O rio, o oceano e a personificação.

O que tudo isso tem a ver?

 

Uma característica presente na maioria das fábulas e estórias são os personagens inanimados que ganham características humanas, podendo falar, sentir, pensar e até ter reflexões morais ou transmiti-las, sendo eles animais, plantas, sol, lua, estrelas... A Literatura chama esta característica de um tipo de figura de linguagem cujo nome é personificação.


[Foto: Yazigi Travel]

Os mais sérios podem dizer que estrelas não falam, a lua não consegue entender os penares dos apaixonados, mas certamente a música, a poesia e as fábulas infantis perderiam toda a magia e beleza se isso não pudesse ocorrer. A realidade precisa um pouco deste mundo mágico paralelo.
Os rios também sentem medo, sabia? Jogar-se em meio ao Oceano não é tarefa fácil!
“Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo, olha para trás, para toda a jornada, os cumes, a montanha, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê em sua frente um oceano tão vasto que entrar nele, nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira, o rio não pode voltar, voltar é impossível na existência. Pode-se apenas ir em frente, o rio, precisa se arriscar e entrar no oceano, e somente quando ele entra no oceano, o medo desaparece, pois ele saberá então, que não se trata de desaparecer no oceano, mas sim, torna-se o oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro renascimento. Assim somos nós, voltar é impossível na existência, pode-se somente ir em frente e se arriscar.
Coragem! Torne-se o oceano!"
O rio pode até não ter medo, na realidade, mas nos ensina a não tê-lo, na realidade. Personificação é isso.
 


  

 

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