História das Copas Femininas de Futebol

 Esporte

 

A Copa do Mundo Feminina é um torneio internacional que acontece de quatro em quatro anos. Ao longo dos anos, esse torneio tem ganhado em força e importância, assim como o futebol feminino como modalidade esportiva. Vamos saber como tudo aconteceu no Brasil e no mundo para que surgisse toda essa força? Confira ao longo do post.

 

Logo da última Copa Feminina

[Uma das versões do pacote gráfico da Copa do Mundo Fifa 2023 de Futebol Feminino. Imagem: Fifa | Reprodução]


 

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A PROIBIÇÃO DO FUTEBOL FEMININO NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES

 

Antes de falar em crescimento do futebol feminino, é importante ressaltar que, por muitíssimo tempo, ele foi proibido. Ao longo de décadas do século XX, a proibição ocorreu no Brasil, Reino Unido, Alemanha e vários outros países.

 

Falando do Brasil, a proibição aconteceu no contexto da Segunda Guerra Mundial. O decreto-lei 3.199, Art. 54 foi baixado em 14 de abril de 1941 por Getúlio Vargas, proibindo as mulheres de praticarem esportes considerados inadequados à sua natureza. O futebol não era citado, mas entendido como um desses esportes.

 

Esse decreto não eliminou o esporte na modalidade feminina, mas inibiu seu crescimento profissional. Enquanto o futebol masculino começou na elite, o feminino cresceu nas parcelas menos abastadas economicamente. Isso gerava apelidos maldosos como de serem mulheres "grosseiras, sem classe e malcheirosas".

 

Mais tarde, durante a Ditadura Militar, mais precisamente em 1965, as regras ficaram mais restritas, com citação nominal aos esportes proibidos. O Conselho Nacional de Desportos (CND) proibiu lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo-aquático, rugby, halterofilismo e beisebol.”

 

O decreto acabou em 1979.  Tanto ele, como a lista da CND, atrasaram o esporte e reforçaram preconceitos.

 

Mais tarde, em 1983, veio a regulamentação do futebol feminino no Brasil, o que permitiu, finalmente, seu desenvolvimento. A regulamentação permite que haja competições, sejam usados estádios, escolas ensinem e tenham suas práticas do esporte. Radar e Saad se lançaram como times profissionais femininos.

 

A FORMAÇÃO DA SELEÇÃO FEMININA BRASILEIRA DE FUTEBOL

 

Com a profissionalização do esporte no Brasil, o futebol feminino foi ganhando espaço, formando jogadoras e novos times, ou mesmo versões femininas dos clubes que já atuavam no futebol masculino.

 

Em 1988, começou a seleção brasileira feminina. A primeira formação veio principalmente de jogadoras do Radar (RJ) e Atlético Juventus (SP).

 

QUANTOS ANOS DEPOIS DA COPA MASCULINA VEIO A FEMININA?

 

Passaram-se vários anos. A Fifa, maior entidade do futebol no mundo, lançou primeiro a copa masculina, no ano de 1930. Depois de sessenta e um anos, em 1991, veio a primeira copa feminina.

 

Antes disso, a Fifa testou qual seria o alcance de um torneio feminino. A competição do "Mundial Experimental" ou Torneio Internacional de Futebol Feminino foi em Guangdong, na China, em 1988.

 

Esse torneio teve público médio de vinte mil pessoas por jogo. O público foi considerado satisfatório, convencendo a Fifa que chegava a hora da Copa feminina. Até Pelé se rendeu aos elogios.

 

A COPA IMPULSIONA O FUTEBOL NAS OLIMPÍADAS

 

No futebol feminino, o começo da copa do mundo impulsionou a entrada nas Olimpíadas. Após a copa em 1991, a modalidade chegou em Atlanta 1996.

 

O futebol masculino, por sua vez, esteve em várias edições anteriores, até mesmo antes da Copa do Mundo, mas com poucas seleções. Houve casos de apenas três times jogarem.

 

A DURAÇÃO DOS JOGOS

 

A duração dos jogos aumentou. Na primeira copa feminina, os jogos duravam oitenta minutos.  Já na segunda edição, a regra era clara: noventa minutos também.

 

A capitã estadunidense em 1991 chegou a brincar com o jogo mais curto. Segundo a jogadora Heinrichs, os organizadores "tinham medo de que nossos ovários caíssem se jogássemos os noventa minutos". 

 

AS EDIÇÕES REALIZADAS ATÉ HOJE

 

Além de China e Suécia, a edição de 1999 foi sediada nos EUA. O interesse no esporte aumentou, levando a uma média de trinta e sete mil espectadores por jogo, chegando a noventa mil na final.

 

A copa de 2003 seria na China, mas uma epidemia de Sars impossibilitou o país de sediar o evento. A copa acabou sendo nos EUA novamente e a edição de 2007 passou para a China.

 

Depois, sediaram também a Alemanha, em 2011, o Canadá, em 2015, e a França, em 2019. Em 2023, as sedes foram Austrália e Nova Zelândia."

 

Vamos conferir os finalistas de cada edição?

