Literatura
Nas eleições de 2006, a produção do Jornal
Nacional realizou um projeto audacioso, a Caravana JN em que uma equipe de
jornalistas lideradas por Pedro Bial atravessou todos os estados brasileiros de
ônibus. Se na época cruzar o país dentro de ônibus foi um divisor de águas no
telejornalismo, no ano de 2010 o jornalismo foi além: ir de norte a sul, de
leste a oeste num avião. Foi então que surgiu o projeto JN no ar sob o comando
do jornalista Ernesto Paglia.
Assim como a Caravana JN, o jornalismo da
Rede Globo buscou mostrar a verdadeira realidade do Brasil que às vezes não
recebe a atenção da mídia e nem dos administradores públicos. Os dois projetos
visaram em mostrar destacar os pontos fortes e fracos em ano eleitoral para que
houvesse a mudança.
[Capa do livro O Diário de Bordo do JN no Ar de Ernesto Paglia. Imagem: Reprodução] |
O JN no ar passou pelos 26 estados da
federação mais o Distrito Federal. O início desta viagem começou na cidade de
Macapá, capital do estado do Amapá que fica no extremo norte do país. A cada
edição do Jornal Nacional era feito o sorteio de qual cidade seria visitada no
dia seguinte.
Os desafios e as aventuras desta viagem que
foi literalmente do "Oiapoque ao Chuí" virou o livro O Diário de
Bordo JN no Ar: Cruzando o país numa cobertura histórica escrito pelo
comandante desta cobertura, o jornalista Ernesto Paglia. O prefácio foi feito
pelo apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, que contou
sobre a ousadia do projeto e também sobre a recepção de popstar que ele
e a equipe do JN no ar recebeu em
Macapá no início do projeto.
A cada nova cidade sorteada de segunda a
quinta, no Jornal Nacional e os domingos no Fantástico, começava um grande
trabalho de logística para colher informações das localidades e assim produzir
as matérias.
As cidades visitadas foram:
Macapá
(AP);
Igarassu
(PE);
Almirante
Tamandaré (PR);
Jacundá
(PA);
Ponta
Porã (MS);
Feijó
(AC);
Guarapari
(ES);
Ingá
(PB);
São
Raimundo Nonato (PI);
Alto
Alegre (RR);
São
Sebastião (DF);
Porto
Grande (AP);
São
Gonçalo do Amarante (RN);
Coração
de Jesus (MG);
Colíder
(MT);
Joinville
(SC);
Rio
Largo (AL);
Tefé
(AM);
Pinheiro
(MA);
Barbalha
(CE);
São
Gonçalo (RJ);
Planaltina
de Goiás (GO);
Cacoal
(RO);
Lençóis
Paulista (SP);
Nossa
Senhora do Socorro (SE);
Paraíso
de Tocantins (TO);
Feira
de Santana (BA) e
Rio
Grande (RS).
São muitas histórias diferentes dentro num
mesmo país. É difícil falar uma por uma, mas me chamou a atenção a de Feijó, no
Acre, que praticamente está isolada do resto do país. A equipe do JN no Ar
precisou de dois dias para produzir um VT decente para falar do município.
As reportagens visavam mostrar os pontos
fortes e fracos de cada cidade, mas em algumas isso foi impossível, como em
Jacundá, no Pará, em que as pessoas andam de motocicletas sem capacete e sem
carteira de habilitação. Outras cidades, por sua vez, se destacaram pelo
desenvolvimento, como Lençóis Paulista, São Paulo e Joinville, em Santa
Catarina. A última cidade a ser visitada foi Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
O legal da última viagem, com o encerramento
do JN no ar, foi o depoimento do maratonista cego Vladimir dos Santos, falando
para todo o Brasil sobre a importância do voto e também de não vendê-lo por
qualquer coisa. O Diário de Bordo do JN no Ar foi escrito de uma forma
diferente. O livro parece mais com um diário que qualquer pessoa possa
escrever. O diferencial está nos desafios de reportagem. O livro é
ricamente ilustrado com fotos de cada cidade.
No final do livro, Ernesto Paglia apresenta
os scripts das montagens dos VTs com OFF, passagem, sonora e
sobe-som. Ainda há o glossário para os leigos entenderem as linguagens que
usamos no jornalismo, além de uma curta biografia de todos integrantes da
equipe JN no Ar. Para os estudantes de jornalismo é uma verdadeira aula com o
grande mestre Ernesto Paglia. Para os leigos, é uma forma de conhecer melhor o
trabalho do jornalista, que às vezes muitas pessoas pensam que estudamos quatro
anos de faculdade para ficar lendo notícias numa bancada com o auxílio de um teleprompter. Mesmo sendo para a
televisão as dificuldades são as mesmas: fechar as matérias em cima da hora,
elaborar o texto, checar as fontes, etc.
Quem tem um senso crítico vai notar na
leitura a diferença de cada região do Brasil. Enquanto o Sul e Sudeste são
regiões desenvolvidas vemos uma população carente em alguns estados do Norte e
Nordeste. Porém outras cidades dessas regiões apresentam um crescimento
diferente no que a gente está acostumada a ver. Com certeza o teu conceito de
Brasil vai mudar após ler este livro. Pelo menos os meus já mudaram. Este
projeto é verdadeira essência do jornalismo, de contar histórias e de levar
informações para vocês meus caros leitores, sendo este livro recomendado por
mim a todos!
ESTE É UM ARTIGO ESCRITO POR MATEUS ROSA,
jornalista formado pela UNIFACVEST de Lages/SC. Originalmente, este texto
pertencia ao blog Mundo em Pauta, que atualmente faz parte do Blog do Mestre.
Mateus Rosa ainda é autor do Repórter Riograndense, site que trata da cultura
gaúcha envolvendo curiosidades, tradicionalismo e a agenda local.
□
👉 E ainda mais
para você: Licença
poética
GOSTOU DESTA POSTAGEM ☺? USANDO A BARRA DE BOTÕES, COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS 😉!
0 Comentários
Seu comentário será publicado em breve e sua dúvida ou sugestão vista pelo Mestre Blogueiro. Caso queira comentar usando o Facebook, basta usar a caixa logo abaixo desta. Não aceitamos comentários com links. Muito obrigado!
NÃO ESQUEÇA DE SEGUIR O BLOG DO MESTRE NAS REDES SOCIAIS (PELO MENU ≡ OU PELA BARRA LATERAL - OU INFERIOR NO MOBILE) E ACOMPANHE AS NOVIDADES!