Redigindo ofícios

Língua Portuguesa


Quando se vai escrever algo, é muito importante saber qual o formato de texto que se deseja escrever, a fim de evitar termos inadequados e restrição de espaço. Dentro de órgãos da administração pública, o ofício é um documento que, de forma relativamente objetiva, serve como forma de comunicação de assuntos de interesse público.

Vamos ver a seguir algumas dicas de como redigir este documento, baseadas no último manual de redação da Presidência da República. Muitas destas dicas, mesmo em caso de alteração do manual, seguirão valendo.


https://www.oblogdomestre.com.br/2020/01/Oficios.EstruturaEDicas.LinguaPortuguesa.html
[Imagem: StartupStockPhotos/Pixabay]



HIERARQUIA


Dentro do serviço público, assim como ocorre em empresas, há uma hierarquia funcional. O que difere é a formalidade de tratamento.

Nos ofícios, há duas formas de finalização. Uma delas é "respeitosamente", devendo ser utilizada para ofícios a cargos superiores. A outra é "atenciosamente", para cargos de nível funcional igual ou inferior.

Infelizmente, tratamentos como Vossa Excelência, Doutor (inclusive sem título acadêmico) ainda são utilizados ao indicar destinatários. É recomendável consultar os manuais de cada órgão para ver como cada pessoa deve ser chamada.

POMPOSIDADES E TERMOS POUCO USUAIS


Termos cujo uso não seja corrente ou expressões pomposas devem ser eliminados. Na linguagem literária, onde cabem interpretações e um olhar mais vasto do mundo, cabem textos densos e com vocabulário extenso. Entretanto, nos ofícios, a regra é objetividade.

"Tenho a grande alegria de informar" ou "É com enorme satisfação que comunico" são exemplos de elementos a serem removidos. O mesmo vale para termos como "outrossim", por exemplo.

ÓRGÃOS EMISSORES E DESTINATÁRIOS


A nomenclatura dos ofícios depende da quantidade de emissores e destinatários. Para cada condição especial, surgem nomes que devem ser acrescidos ao nome "ofício".

Quando dois ou mais órgãos emitem um ofício, deve-se chamá-lo de ofício conjunto. Se há mais do que um destinatário, ofício circular. Se há ambas as condições, ofício conjunto circular.

FORMATAÇÃO


Deve-se fazer ofícios em páginas A4, fontes Calibri ou Carlito. Caso haja mais de uma página, a numeração aparece na parte de baixo da página, centralizada.

Dando destaque ao conteúdo, o assunto (equivalente ao título) do ofício é em negrito. Antes de escrevê-lo, deve-se inserir: "Assunto:".

ESTRUTURA DO TEXTO


Deve seguir a lógica da maioria dos textos, independente de formato ou destinação, que é de introdução, desenvolvimento e conclusão. Deve-se dedicar um parágrafo para introduzir um assunto e outro para concluir. Pode-se utilizar dois ou mais de desenvolvimento.

No parágrafo de introdução, deve-se remeter ao outro ofício que esteja repercutindo, caso necessário, ou começar novo assunto, com formas verbais como "Informo", "Comunico", "Explico".

Note-se que as formas verbais estão na primeira pessoa do singular. Ao contrário do texto acadêmico, onde se deve utilizar verbos na forma impessoal ou em terceira pessoa, permite-se aqui a construção do texto em primeira pessoa. Todavia, isto não significa que o texto permite pessoalidade: não pode haver julgamentos pessoais e ambiguidades - o assunto é público.

Nos manuais de redação, costuma-se falar em criatividade do redator. Esta criatividade precisa ser pensada da forma correta. A forma máxima de criatividade está na Literatura, algo inalcançável em um ofício ou outro documento oficial.

A criatividade está em saber como fazer o melhor com o formato que se tem. Se a linguagem deve ser objetiva, isto não significa que a mensagem deve ser dúbia, incompleta ou mal redigida. O redator deve encontrar o caminho para comunicar dentro do que se espera.


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