Burocracia na carona: segunda via do CRV, habilitação exclusiva para automático e muito mais 🤔


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Em todo lugar, para exercer qualquer atividade, ou pelo menos garantir do direito para tanto, é necessário passar por alguns procedimentos legais. O termo burocracia surgiu como sendo a estrutura do estado, responsável por tais procedimentos. Como o conjunto de normas e procedimentos, principalmente em nosso país, é muito grande, gera-se lentidão e a associação do termo “burocracia” a fatores negativos.

Para fazer algo no Brasil, é preciso esperar muito e pagar bastantes taxas. Parte dos procedimentos burocráticos garante a redução de fraudes, condições de saúde e segurança, mas outros acabam mascarando tentativas de arrecadação, o que deixa o cidadão inconformado, inibe iniciativas empreendedoras, dentre outras consequências. 

http://www.oblogdomestre.com.br/2018/01/Leis.SegundaViaDoCRV.HabilitarParaCambioAutomatico.Carros.Burocracia.html
[Imagem: ig]


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Neste post, vamos mencionar apenas dois exemplos de regulamentos, um já aprovado e outro que começou a ser discutido no mês passado. Começando pelo já consolidado, vamos falar do registro e transferência de veículos. A propriedade de um veículo é dada pelo CRV (Certificado de Registro de Veículo). Através de dados como as placas e o RENAVAM, é possível consultar dados de qualquer veículo nos sites dos Detrans. Entretanto, caso algum vendedor possa ter rasgado seu documento (pois o CRV é dobrado e dobras fragilizam papéis), mas as duas partes tenham informações que conferem, ainda assim é necessária a emissão de nova via do documento.

Detalhe: essa nova via será entregue em até 10 dias, após pagamento de taxa pela expedição do documento e nova vistoria veicular. Assim, se um cidadão busca vender seu veículo, irá emitir um pedaço de papel para usá-lo por dois ou três dias, até que o comprador possa pagar todos os custos de transferência e, pasme, fazer nova vistoria veicular e emitir seu próprio CRV.

A demora gerada por todos estes procedimentos pode fazer com que pessoas desistam de negociar, ou ainda recorram a terceiros (parentes, despachantes, etc.) para atuar na troca de titularidade. Ocorrem impactos de outra natureza como o desperdício de papel, deslocamentos (combustível e tempo) e duplicidade de procedimentos.

Mais recente é a ideia de fazer habilitações exclusivas para direção em veículos automáticos. Seguindo o exemplo de outros países, haveria um modelo de habilitação onde o condutor escolheria fazer aulas práticas e seu exame usando um veículo automático. Há sentido em pensar em veículos com câmbio manual e automático como universos diferentes, pois a utilização muda por completo. Mas a carteira exclusiva não aparenta ser a melhor opção.

Parte da culpa das dificuldades (de quem as têm) no uso de veículos com câmbios manuais ocorre na sincronia entre trocas de marchas e as condições de direção (velocidade e terreno). Outra parte ocorre no design de alavancas de câmbio. Cada uma apresenta um posicionamento distinto de marchas – a marcha ré é a mais polêmica de todas, estando um estágio antes da primeira marcha, ou ainda após a última marcha no sentido frontal. Ainda existem aqueles veículos que exigem apertar a alavanca de câmbio para acionar a marcha ré. É preciso ter um pouco de treinamento para conseguir “enxergar” as posições imaginárias para cada marcha.

Um veículo automático, por sua vez, traz mais comodidade ao dirigir, por tirar um elemento mais complexo dentro do ato da condução, liberando o motorista para o cuidado com piscas, faróis, pedestres e outros fatores no entorno. Possui posições especiais como a de estacionamento (P), obrigatória para estacionar na rua ou na garagem, com freio de estacionamento/mão acionado; dirigir (D) e esportiva (S). Alguns veículos automáticos apresentam alavanca com botão, enquanto outros possuem estágios em circuito não linear, exigindo apenas o uso do freio.

A nova proposta supõe que quem aprende a dirigir com câmbio manual está plenamente apto a dirigir com automático, sem ser válida a recíproca. É fato que câmbios manuais possuem maior grau de complexidade, mas será que realmente faz sentido dizer que, com os cursos práticos das autoescolas, estamos formando motoristas plenamente capacitados ao uso do automático. A resposta “Não” parece soar forte.

Com um modelo de habilitação em separado, novamente estamos burocratizando o processo de direção. Há uma grande gama de veículos diferentes, e um curso não poderia abranger todos. Mas é inevitável pensar em modernizar o ensino de condutores, pois os veículos automáticos tendem a dominar o mercado mundial.

Um condutor que dirige apenas em veículos com câmbio manual tenderá a querer sair de um automático na posição errada, o que não liberará as chaves. Também poderá tender a querer usar a posição Neutro (N) com o veículo desligado (o que estraga a caixa de câmbio, por não estar lubrificada). Ou ainda, em meio ao trânsito, pode pisar no freio na falta de uma embreagem. Erros assim também podem levar a problemas, como ocorre com quem não é plenamente apto às trocas de marchas manuais.

Dentre as várias discussões sobre esse tema, inclusive nas fervorosas redes sociais, surgiu uma interessante ideia a respeito do tema. Conhecendo a natureza dos dois tipos de câmbio, seria adequado utilizar os dois tipos de veículos no ensino. Poder-se-ia iniciar com um veículo automático, onde o aluno fixaria nas condições de direção e regras de trânsito. Após, poderia ser utilizado um modelo similar, porém com câmbio manual, fixando a utilização do mesmo em paralelo ao restante dos itens a serem observados ao dirigir.

De uma ideia assim poderiam surgir motoristas mais aptos a enfrentar a variedade de veículos existentes, sem criar novos motoristas com habilitações “limitadas” e gerar novos processos burocráticos. É preciso pensar em novas situações, evoluir nos procedimentos adotados pelos órgãos de estado, bem como eliminar processos que nada agreguem e gerem desperdícios de tempo e de dinheiro. Foram apresentados apenas dois exemplos, mas quantos outros ainda existem...



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