 

1991 – China 🇨🇳

Campeãs: jogadoras dos Estados Unidos 🇱🇷

Vice-campeãs: jogadoras da Noruega 🇧🇻

 

1995 - Suécia 🇸🇪

Campeãs: jogadoras da Noruega 🇧🇻

Vice-campeãs: jogadoras da Alemanha 🇩🇪

 

1999 - Estados Unidos 🇺🇲

Campeãs: jogadoras dos Estados Unidos 🇺🇲

Vice-campeãs: jogadoras da China 🇨🇳

 

2003 - Estados Unidos 🇺🇸

Campeãs: jogadoras da Alemanha 🇩🇪

Vice-campeãs: jogadoras da Suécia 🇸🇪

 

2007 - China 🇨🇳

Campeãs: jogadoras da Alemanha 🇩🇪

Vice-campeãs: jogadoras do Brasil 🇧🇷

 

2011 - Alemanha 🇩🇪

Campeãs: jogadoras do Japão 🇯🇵

Vice-campeãs: jogadoras dos Estados Unidos 🇺🇲

 

2015 - Canadá 🇨🇦

Campeãs: jogadoras dos Estados Unidos 🇺🇸

Vice-campeãs: jogadoras do Japão 🇯🇵

 

2019 - França 🇨🇵

Campeãs: jogadoras dos Estados Unidos 🇺🇸

Vice-campeãs: jogadoras do Reino dos Países Baixos 🇳🇱

 

2023 – Austrália 🇦🇺 e Nova Zelândia 🇳🇿

Campeãs: jogadoras da Espanha 🇪🇦

Vice-campeãs: Inglaterra 🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿

 

Do curto histórico de competições, vemos que as maiores vencedoras são as jogadoras estadunidenses, com quatro copas. Elas também foram as primeiras campeãs, vencendo a Noruega por 2 a 1.

 

Vinte dos vinte e cinco gols da primeira copa vencida pelas estadunidenses foram feitas por três grandes jogadoras. April Heinrichs, Carin Jennings e Michelle Akers ganharam o apelido de faca-de-três-gumes.

 

Mais um destaque pode ser feito pensando na primeira Copa. A atual técnica brasileira, então jogadora - a sueca Pia Sundhage - esteve em campo.

 

O MELHOR DESEMPENHO DO BRASIL

 

O Brasil chegou em 2023 buscando superar seu desempenho e finalmente chegar ao título. Infelizmente, na última copa da rainha Marta, o adeus veio na fase de grupos, com uma vitória (Panamá), um empate (Jamaica) e uma derrota (França).

 

Nos anos de 1991 e 1991, veio o terceiro lugar. Em 2007, o Brasil chegou à final, mas nossas bravas brasileiras acabaram derrotadas pelas alemãs por 2 a 0.

 

FICAMOS DE FORA ALGUMA VEZ?

 

O futebol de campo é tradição brasileira. Tanto a seleção feminina como a masculina estiveram em todas as copas.

 

A COPA DO MUNDO FEMININA NA AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA EM 2023

 

Em 2023, ocorreram algumas novidades. Foram mais times, com trinta e duas seleções, e dois países-sede.

 

Outra mudança na dinâmica foi a repescagem. A Fifa garantiu três vagas ao Haiti, Panamá e Portugal após jogos de 17 a 23 de janeiro de 2023, na Nova Zelândia.

 

A final foi disputada entre times que nunca haviam ganhado uma copa do mundo. A Espanha venceu a Inglaterra por 1 a 0 e garantiu o título. Com a conquista, tanto a seleção feminina como a masculina têm um título cada.

 

Na premiação, um episódio polêmico de assédio aconteceu. O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, deu um beijo na boca da jogadora Jenni Hermoso, o que a desagradou e levou a críticas contra o dirigente, visto que é um evento que busca empoderamento feminino.

 

OPORTUNIDADES EM CLUBES E BOLSA-ATLETA

 

As oportunidades no futebol feminino são bem mais modestas do que no masculino. Impressionou o dado de que das vinte e três jogadoras da seleção que disputou a copa feminina em 2023, dezessete recebiam bolsa-atleta.

 

De acordo com o governo federal, o benefício é dividido em cinco categorias: Base; Estudantil; Nacional; Internacional e Olímpico/Paralímpico, com valores que variam de R$ 370,00 a R$ 3.100,00 mensais.

 

Outra curiosidade é que das convocadas, sete atuam no Brasil. São elas: Camila - Santos; Bárbara - Flamengo; Bia Zaneratto - Palmeiras; Leticia Izidoro - Corinthians; Tamires - Corinthians; Duda Sampaio - Corinthians e Luana - Corinthians. 

 

No exterior, atuam as jogadoras: Antonia - Levante UD (Espanha); Monica - Madrid CFF (Espanha); Lauren - Madrid CFF (Espanha); Gabi Nunes - Madrid CFF (Espanha); Kathellen - Real Madrid (Espanha); Geyse - Barcelona (Espanha); Bruninha - NJ/NY Gotham (Estados Unidos); Adriana - Orlando Pride (Estados Unidos); Marta - Orlando Pride (Estados Unidos); Ary - Racing Louisville (Estados Unidos); Kerolin - North Carolina Courage (Estados Unidos); Debinha - Kansas City Current (Estados Unidos); Ana Vitória - Benfica (Portugal); Nycole Raysla - Benfica (Portugal); Rafaelle - Arsenal (Inglaterra) e Andressa Alves - Roma (Itália).

 

OUTRA CURIOSIDADE DO MUNDO DAS COPAS

 

Os nomes dos jogadores croatas sempre geraram curiosidade nos espectadores. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você entende mais como que se lê esses nomes assim.

 

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👉 O nome dos jogadores croatas

 

 

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