Biografias
A história de Sílvio Santos se confunde com a da TV brasileira. Comunicador e empresário, sua visão o fez figurar entre os empresários mais ricos do país e a possuir uma das três maiores emissoras nacionais. Mas como tudo isso começou? Sílvio teve percalços? Vamos ver sobre isso ao longo dos parágrafos seguintes.
[O icônico Sílvio Santos. Imagem: Tecmundo | Reprodução] |
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O NASCIMENTO E VIDA PESSOAL
Silvio Santos nasceu na Lapa, bairro do Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1930. Ele é filho de imigrantes judeus: Alberto, de uma região que hoje pertence à Grécia, e Rebecca, originária de onde fica a Turquia.
O nome de Sílvio, na verdade, é Senor Abravanel. Sílvio viria apenas mais tarde... Senor era, dos seus cinco irmãos, mais afim com o mais novo, Leon. Eles arrumavam juntos um jeito de ir de graça às sessões de cinema na Cinelândia.
Já na vida adulta, Senor Abravanel se casou com Maria Aparecida Vieira Abravanel, de 1962 a 1977. Nesse período, vieram as duas primeiras filhas. De 1978 ao fim da vida, sua esposa foi Íris Abravanel, união que frutificou com mais quatro filhas.
A VIDA DE CAMELÔ E LOCUTOR
A primeira atividade de Senor Abravanel foi de camelô. Nas eleições de 1946, viu que um homem vendia capas para títulos de eleitor, feitas de plástico. Seu primeiro impulso empreendedor foi de fazer o mesmo e nisso, ele e Leon vendiam as capinhas por 45 min ao dia, no tempo de almoço dos guardas, único período de descanso à intensa repressão aos camelôs.
Imagine Senor Abravanel com seu vozeirão oferecendo capinhas? Além de vender bem, alguém pensou: esse cara precisa ser radialista.
Isso chegou a acontecer. Senor Abravanel chegou a superar nomes como Chico Anysio e ir para a Rádio Guanabara. Após ser proibido de participar de concursos de rádio como Senor Abravanel, inventou o pseudônimo Sílvio Santos, sendo Sílvio um apelído em casa e Santos aqueles que a todos ajudam.
Agora Sílvio, voltaria a ser ambulante, não por falta de chance, mas por ganhar mais. Mais tarde, com dezoito anos, foi convocado a servir o Exército, na Escola de Paraquedistas, onde fez alguns saltos. Como militar, teria de parar de ser ambulante, então retornaria a ser locutor em uma rádio de Niterói, nas folgas, como renda extra.
Saindo do exército, seu novo negócio surgiria na balsa Rio-Niterói. Sílvio percebeu que a viagem era demorada e silenciosa. No meio disso, pensou em inserir um sistema de alto-falantes com música, e anunciar produtos nos intervalos.
Tamanho o sucesso, algumas barcas incrementaram com bar e bingo. Ao comprar uma bebida ou refrigerante, o consumidor ganhava uma cartela para concorrer jarras, quadros e outros prêmios.
A quebra da barca parceira de Sílvio e a ideia de prosperar motivaram a mudança para São Paulo. Isso aconteceria aos vinte anos de idade. Lá ele apresentava espetáculos e sorteios em caravanas de artistas.
Nesse tempo, formou-se técnico em contabilidade. Ficou como um conhecimento a mais, pois Sílvio seguiu na carreira artística, pois conseguiu vaga na Rádio Nacional de São Paulo.
Visando complementar a renda, surgiu a "Brincadeiras para você". Era uma revista com palavras cruzadas, passatempos e charadas. Ele vendia nos comércios da cidade.
O BAÚ DA FELICIDADE
O também radialista Manoel de Nóbrega era proprietário do Baú da Felicidade. Era um sistema em que havia parcelas e, ao final do ano, era entregue uma caixa de brinquedos. Apesar de boas vendas, Manoel de Nóbrega estava com dificuldades de manter e honrar as entregas.
Sílvio socorrera Manoel e, em 1958, assumiu o controle do Baú. O sistema de carnês seria mantido, mas foram criadas lojas próprias para poder trocar o valor dos carnês tanto por brinquedos, como por eletrodomésticos.
Em 1962, do Baú viria o Grupo Sílvio Santos. O Baú passou a distribuir outros produtos, como carros e casas, e com eles, Sílvio fundou empresas para atender essas novas demandas, totalizando entre compras e fundações mais de dez empresas, como a Marca Filmes, Concessionária Vimave e Baú Construtora. Em 1972 todas passaram a ser administradas pela Holding Silvio Santos S/A.
DO BAÚ PARA A TV
Sílvio tinha demonstrado talento para encabeçar negócios e para promover entretenimento, o que já havia ficado claro nas revistas, no trabalho de locutor ou mesmo naquela ideia do rádio na balsa.
A ideia de entrar para a TV veio para divulgar o Baú. Em 1961, ele locava espaço na emissora com o programa "Vamos Brincar de Forca", que é o embrião do Programa Sílvio Santos.
A TV Paulista foi vendida à Rede Globo e programas de horários locados foram sendo removidos, mas o Programa Sílvio Santos ainda permaneceria algum tempo. Fatores como o apresentador não ter conseguido ser acionista na Globo e outros aspectos levaram a Sílvio sair e ir para a TV Tupi e TV Record (em que chegaria a ser acionista).
