Cultura e Comportamento
Existem sensos comuns, bastante debatidos ou
até mesmo sendo esquecidos pouco a pouco, que esbarram com situações que
envolvem desde a vivência acessível até a fluidez do trânsito. Um deles é a
presença de cães na praia, cujas fezes depositadas podem propiciar meio
favorável à transmissão de doenças. Essa presença é permitida por Lei apenas em
caso de cães-guia, que recebem treinamento especial e servem como “olhos” de
seu parceiro com deficiência visual.
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[Charge produzida para o Jornal Diário Catarinense sobre este tema. Imagem: Zé Dassilva/Reprodução – Grupo NC] |
No caso da presença de animais, há quem
questione inclusive quando cães-guia, apesar de ser postura ilegal. Os mais
liberais apontam os animais como menos poluidores do meio do que os próprios
humanos, mas não se deve deixar de lado a natureza de um bichinho de
desconhecer “o local correto” de fazer suas necessidades.
Outro caso semelhante ocorre na
possibilidade de estacionar, inclusive sobre as faixas de rolamento, quando
forem veículos de serviços públicos e de saúde, como: ambulâncias, bombeiros,
viaturas de polícia, entre outros. Nestes casos, é entendido o bem comum na
função que todos exercem, sendo aceitável, pela maioria, este privilégio, que
se estende a permitir ultrapassagem, dando o lado, em caso de
congestionamentos.
Porém o estacionamento sobre a via é
permitido também para empresas de transporte de valores. Muito se discute,
entre as municipalidades, sobre o que pode ser “menos ruim”: fornecer vagas de estacionamento exclusivas
(principalmente no centro das cidades) ou manter esses veículos no meio da rua,
reduzindo o nível de serviço da via, às vezes em períodos do dia que são
normalmente críticos.
Outro caso de exceção polêmica está na
Previdência Social. Em outros locais do mundo, com expectativas de vida mais
elevadas e pirâmide etária populacional tendendo ao estreitamento nas faixas
iniciais (crianças e jovens adultos) e alargamento no topo (pessoas mais
idosas), as idades para aposentadoria são mais elevadas. Da mesma forma que em
nosso país, as gerações atuais pagam para quem recebe benefícios hoje.
Porém, dentro ainda do âmbito legal e
considerando nossa realidade, temos pessoas que recebem demais, seguem
trabalhando e manterão seu benefício por conta da segurança jurídica. Claro,
estamos falando de nossa classe política... Outro caso bastante questionado é o
auxílio-reclusão, que ocorre em poucos casos, dentro de um limite de renda e
apenas se o preso já trabalhava e contribuía para a previdência.
Uma reforma na previdência é importante para
manter sua solvência. Entretanto, não pode haver tantas “exceções” que ganhem
demais, e é preciso se criar o entendimento de que o pagamento do benefício
deve ocorrer ao fim da vida, durante poucos anos. Mas, para a Previdência
Social permitir esse modelo de benefícios mais curtos, é preciso haver
contrapartidas do Estado e da Sociedade, com empregos que exijam menos esforço
físico para pessoas mais idosas, um sistema de saúde que permita o trabalhador
manter sua aptidão física e mental, dentre outras coisas.
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