Literatura
O grande livro do jornalismo
(Editora José Olympio), editado por Jon E. Lewis, reúne 55 dos mais
emblemáticos textos jornalísticos de todos os tempos. De “ homem é
guilhotinado em Roma”, escrito por Charles Dickens em 1845, a “O
relógio marcava 7h55 – precisamente o momento em que o míssil explodiu”, de
Robert Fisk, sobre a eclosão da Guerra do Iraque, em 2003, reúne a elite
do jornalismo e exibe uma lição de seriedade, competência e talento.
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[Imagem: Reprodução] |
O
volume traz ainda reportagens assinadas por Mark Twain, Jack London,
John Reed, Dorothy Parker, Elliott V. Bell, John Dos
Passos, John Steinbeck, George Orwell, Relman Morin, Merriman
Smith, Norman Mailer, Hunter S. Thompson, Gore Vidal e
Jon Krakauer, entre outros.
Esse foi um dos livros mais desafiadores que
já li. A cada reportagem que lia, vi como o texto jornalístico evoluiu em quase
cento e cinquenta anos. Um dos textos favoritos do foi “Fuga” de Winston
S. Churchill (1900). Nessa reportagem, o jornalista conta como conseguiu fugir
de uma prisão de na África do Sul e toda a sua trajetória que para sair do
país.
Outro texto que me chamou a atenção foi “O
último passo” de I. Vedeneeva, que é uma reportagem investigativa
sobre um hospital que atende pessoas que já tentaram suicídio na antiga União
Soviética (1989). Mesmo esse texto ter sido escrito há quase trinta anos ele
continua atual, principalmente por causa dos casos de suicídios por causa do
“jogo” Baleia Azul. Lembrando que esse jogo surgiu na Rússia, uma ex-república
soviética, no ano de 2015 e já registrou casos aqui no Brasil.
A maioria dessas reportagens se encaixam no
estilo do new journalism ou jornalismo literário. Gênero que ganhou
destaque com o livro A sangue frio de Truman Capote. Esse estilo
de texto jornalístico mistura fatos reais com elementos da literatura.
É uma verdadeira viagem pela história da
humanidade onde esses grandes jornalistas participaram e registraram grandes
acontecimentos como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a ascensão de The
Beatles, as mortes de John Kennedy e Martin Luther King até a guerra contra
o Talibã no Afeganistão.
Para se ter noção da qualidade dos textos de
O grande livro do jornalismo, muitos desses textos ganharam o Prêmio Pulitzer,
um dos maiores prêmios de jornalismo, literatura e composição musical do mundo.
Uma dessas reportagens que estão no que ganhou o Prêmio Pulitzer foi “Uma
nuvem em forma de cogumelo” de William L. Laurence que
presenciou a destruição de Nagasaki pela bomba atômica lançada pelos Estados
Unidos sobre a cidade japonesa durante a Segunda Guerra Mundial em 1945.
A conclusão que eu tiro após ler O grande
livro do jornalismo é que por meio da minha profissão eu posso mudar o
mundo. Tenho a missão de contar e registrar a história da minha cidade, estado
e país.
No meu caso, eu já estou na história da
minha cidade natal – Vacaria, RS. O jornal que eu trabalho atualmente – o
Correio Vacariense – a cada início de ano, o jornal entrega para a Biblioteca
Pública Municipal de Vacaria um livro com todas as edições publicadas pelo
jornal no ano anterior. Como eu trabalho no jornal desde agosto do ano passado
meu nome aparece no editorial a partir de mês. Eu já tenho meu garantindo
quando for entregue o livro com as edições de 2017.
Assim como esses grandes jornalistas estou
deixando o meu nome na história. Imagine daqui a cinquenta anos: as gerações
futuras que forem pesquisar o que aconteceu em Vacaria e na região dos Campos
de Cima de Serra nos anos de 2016 e 2017 vão ver no editorial – Jornalista:
Mateus Rosa.
Usando as ferramentas que tenho à disposição como a internet e as redes sociais quero fazer o jornalismo clássico com ética mesclando com as tecnologias do século XXI. Esse é mais um livro que recomendo a leitura. Vocês vão se surpreender.
O grande livro do jornalismo
foi um presente de formatura da minha querida professora Keltryn Wendland. Ela
foi umas das professoras que eu homenageei na minha formatura. Só tenho a
agradecer a Keltryn pela escolha do livro. Adorei o presente.
SOBRE O AUTOR DO LIVRO
Jon E. Lewis nasceu em Hereford, Inglaterra em 1961, e atualmente mora no sul do País de Gales, onde trabalha como escritor e crítico freelancer. Seus livros anteriores incluem várias antologias, como Os melhores contos de faroeste publicado pela Editora José Olympio.
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ESTE É UM ARTIGO ESCRITO POR MATEUS ROSA,
jornalista formado pela UNIFACVEST de Lages/SC. Originalmente, este texto
pertencia ao blog Mundo em Pauta, que atualmente faz parte do Blog do Mestre.
Mateus Rosa ainda é autor do Repórter Riograndense, site que trata da cultura
gaúcha envolvendo curiosidades, tradicionalismo e a agenda local.
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