Por que é tão difícil combater fake news em saúde?

Ciência & Saúde

 

Notícias falsas sempre existiram, mas a sua disseminação se torna tão fácil quanto mais simples e rápidos forem os mecanismos que as pessoas tiverem para se comunicarem. Em meio à pandemia de coronavírus que começou em 2019, muitas notícias falsas perturbaram o combate à doença e levaram a mais mortes. A vacinação, grande esperança para reverter o crescimento das mortes, trouxe a doença a patamares muito inferiores àqueles do ponto mais crítico, com quase cinco mil pessoas mortas por dia no Brasil.

 

Por mais que os números críticos assustem, por que as fake news imperaram? As pesquisadoras Jaqueline Cordeiro e Marissa Schamne, do portal Rigor Científico, trouxeram alguns motivos possíveis, os quais vamos explicar ao longo deste post.

 


Saber qual remédio tomar é um desafio, e qual o remédio para as fake news, mais ainda.
[Vários comprimidos, nem todos conhecidos. Imagem: Arek Socha / Pixabay]


 

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QUANDO UM ESTUDO CIENTÍFICO VALE?

 

Imagine que você sabe que graxas servem para evitar o atrito entre peças de uma máquina qualquer. Sabendo o quanto isso ajuda a evitar desgastes, você resolve comer graxa para curar o seu joelho, que dá um ringido quando você se abaixa. 

 

Parece absurdo o exemplo, mas ilustra bem o que ocorreu com os medicamentos do chamado kit Covid. Vanessa e Marissa explicam que os medicamentos foram testados dentro de um conjunto de condições que não eram condizentes com uma infecção viral na pandemia. Uma dose de Ivermectina que "matasse" o vírus seria muitas vezes superior ao que o ser humano poderia ingerir. Cloroquina e Hidroxicloroquina são remédios bons para outros usos, como o tratamento para a malária.

 

RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

 

Um artigo científico, principalmente nas maiores revistas (journals) mundiais, é pago para acesso, ou pode ser de acesso livre, mas escrito em inglês. A linguagem é rebuscada, há vários termos técnicos. Uma interpretação errada do conteúdo de um documento assim, por quem consegue ler, também é um problema.

 

Um estudo científico é feito diante de certas condições, com um determinado método e suas limitações. É preciso conseguir extrair o que um resultado significa em função dessas condições e limitações.

 

Para o grande público, Vanessa e Marissa relembram que a informação precisa vir em outro formato. Resumos, infográficos e a disseminação de conteúdos por mídias tradicionais ou com sério compromisso com a ciência, são uma estratégia para chegar ao cidadão comum.

 

POUCA BUSCA PELA VERACIDADE

 

Se a leitura de um pesquisador é mais crítica, do cidadão médio nem sempre será. Isso acontece pela forma com que tratamos o que recebemos de informação, sem certo grau de questionamento para temas controversos ou que parecem muito espetaculares.

 

CRENÇAS PESSOAIS E PROXIMIDADE DO INTERLOCUTOR

 

Parte da falta de questionamento quanto a notícias falsas se deve ao fato de virem de parentes ou conhecidos, o que, de certo modo, avaliza a informação ou a desinformação. Por mais que seja seu parente, deve-se sempre lembrar que ninguém sabe de tudo ou está a prova de erros. Não é preciso discutir, mas cuidar mais de cada informação que chega.

 

Um fator muito explorado nas fake news em fotos, textos ou até vídeos é a descrença na medicina tradicional. Com todas as qualidades e defeitos, a medicina tradicional baseia-se em alguns princípios de causa e efeito e modelagem estatística, enquanto que os vídeos com o remédio milagroso que está sendo proibido e logo sairá do Youtube são simples e fáceis de ver, e cheios de informação falsa. Existe o efeito nocebo, bem como efeitos colaterais que podem não afetar todas as pessoas. Remédios não são perfeitos, mas atendem pelo nosso bem-estar.

 

VEJA O ARTIGO COMPLETO ESCRITO PELAS AUTORAS

 

Clique aqui para acessar o conteúdo produzido por Jaqueline e Marissa.

 

MAIS DICAS PARA IDENTIFICAR NOTÍCIAS FALSAS

 

Não apenas na área da saúde, mas várias outras áreas sofrem com a disseminação de conteúdos duvidosos. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, damos mais dicas sobre como identificar notícias falsas:

 

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