Arte
A música dá vida a vídeos,
filmes, programas de TV e muito mais. Como criação artística, ela possui um
autor, ou seja, existe uma vida por trás da vida que se dá às artes
audiovisuais. Existem algumas questões éticas e legais diante do uso de uma
música, o que nos leva à ideia de direitos autorais, onde mora essa pessoa que
nem sempre conhecemos.
[Notas musicais descrevendo o que se ouve. Imagem: Maret Hosemann/Pixabay] |
Quando se fala de música, é
importante lembrar que seu criador vive de sua atividade. No mundo do
entretenimento, falando de músicos de bandas, conjuntos musicais e artistas
solos, é mais fácil imaginarmos que é necessário o pagamento ao artista para
que se mantenha na arte e tendo seu sustento. Todos sabem que a pirataria de
álbuns musicais fez os artistas perderem bastante do que ganhavam, tendência
que foi-se revertendo com o streaming.
Na televisão, além das
trilhas de novelas, há profissionais formados em música que criam as trilhas
sonoras de vinhetas e efeitos musicais de propagandas e programas. Cada criação
é devidamente registrada pelo autor e pela empresa, como feito por emissoras nacionais,
como a TV Globo, ou mesmo regionais, como a RBS TV.
QUAL O VALOR DE UMA MÚSICA?
Do ponto de vista
subjetivo, é muito grande o valor de cada música que se cria. Pode parecer
estranho que se consiga traduzir em valores financeiros uma criação, mas mais
estranho ainda seria uma pessoa obter benefícios sem recompensar quem foi meio
para o que lhe gerou sucesso.
Pensando que os autores
tenham direitos sobre suas criações, isso se reflete em pagamentos pelo uso da
música, proporcionais ao tempo e exposição que ocorrerem. A música não é um bem
material, mas acaba sendo convertida em valores financeiros também. Em artigo
da União Brasileira de Compositores (UBC), algumas variáveis que envolvem o
estabelecimento dos valores são apresentadas.
No caso de filmes,
indica-se um percentual de 2 % do orçamento para pagamento desses direitos, ao
todo, sendo o pagamento a cada autor proporcional ao tempo de exposição. Para
trilhas de novelas, mencionou-se R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) no ano
de 2017, considerando a abertura, e valores progressivamente menores para
minisséries e outras produções.
Em redes sociais, como o Youtube,
torna-se praticamente descontrolada a inserção de novas músicas dentro de
vídeos, incluindo aqueles que se destinam apenas a apresentar as músicas, não
sendo um plano de fundo de parte de um vídeo. Nesses casos, os autores ou
bloqueiam a reprodução, ou revertem a monetização a seu favor, recebendo os valores
respectivos como sendo seus direitos autorais.
ONDE CONSULTAR INTÉRPRETES E MÚSICOS?
No site http://www.ubc.org.br/consulta, é
possível conferir quem são os autores de trilhas sonoras e músicas, considerando
os registros existentes e suas diversas numerações. Para músicas de discos ou
até de álbuns digitais, pode-se fazer as pesquisas pelo próprio nome ou pelos
intérpretes. Para trilhas sonoras de TV, a consulta permite encontrar por
emissora ou pelo programa/campanha em que foi veiculada.
Nesse site, entretanto, não
é possível saber outras informações sobre autores e músicas, pois por trás de
cada obra artística está toda a história de seu autor. Existe um outro local
onde essa informação está disponível.
DICIONÁRIO CRAVO ALBIN
O dicionário Cravo Albin da
Música Popular Brasileira foi uma iniciativa que criou um registro da vida e
trajetória de muitos artistas brasileiros. Ao contrário do que o nome faz
parecer, muitas vertentes da música brasileira possuem registro nesse
dicionário, sendo possível descobrir sobre a vida e obra de artistas
nordestinos, sertanejos, gaúchos, sambistas, aqueles considerados MPB e muito
mais. Enquanto a UCB permite encontrar a formalização, o dicionário Cravo Albin
complementa com a história.
MATERIAIS LIVRES DE DIREITOS AUTORAIS
Pode ser que você seja
pessoa física e tenha um orçamento baixo, não podendo pagar pelos direitos
autorais de uma música, e queira enriquecer algum vídeo caseiro. Também pode
acontecer de você ter empresa de pequeno porte, exercer atividade que envolve
lucro e, da mesma forma, não possuir condições de arcar com o custo. Aliando-se
a isso, você pode querer publicar conteúdos em redes sociais como o Youtube e
deixar livres conteúdos com fundo sonoro do qual você não tem o direito de
usar, acabando por perdê-lo quando bloqueado pelo autor.
Nesses casos, o melhor
caminho é optar por materiais fonográficos livres de direitos autorais. Em alguns
casos especiais, como fins beneficentes, pode-se conseguir a doação dos
direitos, mas é preciso firmar essa condição antes de veicular algo.
Músicas livres de direitos
autorais podem ser encontradas em diversas plataformas. A Rock Content listou
algumas delas, como Free Soundtrack Music, Partners in Rhyme e ccMixter,
por exemplo. Nesses casos, assim como imagens, há produtores que fornecem
algumas versões gratuitas como amostra para seus trabalhos personalizados, como
forma de propaganda, semelhante a uma “degustação”.
Também há a questão do tempo
passado. Pensando não só na música pronta, mas em sua versão por outros
artistas, existe a entrada em domínio público. Após determinado período, uma
música não gera mais direitos ao autor, entretanto, é preciso atentar aos
direitos do intérprete, que também registra a música.
Pensando em um exemplo brasileiro,
Marvada Pinga pode ser cantada por diversos intérpretes sem direitos aos
autores, mas isso não impede restrições de exibir sem pagamentos aos
intérpretes. Todos são livres para suas próprias versões.
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