Imagens da semana (43) – Especial as coisas como elas são

Quando 🐽 não é tomada



Ao começarmos nossa formação no estudo de línguas, textos e artes, principalmente a Literatura, somos ensinados a ver coisas que não aparecem ao-pé-da-letra. Como dito no post anterior, os escritores fazem até mesmo uso da Licença Poética para “fugir” de pontos reais e ganhar em estilo. Mas, quando o mundo está se tornando cada vez mais neoeufemista ou, como alguns dizem, cada vez mais “cheio-de-mimimi”, fica difícil se expressar em alguns momentos – pode ser que uma ideia qualquer gere repercussão negativa por má interpretação. E, o pior de tudo, é que a interpretação ao pé-da-letra pode ser a mais correta e sensata, dependendo do caso.

http://www.oblogdomestre.com.br/2017/10/ImagensDaSemana.BlackIsBeautiful.Polenghinho.FaustaoEElzaSoares.html
[Imagem: RT.com/Reprodução]

Estamos em uma era onde quase tudo se torna elemento de decoração. Em banheiros e lavatórios, a cor preta virou tendência, tanto que muitas lojas estão comercializando vasos sanitários na cor preta, cujo preço é superior aos tradicionais nas cores branca, cinza e marrom. A ideia de colocar um papel higiênico na cor preta parecia ser muito interessante. Como costumamos associar certo ar de sofisticação ao uso de expressões em inglês, chamou-se de “Black” o papel e o slogan de “Black is beautiful”. Em uma simples tradução, preto é lindo, o que estaria ressaltando a beleza do produto.

Por uma infeliz coincidência, esta expressão foi utilizada em um movimento estadunidense da década de 1960, em mais uma luta contra o racismo. Assim, houve repercussão negativa e acusações de racismo velado, onde o “negro estaria limpando a sujeira da moça rica e branca”. Vamos pensar com mais calma: isso quer dizer que até então o “branco estaria limpando a m#$&@ de todo o mundo”? Ambos os raciocínios não fazem sentido algum, são um excesso de licença poética...

Devemo-nos preocupar com o que realmente é racismo, e combatê-lo no dia-a-dia, seja oferecendo oportunidades de trabalho e estudo iguais, seja não taxando marginalidade sem conhecer. Combater o racismo é não duvidar da capacidade e talento de alguém só por sua cor de pele, é respeitar crenças, costumes, vestimentas e acessórios. É ser amigo, irmão, parceiro de vida e de fé.

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[Imagem: Jornal O Globo/Reprodução]

Outra ideia que está ficando bastante arraigada em nossas mentes é a da causa LGBTQ. Cada um precisa lutar por o que acredita, seu espaço na sociedade, o que considerar melhor para si e para sua família, contanto que respeitando os demais, seja sendo favorável ou contrário. Com isso, qualquer bandeira multicolorida nos remete ao movimento, o que não deveria acontecer, por levar ao mesmo erro que aconteceu com o papel. Porém, na natureza, pode ocorrer a difração da luz branca, resultando ondas que possuem diferentes cores.

Dentro dessa ideia, o álbum “The dark side of the moon”, do grupo Pink Floyd,  demonstra o fenômeno, sendo relembrado até hoje. Inspirando-se na capa do álbum, a marca de queijos processado Polenghinho decidiu fazer algo semelhante associando sua imagem. A campanha deu o que falar também...

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[Imagem: Reprodução/TV Globo]
Ao receber a cantora Elza Soares no quadro “Ding Dong”, Faustão foi criticado por dizer que a mesma era igual massa, que quanto mais é batida, mais cresce. Fausto Silva cometeu uma daquelas gafes como as de almoço de domingo, onde a mesma tia oferece aquele prato que você detesta pela enésima vez. Quem já acompanhou alguns Domingões irá perceber que essa é uma daquelas frases que o apresentador fala para dar moral ao visitante, e a repetiu várias vezes. Nesse caso, a cantora Elza Soares havia passado por problemas com violência doméstica, já superados. E foi o bastante para gerar vários burburinhos e até exigências de retratação nas redes sociais.

Nessas questões e outras muitas que irão aparecer, será necessário enxergar coisas reais e fortes, para evitar a banalização de questões importantes por discussões bobas. É preciso entender que não se pode ser tão ferrenho em um mundo onde umas pessoas entenderão por gueixas como as japonesas que entretêm clientes nas casas de chá, enquanto outras pensarão em uma mula.
   

👉 E mais para você:  Imagens da semana (42)


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