História
Em pleno século XXI, chega a ser curioso ainda precisar levantar discussões sobre uso ou não de vacinas, eficácia, ou até mesmo a obrigatoriedade, pois são mecanismos seguros e eficazes para conter a propagação de doenças, usados extensivamente pelo mundo. Mesmo assim, as vacinas ainda sofrem resistência por parte de algumas pessoas.
Ao falar em resistência às vacinas, é importante entender que não é apenas a vacina, mas um contexto em si que se disfarça de problema com vacina. O episódio da revolta da vacina, em 1904, no Brasil, ajuda a ilustrar bem esses momentos de conflito: vamos saber como aconteceu?
[Charge publicada na época. Imagem: Leônidas / Revista “O Malho” - Reprodução] |
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O CONTEXTO
No ano de 1904, a capital brasileira ainda era o Rio de Janeiro, naquela época com população de oitocentos mil habitantes. A urbanização acelerada não foi acompanhada por um crescimento de infraestrutura, o que fazia com que muitas doenças se disseminassem, como a varíola.
Houve uma melhoria da infraestrutura nas regiões mais consolidadas da cidade, mas as camadas populares acabaram sendo expulsas desses locais, gerando ocupações em morros e as conhecidas favelas. A cidade formal, limpa e desenvolvida não era para todos.
De diversas doenças a serem erradicadas e talvez a mais complicada, houve um surto de varíola, com mil e oitocentos internados no Hospital São Sebastião, no Rio, e cerca de três mil e quinhentos mortos por essa doença no inverno daquele ano. Como medida protetiva, apesar de que houvesse Leis anteriores para obrigatoriedade de vacinas, o diretor geral de saúde pública Oswaldo Cruz propôs que essa obrigatoriedade fosse mais intensa, com campanhas mais efetivas, intervenções estatais e a necessidade de comprovar vacinação para as mais diversas atividades da vida comum. A Lei que partiu da proposição do diretor foi aprovada, após muitas discussões, e usada pela oposição como palanque contra o presidente da república da época, Rodrigues Alves (1902-1906).
A VACINA
A vacina contra a varíola era feita com pústulas de vacas doentes. Como era considerada estranha a ideia na época, somando-se às notícias falsas de que quem fizesse se transformaria num boi, muitas pessoas se sentiram convencidas de que a vacina era ruim.
O fato de os agentes de saúde poderem entrar nas casas também foi distorcido, dizendo que eles fariam além de sua função de saúde pública. A população, então, se sentiu invadida, que teria perdido a privacidade de suas casas, mesmo com todo o problema coletivo de saúde que acontecia.
A REVOLTA E SEUS NÚMEROS
O número de vacinados começou a cair, e a Lei não foi efetiva em seu objetivo. Outras coisas aconteceram durante aproximadamente uma semana, como tiros, interrupções de trânsito, rebelião militar, árvores derrubadas, queima de bondes e muito mais.
De toda a confusão, resultaram:
* 945 prisões,
* 461 deportados,
* 110 feridos,
* 30 mortos.
O movimento foi controlado após repressão governamental, a declaração de estado de sítio (suspensão temporária de direitos por motivos excepcionais) e com a revogação da Lei. Oswaldo Cruz foi mantido no cargo. Quatro anos após, curiosamente, houve outro surto de varíola, e a adesão à vacina foi maciça, e de forma espontânea.
A obrigatoriedade é algo interessante, mas não deu certo porque a política pública não vem sozinha: outros motivos e contextos surgem além da vacina em si. A varíola foi considerada erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1980.
E COMO FUNCIONAM AS VACINAS EM GERAL?
Vacinação é um avanço muito importante na saúde pública, apesar dos percalços em políticas de implantação, como ocorrera na Revolta da Vacina. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, entenda mais sobre vacinas:
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