O que são Bioconcentração, Bioacumulação e Biomagnificação?

Ciência e Saúde


Bioconcentração, bioacumulação e biomagnificação são três termos bastante grandes, mas que possuem conceitos muito simples de assimilar. Como os próprios nomes indicam, por meio do prefixo “bio”, ocorrem com seres vivos. Alguns desses conceitos estão relacionados à forma com que cuidamos de nosso meio ambiente e do manejo de resíduos.

http://www.oblogdomestre.com.br/2018/01/Bioacumulacao.Bioconcentracao.Biomagnificacao.CienciaESaude.Quimica.html
[Imagem: Fenae]



A bioacumulação consiste no acúmulo de substâncias/compostos químicos. Esse acúmulo pode ocorrer de forma direta, por meio de contato com o ar, água e solo; ou indireta, quando através de alimentos. Já a Bioconcentração existe quando esse acúmulo ocorre em concentração superior àquela encontrada no próprio meio que o ser vivo habita. Em geral, as substâncias ou compostos químicos são lipossolúveis, não biodegradáveis nem metabolizados pelos organismos, levando a taxas de maiores de armazenamento do que de excreção. Outras características desses compostos, em geral, são as moléculas cíclicas, providas de anéis aromáticos e clorados; usualmente grandes – com massa molecular superior a 236 g/mol.  Tanto a bioacumulação como a bioconcentração são fenômenos que ocorrem em um mesmo nível trófico (mesmo nível da cadeia alimentar).

Já a biomagnificação ocorre ao longo da cadeia alimentar. Há um acúmulo progressivo de substâncias no organismo dos seres vivos, sendo maior quão mais alto for o nível na cadeia alimentar. Tanto a biomagnificação como os outros processos apresentados ocorrem em paralelo, principalmente no meio aquático.

O inseticida DDT (de onde vem o nome “dedetização”, por mais que as desinsetizações atuais não o usem mais) é um claro exemplo de substância que leva aos processos mencionados. Outras são os metais pesados. Há algum tempo atrás, eram aceitas definições de metais pesados que envolviam caracteres químicos como a massa molecular, unicamente. Atualmente, além das características químicas, os efeitos como a bioacumulação são considerados.

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[Imagem: Blog Metais Pesados]


Isso não significa que metais pesados não façam parte de processos biológicos e estejam presentes, desde que em quantidades pequenas, em organismos vivos. O cobalto participa da produção das hemácias; o cobre compõe enzimas e é útil na síntese de hemoglobina; o vanádio auxilia na função da insulina; o zinco atua na ação imunológica de crianças e adolescentes; dentre outros exemplos. Efeitos adversos podem acontecer com concentrações superiores.

Os metais pesados e outras substâncias são manejados pela indústria. Uma opção é buscar alternativas às matérias-primas convencionais, eliminando esses compostos. Um exemplo claro disso foi a retirada de compostos de chumbo no zarcão, uma tinta alaranjada que serve para a proteção de peças, estruturas e esquadrias metálicas, atuando como fundo.

A outra opção consiste no manejo correto. Os lixões ou os aterros controlados (lixões desativados que vieram a receber recobrimento superior, ou aterros ativos incompletos, sem tratamento de chorume ou gases, ou ainda sem impermeabilização inferior) não permitem destinação correta de resíduos quaisquer, ainda mais aqueles com metais pesados. É preciso destinar resíduos com metais pesados como lâmpadas, pilhas e outros para tratamento em indústrias especializadas, responsáveis pela logística reversa desses produtos, após o fim do ciclo de vida.

Pensar em processos como bioacumulação, bioconcentração e biomagnificação é apenas uma etapa do processo de educação e consciência na destinação de resíduos quaisquer. Claro que aqueles que apresentam metais pesados podem representar impacto na saúde dos seres vivos de maneira mais rápida, nítida. Entretanto, até aquilo que parece inerte, como um pequeno pedaço de plástico, precisa ser considerado. Muitos animais da fauna marinha acabam ingerindo pedaços de plástico, confundindo-os com alimentos. Outros acabam deformados por peças boiando em meio a água, entalados.

Lixo, ou resíduo (para quem não desejar a carga negativa do primeiro termo), é algo que possui enorme potencial de retorno à cadeia produtiva, seja orgânico, seja seco/reciclável. O tratamento, disposição correta, reciclagem e reaproveitamento, não são apenas a transferência de volumes de algo que parece ser um problema para outro lugar, mas itens fundamentais para a saúde pública e conservação do meio ambiente.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             


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