Língua Portuguesa
Figuras de linguagem são recursos
linguísticos usados na música, poesia, literatura ou na língua falada, a fim de
dar mais beleza e significado. Cada frase ou oração se torna mais expressiva
com o uso dessas figuras.
A música é uma forma de arte que usa e abusa
dessas figuras. A seguir, vamos conhecer melhor algumas delas e ver exemplos de
versos musicais que as usaram.
![]() |
[Imagem: Som Livre / Reprodução] |
METÁFORA
Na metáfora, palavras com significados
diferentes são comparadas. O termo que serviria para comparar (como, assim, tal
qual, por exemplo) é omitido
Ex: "Tão longe do chão / Serei os seus
pés."
(Pássaro de fogo)
- o autor se compara aos pés da amada para
dizer que lhe dará carinho e suporte, sem usar termo comparativo.
Ex: "Enquanto crescem as espigas / De
Chiquinha cresce a barriga / Para colhermos nosso filho."
(Colheita de milho)
- aqui a música compara o crescer do filho e
o granar das espigas, também sem usar termo de comparação explícita.
COMPARAÇÃO
Nela, há a comparação de duas coisas com o
uso de expressões comparativas:
Ex: "Fiquei leve igual criança/ Quando
cai na brincadeira"
(Toneladas de Paixão)
- note-se o termo "igual" para
comparar.
METONÍMIA
Para evitar repetições, ou sinalizar
quantidade, a metonímia é usada. Costuma-se defini-la como sendo a figura da
"parte pelo todo".
Ex: "Deixar a paz desses momentos /
Embalar os sonhos meus / No céu dos braços teus."
(El condorpasa)
- o apaixonado não queria só os braços, mas
ter toda a pessoa ao seu lado.
Ex: "Nossa aliança de ouro..."
(Aliança de ouro)
- assim como na simbologia do anel, a
aliança é posta como a entidade do casamento ao longo da música, sendo uma
pequena parte dele.
Ex: "Aí eu vendo quase de graça / Meio
barril de cachaça e cinco latas de melado"
(Lida de costeiro)
- foi vendido o conteúdo de meio barril ou
cinco latas, e não os recipientes apenas.
SINESTESIA
Os termos sinestesia ou sinestésico se
referem a sensações e vivências. Um autor que usa dessa figura de linguagem
brinca ou pouco com isso ao misturar os sentidos.
Ex; "Numa cantiga de mangaço e
sapucai"
(Lida de costeiro)
- nesse exemplo de mistura o bater do mango
(peça tradicional gaúcha) ao sapucai e cantigas, ou seja, o tátil e o sonoro.
CATACRESE
É aquela figura que se assemelha ao
"jeitinho brasileiro". Se não há um termo específico, a gente usa
outro similar para dizer o que precisa, como embarcar (seria entrar no barco,
mas ficou para todos os veículos), asa da xícara e outros.
Ex: "Taí no quê que dá / Casar sem ter
certeza / Faz como o Jeremias / Sai e larga a mulher presa / amarra o pé da
dona arroxado ao pé da mesa (...)"
(Taí no que que dá)
- a mesa não teria "pés", mas na
falta de outro termo...
PERSONIFICAÇÃO
É conhecida também como prosopopeia, e
ocorre quando damos atributos racionais e sentimentos a seres e objetos que ou
não os têm, ou percebem as coisas de forma diferente dos seres humanos.
Ex: "Chuva, traga o meu benzinho /
Pois preciso de carinho / Diga a ela para não me deixar triste assim"
(O ritmo da chuva)
"E um macegal se ajoelhando/ Como a
pedir mil perdões"
(Gineteando o temporal)
- o macegal se dobra pelo vento, e a chuva
costuma até espantar as pessoas... mas aí eles ganham atributos humanos.
CACOFONIA
Pode ser entendida como uma figura de
linguagem, ou mesmo como um vício, onde partes de uma palavra se unem a partes
das outras e, se lidas ou ouvidas muito rapidamente podem ser mal interpretadas
(ou seria desejada a interpretação).
Ex: " Cadê ela / Cadê ela / Cadê ela /
Cadê ela..."
(Cadê ela)
Ex: "Eu estou chorando pela Dinha / Eu
estou sofrendo pela Dinha / Eu estou morrendo pela Dinha / Oh! Eu estou
soluçando pela Dinha!"
(Dinha)
- nas músicas foi proposital a cacofonia
para entender "cadela" ou "peladinha", mas na escrita e
fala é bom tomar cuidado!
GRADAÇÃO
Na gradação, ocorre a sucessão de ideias com
ordem progressiva de intensidade.
Ex: "Eu fui amando, apaixonando, eu
fui gostando/ a gente foi afrouxando / a gente se descuidou"
(Linguaruda)
ONOMATOPEIA
Transforma sons do cotidiano em sílabas ou
pequenas palavras escritas. O gato não mia exatamente "miau", não é
exato "bem-te-vi" nem o cachorro acoa "au", mas são formas
de relembrar o som que representam.
Ex: "Ai... ai... aiaiaiai... / Parece
que eu estou vendo ela querendo cortar / Só de pensar tá doendo."
(Só de pensar tá doendo).
- o som de algo doído é outra onomatopeia
bem famosa.
Ex: "Plunct Plact Zum / Não vai a
lugar nenhum."
(Carimbador maluco)
- onomatopeias são bem-vindas para Raul
Seixas. Há um disco dele, inclusive, cujo nome é Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
(1987).
□
👉 E ainda mais
para você: Prece
de mineiro no Rio
GOSTOU DESTA POSTAGEM ☺? USANDO A BARRA DE BOTÕES, COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS 😉!
0 Comentários
Seu comentário será publicado em breve e sua dúvida ou sugestão vista pelo Mestre Blogueiro. Caso queira comentar usando o Facebook, basta usar a caixa logo abaixo desta. Não aceitamos comentários com links. Muito obrigado!
NÃO ESQUEÇA DE SEGUIR O BLOG DO MESTRE NAS REDES SOCIAIS (PELO MENU ≡ OU PELA BARRA LATERAL - OU INFERIOR NO MOBILE) E ACOMPANHE AS NOVIDADES!