Fontes serifadas ou não?

Tecnologia

Ao analisar as fontes presentes em seu computador, veja que elas podem ser de diferentes tipos e formas (um web-designer saberia discorrer muito bem sobre isso), mas há duas classificações bem distintas que podem ser feitas: fontes serifadas ou não serifadas. Observe as figuras abaixo, feitas nas fontes Times New Roman e Segoe UI, respectivamente:

[Imagem: O Blog do Mestre]

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Observe que a fonte Times New Roman possui pequenas abas em suas extremidades. Outras fontes como Copperplate, Poor Richard, Ar Julian, Bell MT e muitas outras também possuem este elemento, sendo chamadas de fontes serifadas (que contém o elemento ‘serif’). Principalmente a Times New Roman e fontes muito similares, são usadas em livros e revistas impressos e assim aconteceu durante muito tempo. Por conta da normalização ABNT, e também por esta tradição de criação de material impresso em textos longos, tornou-se corriqueiro usar a fonte Times, até mesmo para fazer um simples recado de mural.

Por um lado, as fontes serifadas possuem uma carga formal mais acentuada, além do fato de que criam uma linha de continuidade visual que, segundo especialistas em tipografia, reduziria o cansaço visual e proporcionaria uma leitura mais prolongada e confortável (se o texto for bom, é claro). Porém, para o autor que aqui escreve, o leitor já deve ter percebido que essa teoria não é muito bem aceita.

Até mesmo em textos acadêmicos e escolares de diferentes instituições, deveria haver uma opção nas formatações pré-definidas que não seja de uma fonte serifada, dando uma opção ao escritor do texto. Não deveriam ser flexibilizadas outras questões, como a citação de fontes em imagens e textos reproduzidos integralmente, legendas, sumários, entre outros, afinal estas regras realmente interferem na estrutura de um bom trabalho.

Fontes não-serifadas (sans-serif) trazem uma sensação de maior modernidade e arrojo em textos, tanto que a maioria dos sites e blogs modernos não usa mais fontes serifadas em sua tipografia. Em tipos pequenos, as fontes não serifadas têm a vantagem de trazer maior clareza nos textos, evitando confusões por conta da união exagerada de caracteres. São consideradas uma máxima para textos na web. Uma fonte não serifada é uma fonte clara, em que se distinguem os caracteres perfeitamente.

Além de modernidade, elas trazem a ideia de objetividade, e se adaptam melhor às aplicações informais. É muito estranho encontrar bilhetes com nomes de salgadinhos em festas infantis com textos em fonte serifada, por exemplo. Na televisão, há algumas poucas ocorrências de fontes serifadas, mesmo que a definição atual dos televisores permita visualizar bem estas fontes-com-perninhas.

E, ainda (o que parece ainda mais estranho), há a possibilidade de concepções mistas, unindo elementos serifados e não serifados, como por exemplo o Facebook, defendida por alguns. Porém a participação dos caracteres serifados é restrita aos títulos dos links divulgados na rede social, sendo a descrição em sans-serif.

A escolha por um outro tipo de fonte depende muito do tipo de texto que se quer escrever e para qual finalidade, exceto quando já há uma formatação predefinida. O fato é que o mundo da escrita está caminhando cada vez mais rumo às não serifadas, pelos motivos antes apresentados, e esta é uma tendência irreversível, visível desde a mudança da fonte padrão do Word da Times New Roman para a Calibri, até os logotipos de jornais e revistas, como o Zero Hora de Porto Alegre.

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