianças em abrigos. Uma delas é a de um aplicativo de celular que mostra as
crianças para os pretendentes a pais cadastrados. Outra é um controverso
desfile de crianças, bastante divulgado na mídia quanto aos seus lados
positivos e negativos. Infelizmente, se falar que um desfile expõe as crianças
e pode frustrá-las, esse é o lado triste da adoção, quando a gente ainda
precisa se preocupar em aspectos como cor, sexo, idade e outros. A criança para
adoção, sem querer, está exposta e ficará assim até que a família definitiva
venha, ou não.
Até completar os dezoito anos, jovens podem
frequentar abrigos. Depois, precisam viver por si, e isso não é fácil,
justamente porque eles estão desprovidos de estrutura e apoio familiar. Há a
urgência do emprego para poder começar uma vida digna como adulto, em um país
em crise. É possível ver, inclusive em redes sociais profissionais como o LinkedIn,
casos de pessoas pedindo emprego por conta dessa situação.
Falamos de vários aspectos, mas o mais
intrigante deles é a doença. A exclusão das crianças já pode ter ocorrido por
conta de elas não serem plenamente saudáveis. A pessoa ou o casal que adotar
essa criança, terá de ter um amor gigante e entender essa condição, provendo, inclusive,
o tratamento. Não se verificou nos dados apresentados pela CNJ se deficiências
foram agrupadas com doenças.
Esse é um pequeno panorama dentro da
realidade da adoção em nosso país. Atrás de cada número que mostramos, são
milhares de crianças com a esperança de acordar no dia seguinte e poder fazer
parte de uma nova família.
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