Língua Portuguesa
Dentre as figuras de linguagem, o pleonasmo
(principalmente o vicioso) é o que mais se destaca (para ver outras, acesse os
links sugeridos): quem nunca notou uma pessoa subindo para cima ou freando para
diminuir a velocidade?
[Imagem: arielrobin/Pixabay] |
Pleonasmo é a figura de linguagem em que se
reforça uma ideia com outro nome, adjetivo ou expressão. Quando vicioso, deve
ser evitado, pois transforma um texto em redundante, difícil de ler por ser
cansativo. Vamos dar exemplos:
- Via seu reflexo sob a Lua
brilhante.
- Comprou alguns sacos de arroz.
- Pegou uma folha verde de
goiabeira.
- Com voz baixa, murmurou-lhe
segredos.
- Trancou-se com a chave que fizera
escondida.
- Viajou o caminho todo em uma rodovia
pavimentada, pegando estrada de chão só ao chegar no sítio.
- Resvalou na escada e se machucou
nos degraus.
- Comprou um novo celular com chip.
- Mais esse elo de ligação foi
feito.
- Passou pelo pedágio e pagou a tarifa.
- Entrou no ônibus urbano e girou a catraca.
- Todo o apoio e suporte ao cliente
consumidor.
E, dentre os exemplos que se pode dar de
pleonasmo vicioso é o do "metro linear". Ele acontece tanto para
pessoas que fizeram até o ensino médio, como para pessoas no ensino superior.
Metro é uma unidade de comprimento, portanto, é usado para medir distâncias
entre dois pontos quaisquer, seguindo uma reta ou arestas de um sólido
geométrico.
No caso popular, qualquer medida se torna
metro. Um vendedor de lenha cobra cento e cinquenta reais pelo
"metro" ou um assentador de revestimento cerâmico, vinte reais pelo
"metro" pronto. Observe que o vendedor vende algo em volume, ou seja,
em metro cúbico, e o assentador um serviço por área, portanto, por metro
quadrado.
Nos cursos universitários e de
pós-graduação, em quadros ou tabelas de relatórios de pesquisa, há estudantes
que vem a usar a fatídica expressão. E pior, ainda a abreviam por ml (que seria
uma unidade de volume, não de comprimento) ou invés do correto [m].
Em ambos os casos, há ou um apego pelo
caminho mais curto de truncar as expressões de área e volume, o que leva a
gerar um pleonasmo vicioso (quase uma aberração) para a unidade de comprimento.
E não se pode dizer que a falha é do sistema educacional, pois desde o ensino
fundamental já se apresentam as medidas de área, volume, massa e outras, com
suas bases.
Luiz Fernando Mirault Pinto, em seu artigo “Metro
linear – unidade de medida ou vício de linguagem” discorre a respeito dessa
estranha unidade que se criou, que é um erro de português e de Física. Nele,
apresenta-se casos práticos de uso de uma dimensão que se sobrepõe às demais (o
que claramente poderia ser chamado “metro”), ou o único caso em que se
consagrou a forma em pleonasmo, que seria uma medida equivalente a documentos presentes
em um arquivo (da ciência da Arquivologia).
Se “metro linear” é formalmente aceito para
conjuntos de documentos, não deixa de ser algo estranho e difícil de
defender... e para quem pensar que discutir uma unidade que se entende é
besteira, o fato é o seguinte: é necessária a padronização de linguagem para
todos conseguirem transmitir ideias, o que fez o metro ser apenas metro e seu
símbolo apenas [m].
Você conhece outro exemplo de pleonasmo,
gritante ou não? Deixe nos comentários!
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de linguagem e músicas
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