Cultura
Em função da grande extensão territorial,
nosso país possui muitas e variadas formas de clima, cultura, alimentos e muito
mais. Cada um de nossos estados apresenta riquezas únicas, sendo comparáveis em
extensão a países europeus. Entretanto, as fronteiras culturais não se fecham
com as fronteiras territoriais, fato que se confirmou por uma Lei aprovada
nessa semana, por sanção do governador de SC, Raimundo Colombo, com base em
projeto de Lei do deputado estadual Darci de Matos.
[Imagem: Portal Chapecó] |
O referido projeto de Lei oficializa as
comemorações pela Semana Farroupilha, já realizadas há muito tempo no oeste e
serra catarinenses, onde há grandes polos migratórios gaúchos. Há quem
justifique que a aprovação da Lei é advinda desses núcleos, mas há
justificativas históricas maiores do que essa.
Há por parte de alguns gaúchos e
catarinenses, a tendência a negar a essa ligação. Gaúchos não conseguem enxergar
uma identidade única e forte dentro do estado vizinho, o que não ocorre mesmo:
há várias culturas, como a gaúcha e a dos povos colonizadores, como os
portugueses (açorianos), que deram o sotaque e as lendas características da
ilha da magia; italianos e alemães. Já alguns catarinenses acreditam ter
cultura própria e não se envolver ao tradicionalismo gaúcho, o que não coincide
com as veias históricas de SC. Há catarinenses que comemoram a saída da
afiliada da TV Globo, a RBS TV, de SC, como se as pautas e abordagens não
fossem diferenciadas, de acordo com o público catarinense.
O fato é que, durante o movimento
farroupilha, os gaúchos lutaram contra a coroa portuguesa. Após cerca de um ano
de revolução, por mais que não fosse objetivo a separação do Brasil, fundou-se
a República Rio-grandense. Mais tarde, como guerra, ocorreu a fundação de uma
nova república, aliada à Rio-grandense, que foi a República Juliana, com capital
em Laguna. Reprimindo fortemente o movimento, o governo imperial revidou,
levando a nova república a ter duração extremamente curta se comparada à
Riograndense, de apenas três meses.
Assim sendo, a República Juliana é um
capítulo da história catarinense que justifica que as comemorações históricas
tenham se tornado oficiais em Santa Catarina, resgatando um capítulo de sua
história e trazendo-o às novas gerações.
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