Cultura e Comportamento
Basta ter um pouquinho de experiência ao
conviver com outras pessoas para perceber não só que somos diferentes, mas que
cada um busca e sonha conquistar coisas distintas. Para ajudar no entendimento
destes contrastes, Abraham Maslow enunciou a Teoria das Necessidades Humanas,
ou Pirâmide de Maslow.
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[Imagem: Endeavor] |
A PIRÂMIDE DE MASLOW
Nela, são elencadas as necessidades humanas
sob diferentes categorias, sendo a base composta pelas necessidades
fisiológicas. Um indivíduo só irá buscar um objetivo que se inclui nas
categorias superiores após atendimento completo daquela categoria. A última das
categorias é a de realização pessoal, estando no topo da pirâmide.
Outro entendimento que se pode ter é que o
formato de pirâmide reflete a realidade da quantidade de pessoas que estão inseridas
em cada nível máximo de necessidade, considerando uma sociedade/país bastante
desigual. Muitas pessoas veem seu trabalho como o ganha-pão-de-cada-dia,
enquanto outras poucas estão se preocupando com satisfação, fazer o que gostam,
ter sucesso profissional. Uma pessoa que está no último estágio pode chegar a
recusar uma oferta de trabalho, por exemplo, se ela não lhe permitir usufruir
todas as suas habilidades – certamente ela possui plenas condições de atender
suas necessidades básicas sem esse emprego.
VENDO A PIRÂMIDE EM NOSSO DIA-A-DIA
É fundamental entender em que estágio as pessoas
estão. Isso pode servir para recrutamento de pessoal e políticas nas empresas
visando engajar seus funcionários. Para quem possui necessidades básicas a
serem atendidas como estágio da pirâmide, uma cesta básica pode ser algo muito
importante, enquanto que o título de funcionário destaque do mês pode deixar
nas nuvens um funcionário no estágio de autoestima.
Políticos sabem exatamente em que estágio
estão as pessoas. Pode parecer absurdo que alguém venda seu voto por conta de
próteses dentárias, combustíveis, cestas básicas e outros, mas esta prática
ilegal ainda acontece porque há muitas pessoas que estão na base da pirâmide,
não conseguindo enxergar os malefícios do que está fazendo.
Outro caso está no nível de escolaridade e
propensão ao abandono escolar. Famílias que moram em uma favela, por exemplo,
são obrigadas a inserir todos os filhos no mercado de trabalho bem cedo. Quando
chega o ensino médio, muitos são obrigados a trabalhar e estudar no contraturno
ou mesmo à noite para trabalhar o dia todo. Suas famílias veem benefício apenas
no trabalho porque rende dinheiro para ajudar no orçamento familiar. Nem todas
conseguem ver que é importante seguir estudando, para poder aspirar voos
maiores, por estar na base da pirâmide.
Por outro lado, jovens em todo o país estão
ficando mais tempo na casa dos pais. Aqui se percebe que tanto pais e filhos
estão retirando, pelo menos por algum tempo, seus filhos da base da pirâmide,
permitindo que ampliem sua escolaridade ou façam alguma reserva para poder
iniciar sua vida, seja em suas profissões, seja empreendendo.
Um último exemplo está nos ativistas contra
o capitalismo, contra o sistema, tudo e todos. É óbvio que é fundamental
possuir senso crítico e pensar em uma sociedade melhor, buscando contribuir de
forma positiva para isso. Mas há exemplos claros de jovens manifestantes que
lutam contra aquilo que sustenta suas necessidades básicas. Quão menor a renda
familiar e maior a necessidade de trabalhar para conquistar o mínimo, menor é o
questionamento sobre tudo (considerando questionamento como atividades de manifestação
e ativismo).
É possível elencar muitos outros exemplos de
aplicação da Pirâmide de Maslow. Você poderia citar mais algum? Deixe sua
contribuição nos comentários.
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