Curiosidades
As salvas de tiros são uma tradição medieval cheia de mistérios e rodeada de significados. O número e sequência de tiros mudaram ao longo do tempo. Ao longo deste post, iremos entender melhor como que chegamos até a forma atual.
[Cerimônia militar acontecendo. Imagem: Pixabay / Pexels | Reprodução] |
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EM TEMPOS PASSADOS
A tradição não começou com armas de fogo, mas se transformou com elas. Bem no começo, os guerreiros andavam por todos os lugares e colocavam as pontas das armas no chão para indicar intenções pacíficas. O desarme, ao longo do tempo, foi sinalizado ao abaixar a ponta de espadas, remover os capacetes ou ainda disparando as armas.
Em terra, ao sepultar cavaleiros europeus, seriam dados três tiros, em nome da santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). O objetivo seria de espantar maus espíritos.
Com a pólvora e os canhões se popularizando em terra ou a bordo, no século XIV, as embarcações que se aproximavam de portos estrangeiros disparavam suas armas. A recarga era demorada, então dar esses tiros sem outro objetivo era um sinal de paz.
Especificamente pelos navios ingleses, havia sete disparos. Especula-se que os motivos podem ser de que é um número recorrente na Bíblia, que os navios tinham apenas sete armas, ou ainda que seria um número da sorte nas superstições dos marinheiros. Se o capitão morresse durante a viagem, adotava-se um número par de tiros.
Em terra, a resposta deveria ser de três vezes os tiros a bordo. Com isso, seriam vinte e um tiros. Isso demonstrava paz em terra, mas o sinal de que existia capacidade de defesa.
Mais tarde, no século XVIII - por volta de 1730 - o governo britânico reconheceu a prática e instituiu os vinte e um tiros para a Marinha Real homenagear membros da Família Real. Oficialmente, ocorreu em 1808.
Depois, as embarcações também adotaram o mesmo número de tiros. Passou a ser uma saudação formal.
Nos Estados Unidos, a saudação oficial passou a ser de um tiro por estado, em 1810. No começo, eram as treze colônias, mas a expansão até a costa do Pacífico fez com que se tornassem cinquenta estados. Isso fez com que a saudação se tornasse longa e arrastada.
Apesar disso, houve todo um trâmite para mudar as saudações estadunidenses. Em 1842, adotaram-se os vinte e um tiros para a saudação presidencial.
Depois, em 1875, a Inglaterra propôs aos EUA que adotassem o padrão completo dos vinte e um tiros, como muitas nações europeias faziam. A ideia foi aceita, mas apenas em 1890 que a aceitação foi concretizada pelo congresso nacional.
ATUALMENTE
No Brasil
🇧🇷
O número de tiros pode ser de vinte e um, ou diminuir conforme a hierarquia de cargo do homenageado nas salvas de gala. No Brasil, os vinte e um tiros homenageiam:
× O presidente da República.
× Chefes de estado estrangeiros (presidentes, monarcas, primeiros-ministros, etc.).
Isso ocorre na chegada a Brasília. Para vice-presidente da República, ministros, governadores e embaixadores de nações estrangeiras, são dezenove tiros.
Não são cumulativos os tiros a cada autoridade, mas sempre do cargo mais elevado na hierarquia. Se presidente e vice estiverem, por exemplo, serão os vinte e um tiros.
No caso da salva fúnebre, também são vinte e um tiros. O disparo é dado por membros do Exército, Marinha ou Aeronáutica, de acordo com a força armada a que a pessoa falecida pertencera.
Nos Estados Unidos da América
🇺🇸
As salvas de gala homenageiam com os vinte e um tiros:
× Presidente.
× Vice-Presidente.
× Chefes de estado estrangeiros.
Podem ser feitas homenagens à bandeira. Nas salvas fúnebres, ao meio-dia, são feitas nos funerais de presidentes, ex-presidentes ou presidente eleito.
A salva fúnebre militar não segue a mesma regra. São três sequências com cinco a oito atiradores. As três sequências viriam de tradição militar em tempo de guerra. Cessava-se fogo para recolher os mortos e as três salvas liberavam novamente a batalha.
FALANDO NO MUNDO DAS FORÇAS ARMADAS
Falamos em exército, marinha e aeronáutica, mas você sabe qual a hierarquia funcional nessas instituições? Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, a gente te relembra quando falamos sobre esse assunto:
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