Programas dominicais como o Esporte Espetacular surgiriam nessa época da saída de Sílvio. A TV Record, por sua vez, seria vendida por ele ao Bispo Edir Macedo, mais tarde.
A TVS E O SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO
Em 1975, Sílvio teria concretizado o sonho de ter seu canal de televisão. Ele vencera a concorrência para o Canal 11, do Rio de Janeiro. Naquela época, a TVS tinha treze mil funcionários e vinha de um investimento de dez milhões de dólares.
Era uma emissora, seriam necessárias mais para se ter uma rede. Em 1981, quatro novos canais foram concedidos e de TVS passaria a Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A maior fonte de riqueza de Sílvio deixaria de ser o Baú e passaria a ser a TV.
Em 1983, dois anos após se tornar SBT, Sílvio Santos entraria no Guiness Book pelo programa mais duradouro da TV brasileira. Reconhecimentos empresariais também viriam, como o de "Melhor Lider Empresarial Setorial", pela Assembleia Legislativa de São Paulo, de 2000 a 2009.
No Troféu Imprensa, foi premiado como “Melhor Animador” entre 1964 e 1971 e de 1975 a 2017. No Troféu Internet teve o mesmo reconhecimento dos anos de 2001 a 2017. Já no Troféu Roquette Pinto, alcançou prêmios como Melhor Locutor Comercial (1960), Melhor Apresentador (1961 a 1968) e personalidade artística (1969). Houve outras várias premiações.
A TENTATIVA DE CANDIDATURA
Sílvio Santos foi pré-candidato à Presidência da República em 1989. Era a primeira eleição direta pós ditadura militar.
A candidatura seria impugnada pelo TSE, mesmo com a liderança nas pesquisas. O argumento existente era de que o nome de Sílvio não estava nas prévias de seu partido. Cabe salientar que sua posição de comunicador na TV pesou bastante, pois ele tinha muito apelo popular.
O ROMBO NO PANAMERICANO E A QUEDA DE PATRIMÔNIO
Um fator importante no Baú era que seria preciso manter o fôlego para ter as mercadorias e lucro ao final do ano. Houve períodos de superinflação. Nesse contexto surgiu a Baú Financeira, depois banco PanAmericano. Mais adiante veio a Liderança Capitalização, da TeleSena.
No início dos anos 2010, o BTG Pactual comprou o PanAmericano, após uma situação de rombo que complicou a vida de Sílvio. O tamanho desse rombo era de quatro bilhões de reais, que não seria assumido pelo comprador do banco.
Sílvio pensou em vender tudo e ir embora para os Estados Unidos, mas mudou de ideia e colocou algumas empresas como penhor e venderia outras. As lojas do Baú foram vendidas ao Magazine Luiza e os carnês só seriam retomados anos mais tarde, como parte da Jequiti.
Entre 2009 e 2010, a estratégia de recuperação deu certo e houve o pagamento de setecentos e quarenta milhões de reais por 35 % do PanAmericano, pela Caixa. Houve investigação da Polícia Federal e algumas dores de cabeça.
Em 2013, Sílvio havia entrado na lista da Forbes com mais de dois bilhões e meio de reais em patrimônio. Em 2020, a fortuna já era de um bilhão e novecentos milhões de reais, um terço menor em termos absolutos e passados anos à frente (havendo efeito inflacionário).
Ainda assim é um patrimônio considerável, com mais de trinta empresas. Há, ainda, o hotel Jequitimar, a Sisan Seguros, dentre outras.
A JEQUITI
Nos anos 1980 e 1990, Sílvio buscou consolidar e expandir o SBT. Nos anos 2000, viriam novos negócios. A Jequiti, marca de cosméticos, foi fundada em 2006. Ela chegou a crescer 20 % ao ano, dobro do setor, e foi responsável por trazer de volta o Baú da Felicidade, na forma do carnê de Jequiti.
Foi adotado o modelo de consultoras, como outras empresas, mas sem exclusividade. As vendas podem levar a concorrer prêmios em programas de TV, tanto pelo carnê, como sendo consultora.
Era um negócio que Sílvio desejava desde antes. Seus recuos anteriores motivaram criações em outras empresas nacionais, mas chegou a hora em que a Jequiti surgiu.
O +SBT
Assim como outras emissoras nacionais, o SBT planejou sua entrada no mercado de streaming com o +SBT, lançado muito perto de Sílvio falecer. Não se sabe como será o futuro desse braço dos negócios, e o modelo atual é de conteúdo gratuito mesclado com anúncios.
OS ÚLTIMOS TEMPOS
Já eram mais de sessenta anos de carreira em frente às câmeras quando Sílvio Santos teria deixado de vez seu programa e não mais voltaria. Patrícia Abravanel seguiu com o legado do pai e o programa dominical, mas sempre havia perguntas do público quanto a uma volta de Sílvio.
O falecimento foi em 17 de agosto de 2024, vítima de uma broncopneumonia. Sílvio Santos estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Ficou um legado marcante na TV e nos negócios. Também era marcante a boa índole e personalidade, lembrada por muitos de seus funcionários.
BIOGRAFIAS DE SÍLVIO SANTOS
Sílvio Santos teve biografias feitas em livro bem antes de seu falecimento. Uma delas é "Silvio Santos: A Biografia - A trajetória do maior comunicador de todos os tempos", escrita por Marcia Batista e Anna Medeiros.
FALANDO EM BIOGRAFIA
Outro grande nome do domingo brasileiro é Faustão. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, relembre momentos da trajetória dele:
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