Um dos marcos de Florianópolis: o terminal Rita Maria

 Curiosidades

 

O terminal Rodoviário Rita Maria é um dos marcos de Florianópolis, sendo um dos primeiros elementos que podem ser observados ao chegar na ilha e o ponto de partida para a cidade de quem chega de ônibus. Vamos descobrir algumas curiosidades sobre esse local?

 

[Uma vista da região de acesso de pedestres e carros ao terminal rodoviário Rita Maria. Imagem: NSC Total | Reprodução]

 

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PROJETO E CONSTRUÇÃO

 

O projeto do terminal foi definido por um concurso de arquitetura. Esse concurso público foi promovido pela Secretaria de Transportes e Obras em 1976, sendo vencido pelos arquitetos Henrique Hugo Brena e Yamandu J. Carlevaro.

 

A inauguração aconteceu em 1981, tendo mais de quinze mil metros quadrados. De lá para cá, houve algumas mudanças e reformas no terminal, mas muito dele ainda segue a concepção de seus criadores.

 

Houve uma ideia inédita de separar fluxos de veículos e pedestres, setores de embarque e desembarque e outros elementos de organização que até hoje diferem de outros terminais. 

 

Em termos de construção, são uma região térrea e outra de mezanino. No centro, uma zona de conveniência e nas laterais, os setores de embarque e desembarque. Sobre o mezanino existe uma agência do Sine e um restaurante.

 

São três linhas de pilares hexagonais, com vigas em "V" sobre eles. Acima, um telhado estrutural com longo vão livre.

 

Mesmo sem um sistema de ventilação artificial, a construção impressiona por seu desempenho térmico. Dentro dela, ventos mais amenos ou dias quentes não são sentidos da mesma forma.

 

O TELHADO

 

Os vãos de telhado são enormes, e a rodoviária não dispõe de forros ou outros elementos ocultando a estrutura. As telhas estruturais que existem, como os famosos calhetões, não comportariam vãos livres tão grandes. 

 

Isso fez com que fosse preciso pensar em soluções de construção mais interessantes. O uso de concreto protendido seria o mais indicado, porém geraria cargas muito elevadas. A ideia final foi de fazer as telhas alveolares de argamassa armada. Após a execução e tratamento num tanque de cura, os pré-moldados foram içados até o telhado.

 

ACESSOS POR TERRA

 

Quem quer vir à rodoviária caminhando pode acessar pelo centro, por uma passarela, ou pelo Terminal de Integração do Centro (Ticen), que é o terminal de ônibus urbanos da conurbação de Florianópolis. Ambos os acessos possuem problemas.

 

A passarela teve sua cobertura removida e não abriga adequadamente da chuva. Os pilares que a sustentam sofrem corrosão, sem tratamento adequado. Além disso, os padrões geométricos não permitem acessibilidade por cadeirantes, sendo muito inclinada. Segundo informação dada pela mídia local, ela será demolida, sem substituição, o que é ruim para a comunidade, pois o trânsito local é intenso.

 

O acesso pelo Ticen ocorre via calçadas e há uma travessia por faixa de pedestres. Alguns desses pedestres se arriscam a atravessar mesmo com sinal vermelho, pois os períodos de travessia são pequenos frente aos de veículos rumo ao continente.

 

TÁXI E UBER

 

Esse terminal foi concebido numa época em que táxis eram o meio de transporte particular único. Isso fez com que tenha sido pensado um espaço para taxistas se revezarem no atendimento.

 

Diferentemente dos táxis, aplicativos como Uber, Garupa, Guri, 99 e outros não têm seu espaço exclusivo, liberando pessoas e pegando passageiros do desembarque na zona de embarque. Já no terminal do aeroporto na mesma cidade, já existe vaga reservada para Uber.

 

TOTENS DIGITAIS

 

Terminal de ônibus urbano e aeroporto já contavam com totens digitais informativos e de propaganda. Essa ideia foi recentemente implantada também no terminal Rita Maria, refletindo nossos tempos de multitela. A densidade de aparelhos é maior na zona de desembarque.

 

OCUPAÇÃO DAS ÁREAS COMERCIAIS

 

Alguns pontos comerciais encontram-se desocupados e sem fechamento, o que cria uma impressão de "espaço demais" ao visitante, que não se justifica. A lancheria do setor de desembarque também está ociosa, o que pode se justificar pelo seu posicionamento, visto que os setores de embarque retêm pessoas por mais tempo e são comercialmente mais atrativos.

 

No mezanino, há um restaurante. Infelizmente, ele e algumas "salas vip" de empresas de ônibus acabam dissonando muito da arquitetura do prédio como um todo, tornando-se elementos soltos, não coesos com o conjunto. É uma pena, visto que a concepção do local foi muito bem planejada por seus arquitetos.

 

ORELHÃO E CATRACAS DIGITAIS

 

Vários elementos mostram o lapso temporal desde a construção até os dias atuais. O velho orelhão segue existindo, porém divide espaço com tomadas para carregamento de celulares, que são os telefones fora de casa dos dias atuais.

 

Nos portões de embarque, porém, novidades surgem. Há pontos de travessia da bagagem e, ao lado, catracas digitais liberadas por um QR code da passagem.

 

ESCULTURA DE ENTRADA

 

Falamos de vários detalhes da obra e como a rodoviária é nos dias atuais, mas faltou um detalhe que deixamos ao final: quem foi Rita Maria? Há, num ponto externo da rodoviária, uma escultura metálica homenageando essa cidadã florianopolitana.

 

Segundo conta José Carlos Sá, em seu portal "Banzeiros", Rita Maria teria sido uma senhora filha de escravos, moradora das proximidades da atual Ponte Hercílio Luz. Não se tem fotos ou maiores registros de como era seu rosto.

 

Ela era benzedeira, sabia de remédios de ervas e fazia comidas aos marujos que chegavam. Sempre risonha, recebia bem a todos, como a cidade deseja receber também.

 

JÁ QUE CONHECEMOS COMO É O TERMINAL RODOVIÁRIO...

 

Melhor ainda do que chegar no Rita Maria é ir em direção às belezas de Florianópolis. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, falamos um pouco mais sobre isso:

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