O que é o Xintoísmo? Quais são seus princípios?

Religião

 

O Xintoísmo é uma religião de origem japonesa, com muitos anos de história e algumas transformações. Ao longo deste texto, vamos entender melhor sobre o que é o Xintoísmo, história e princípios: venha conhecer mais!

 


Olhe como é lindo um templo assim
[Paz e natureza em um templo xintoísta. Imagem: Jamie Nakamura | Pixabay]


 

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A ORIGEM E PRINCÍPIOS

 

O Xintoísmo é mais antigo, inclusive, do que o Budismo, tendo ganhado força em seu país no século VI. Ele explica a origem do mundo, do Japão e da família imperial japonesa.

 

Quanto ao nome, Shinto é um termo chinês (Shin + tao) e significa "caminho dos deuses". Não se atribui a um fundador específico, não há doutrina ou dogmas. Nem nome existia lá no começo.

 

Das explicações para a origem do mundo, teria existido sete gerações de divindades advindas do Cosmos. O último casal, Izanagi e Izanami, foi o casal original japonês. Do corpo de Izanami surgiram as oito principais ilhas do arquipélago japonês, das milhares que se tem notícia.

 

As crenças e práticas são do tipo animista. O animismo nas religiões significa que se entende que os seres como humanos, plantas e animais são preenchidos por uma alma.

 

O Xintoísmo foi religião oficial japonesa de 1868 a 1846. Esse período inclui a era Meiji, de 1868 a 1902.

 

O imperador Hirohito abriu mão da ideia de que a família imperial era divina, algo pregado pelo Xintoísmo, depois da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. A partir dali, a nova constituição pregou a liberdade religiosa.

 

PRÁTICAS XINTOÍSTAS

 

Há, no Xintoísmo, a prática de oferendas à natureza e aos espíritos ancestrais. Isso é feito em altares em todo o país.

 

Pratica-se a adoração, fazendo-se promessas ou realizando agradecimentos. Oferendas são feitas com sal, arroz e saquê.

 

Esses espíritos ancestrais podem ser os kamis, que protegem alguns locais que são patronos. A forma com que se apresentam não é única: podem ser vales, rios, montanhas, chuvas, ventos, tempestades, raios, grandes sábios ou guerreiros.

 

A pureza é um princípio xintoísta. Dentro desse princípio, a limpeza, saúde e higiene são muito valorizados. Antes de rituais, podem acontecer banhos de purificação, jejuns ou mesmo exorcismo.

 

OS TEMPLOS, ESCRITURAS E SACERDOTES

 

Os xintoístas não possuem dogmas, mas isso não quer dizer que os princípios da religião não possam ser encontrados em escrituras. Essas escrituras descrevem como devem ser os rituais religiosos.

 

A religião não exige assiduidade dos adeptos. É como a ética que guia o que valores e Leis não abrangem: deve-se seguir a justiça e o bom caráter, basear-se na pureza e não praticar pecados por dolo, ou seja, com vontade de praticar. Seguindo esses princípios, o adepto está sendo xintoísta.

 

Os kannushis ou mestres do kami são os sacerdotes. São homens ou mulheres que se formam em institutos específicos e aprendem os rituais de cada santuário, a cada kami.

 

O alcance de cada santuário varia - nacional, regional ou local - e eles começam por pórticos especiais (tori) e são rodeados pela natureza. Possuem pontes sobre rios ou lagos.

 

De estrutura, os santuários possuem três partes. Uma das partes é a sala de orações, outra de oferendas e uma terceira sala com os objetos sagrados do kami.

 

O XINTOÍSMO HOJE, NO JAPÃO

 

No palácio imperial japonês, existe o Kashikodokoro. Nesse santuário, são feitas homenagens aos antepassados e se preservam os elementos mais remotos do Xintoísmo.

 

Por mais que a constituição permita a liberdade religiosa, não se proíbe de manter o xintoísmo. Ele ainda é parte do Japão.

 

No primeiro domingo de abril, existe um festival minimamente curioso: do Falo de Aço. Nesse festival, homens se vestem de mulheres e carregam um objeto similar a um pênis em suas cabeças. É uma cerimônia da fertilidade.

 

Na prática xintoísta, existem também alguns rituais ao longo da vida. Nesses rituais, há práticas sobre nascimento e envelhecimento.

 

NO BRASIL, COMO É A PRÁTICA DO XINTOÍSMO?

 

A população de origem japonesa no Brasil passa de um milhão e meio de pessoas, segundo a BBC. Para se ter ideia, é a metade do que o Japão perdeu de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial.

 

No Japão, o pronunciamento de Hirohito, tirando seu status divino, foi muito impactante. No Brasil, japoneses e descendentes viviam com pouco acesso à informação e em sua maioria nas zonas rurais.

 

Essa condição fez com que muitos não soubessem do desfecho da guerra, e seguissem cultuando a grandeza de Hirohito, por muitos e muitos anos. Existiram, também, grupos radicais (fundamentalistas) que perseguiam e poderiam até matar quem contestasse a divindade monárquica.

 

No Japão, a figura do imperador não é tão forte como no Brasil. Ele ainda existe, mas não é mais uma autoridade política e sim religiosa, um elemento xintoísta. Nas gerações mais antigas, até quadro em casa com a foto do imperador poderia existir.

 

O imperador cultiva arroz, todos os anos, no palácio imperial. Essa prática simboliza o pedido xintoísta de abundância ao Japão. Os sacerdotes participam da entronização.

 

NÃO FOI SÓ NO BRASIL QUE A GUERRA PARECEU NÃO TER FIM

 

A Segunda Guerra Mundial não pareceu não ter fim apenas para a comunidade japonesa e o culto ao imperador. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você entende a epopeia do japonês Hiroo Onoda:

 

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