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A Colorifix e o tingimento natural reinventado

Ciência & Saúde

 

Quando se falava em tingimento natural, era comum que se pensasse em extrair cascas de plantas, madeira ou folhas, fazer o cozimento com a roupa e tingir. Já existem técnicas mais avançadas e uma delas vamos ver ao longo deste post, criada pela empresa britânica Colorifix.

 

 

Bactérias ganham cor e viram pigmento

[Amostras no laboratório da Colorifix. Imagem: Igor Arroyo / Rede Globo | Reprodução]


 

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COMO TUDO COMEÇOU?

 

Orr e Jim fizeram uma viagem ao Nepal. Como eles tinham interesse em conhecer os impactos da indústria do vestuário, estavam criando um sensor que permitiria medir a concentração de metais pesados em rios.

 

Lá eles viram um cenário de regulação industrial mais fraca e vários sinais de degradação ambiental. Os nativos nepaleses comentaram a Orr que sabem quais as cores da moda do ano que vem conforme a cor da poluição do rio hoje.

 

Com isso, eles mudaram de foco. Ao invés de pensarem em medir poluição, eles tentaram uma nova solução para a produção dos corantes, usando conhecimentos de Química.

 

COMO FUNCIONA?

 

Jim e Orr, voltando ao Reino Unido, montaram um laboratório em Norwich. Lá, desenvolvem pigmentos a partir de moléculas de DNA. Se é necessário um pigmento amarelo, similar ao visto num papagaio, ele é identificado e usado num processo biológico.

 

Esse trecho de DNA que dá a cor amarela (no nosso exemplo) é inserido em bactérias criadas em laboratório, fazendo com que tenham a cor desejada. Vários testes são feitos até encontrar a melhor combinação genética.

 

Após, é feita a fermentação, onde as bactérias crescem e geram mais pigmentos. É como uma criação agrícola, onde se dá açúcar e sais minerais para o crescimento da criação. Outra analogia que se pode pensar é a de fazer cerveja, onde os refeitórios das bactérias são míni-reatores.

 

Amostras com milhões de bactérias pigmentadas são misturadas a tecidos como poliéster e passam por uma máquina que finaliza o tingimento. Chega-se a tecidos bem pigmentados, mas ambientalmente mais favoráveis.

 

QUAIS AS VANTAGENS DESSE NOVO PROCESSO DE TINGIMENTO?

 

Uma das vantagens desse tingimento à base de bactérias é reduzir a poluição hídrica. A produção de roupas corresponde por cerca de 20 % da poluição hídrica mundial e é a que mais consome corantes sintéticos – à base de combustíveis fósseis.

 

Diante desse contexto:

 

• 77 % da água necessária ao tingimento tradicional é poupada.

• Reduz-se acima de 31 % das emissões de gases.

• Usa-se menos de 50 % da energia usada no tingimento sintético.

 

Além disso, cabe pensar no resíduo gerado. Fora a peça pigmentada, sobram água e pequenos sais minerais não consumidos pelas bactérias. Isso torna o processo limpo.

 

O PRÊMIO EARTHSHOT

 

Iniciativas como a dos amigos Orr e Jim costumam concorrer a um prêmio criado pelo príncipe William, da Família Real Britânica. É o chamado prêmio Earthshot, cuja edição mais recente teve premiação no Rio de Janeiro, apresentada por Luciano Huck.

 

A Colorifix, que é a empresa de Orr e Jim, foi finalista do prêmio Earthshot de 2023, na categoria "construa um mundo lixo-zero". Naquele ano, a ganhadora da categoria foi a S4S Technologies’, que trabalha no apoio a agricultores, visando melhor aproveitamento alimentar, com o uso de secadores solares, preservação de plantações e transformação de resíduos em produtos com valor comercial – que também era uma grande ideia.

 

O fundo ambiental proposto pelo Brasil é finalista do Earthshot de 2025. Nas palavras da Ministra Marina Silva, é uma oportunidade sem precedentes de demonstrar que manter as florestas tropicais é mais valioso do que sua destruição.

 

Outro finalista foi o projeto brasileiro Re-Green, que usa IA e dados de satélite visando reflorestamentos rentáveis. Ele foi premiado vencedor em sua categoria (proteger e restaurar a natureza), mesma categoria em que concorria o fundo ambiental brasileiro.

 

Numa entrevista concedida em junho, o príncipe William disse que a edição no Brasil seria a melhor e mais incrível da história do prêmio. Ela veio num contexto muito forte de discussão ambiental, perto da realização da COP 30.

 

MAIS UMA FORMA DE REDUZIR OS IMPACTOS DO GUARDA-ROUPA

 

Fazer as roupas terem um ciclo mais longo de uso também é uma maneira de tornar mais sustentável o vestuário. Além disso, pode ser uma ótima oportunidade de negócio 👇🏻:

 

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