Variedades
Conheça mais uma das redações do ENEM que
ganharam nota 1000 na edição do ano passado (2014). Desta vez, a redação foi
escrita pela estudante Giovana Lazzaretti Segat, do Rio Grande do Sul.
[Imagem: Estudo Prático] |
“A
propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada em todos os
meios de comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal
objetivo: expor um produto e explicar sua respectiva função. No entanto, essa
mesma função é distorcida por anúncios apelativos, que transformam em sinônimos
o prazer e a compra, atingindo principalmente as crianças.
As habilidades
publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos animados e
trilhas sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos.
Dessa maneira, as indústrias acabam compartilhando seus espaços; como exemplo
as bonecas Monster High fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta
de discussão sobre o assunto é evidenciada pelas opiniões distintas dos países.
Conforme a OMS, no Reino Unido há leis que limitam a publicidade para crianças
como a que proíbe parcialmente – em que comerciais são proibidos em certos
horários -, e a que personagens famosos não podem aparecer em propagandas de
alimentos infantis. Já no Brasil há a autorregulamentação, na qual o setor
publicitário cria normas e as acorda com o governo, sem legislação específica.
A
relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças
perdem a noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz
que tudo é possível. Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode
criar leis rígidas que restrinjam a publicidade de bens não duráveis para
crianças. Além disso, as escolas poderiam proporcionar oficinas chamadas de
“Consumidor Consciente” em que diferenciam consumo e consumismo, ressaltando a
real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição de cartilhas
didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo
aliado ao diálogo com os pais.
Sérgio
Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências
estrangeiras, e a publicidade atual é a consequência direta da globalização.
Por conseguinte é preciso que as crianças, desde pequenas, saibam diferenciar o
útil do fútil, sendo preparados para analisar informações advindas do exterior
no momento em que observarem as propagandas."
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